Melinda

Continuação…

— Eu já entendi que você foi renegada por não ter uma loba, e isso nosso alfa jamais iria ter permitido que acontecesse. — O beta fala para mim.

— Eu não estou aqui para arrumar um jeito para voltar para eles, eles tomaram a decisão deles quando decidiram fazer o que fez e isso morreu naquele dia.

— Então me diz o porque precisava falar tanto comigo? — Pergunta curioso.

— Eu sei que aqui na cidade em algum lugar tem uma vila de bruxas, eu.. eu preciso falar com uma bruxa do passado ontem eu descobri algo que eu não entendo.. e isso está me matando a cada dia, eu preciso de respostas que só uma bruxa do passado poderia me dizer, eu vim até aqui para saber se você poderia me conectar com alguma delas. Eu vou entender que se depois que eu falar com elas eu não poder mais viver aqui.. mas eu preciso falar com alguma delas, por favor é tudo o que eu te peço, eu não sei mais a quem recorrer, eu me sinto.. esgotada. — Sinto uma lágrima cair de meus olhos e a limpo.

— Vou tentar falar com uma conhecida e ver se ela pode te ajudar mas não prometo nada, espere aqui.

— Tá bom. — Ele sai para falar com a tal amiga, a cada minuto que passa mais eu me sinto um nada, ninguém nunca vai entender o que me machuca tanto, acho que nem eu mesma entendo.

Uns 20 minutos se passaram enquanto para mim parecia uma eternidade, até que vejo ele voltando para a sala.

— Eu consegui falar com ela te darei um mapa para ir até a vila e elas saberão quando você chegar.

— Muito obrigada beta. — Talvez eu tenha me enganado quando pensei que todos os lobos fossem ruins.

— Ei, deixe-me te falar uma coisa, a vida é mais bonita do que imagina, você só precisa olhar para ela da maneira certa.

— Não é fácil, quando você nunca conheceu a beleza. — É o que eu digo saindo da sala com o mapa em minhas mãos.

Eu sei que Safira deve estar preocupada, mas no momento não tenho tempo para pensar no que as outras pessoas estão pensando sobre mim eu preciso de respostas antes que eu cometa uma loucura.

O caminho para a vila é por uma mata que eu nunca tinha vindo, é cheio de flores por onde eu passo é lindo de se ver, cada passo que dou minha mente vir a um turbilhão já consigo sentir as lágrimas molhando a minha face e nem sei explicar o porque, a cada ano que se passou desde de o dia que eu fui renegada foi mais caótico que o outro.

Chego em frente ao lugar que está marcando no mapa e a única coisa que eu consigo ver é a poeira, pensei que alguém estaria aqui e quando não vejo ninguém caio de joelhos no chão, as lágrimas ficam cada vez mais invasivas com as mãos na cabeça eu apenas choro, um choro sofrido. — Por favor, se alguém estiver aí, eu preciso de uma bruxa do passado eu não sei mais a quem recorrer por favor. — Eu grito implorando para elas.

Até que vejo a silhueta de uma mulher se aproximando de mim.

— Me desculpa a demora, venha entre seja bem vinda Melinda a vila das bruxas. — Me pergunto como ela sabe o meu nome, até que lembro que estamos falando de bruxas é lógico que saberiam quem eu sou.

Por onde passo todas olham para mim, as mais velhas abaixam suas cabeças como uma reverência e mais lágrimas escapam de meus olhos.

Entramos numa casa que parece aquelas casinhas de elfo escondidas na montanha, os aromas de lavanda mais com que eu respire mais forte so para sentir um pouco mais.

— Oi, Melinda, meu nome é Thelema e essa é a Ester somos bruxas do passado a Ester a bruxa mais velha que temos aqui, o beta me falou que precisava de bruxas do passado posso dizer que somos as melhores daqui, em que podemos lhe ajudar ?

— É um prazer conhecer vocês, eu preciso de algumas respostas sobre o meu passado, preciso entender quem eu sou.

— Precisará algo sobre o futuro? — Ela me pergunta intrigada.

— Não, o futuro não me pertence, só preciso saber do passado para compreender o meu presente eu não me acho digna para saber qualquer coisa sobre o futuro.

— Tudo bem, se é assim que você deseja assim será. Poderia me contar o que desejava ver de seu passado? — Ester a mais velha me pergunta.

— Me disseram que eu sou filha da lua, mas isso não faz sentido sendo que muitas pessoas me viram nascendo da mulher que eu pensava ser minha mãe poderia me dizer algo sobre isso ? Quem são meus verdadeiros pais ?

Vejo a senhora Ester respirar fundo como se minha perguntas a tivesse a pegado de surpresa.

—Com você farei diferente do que normalmente faço em vez de eu te contar o seu passado colocarei você para vê-lo estarei na porta te esperendo, quando não quiser mais presenciar alguma situação estrale os dedos umas vez, se quiser voltar para porta estrale duas vezes. — Tudo bem para você ? — Ela pergunta. — Assim só você verá o que aconteceu e entenderá do jeito que achar melhor eu sei o que sei sem precisar olhar para o seu passado mais para você será mais fácil entender tudo. — Ela termina me olhando profundamente.

— Tudo bem, eu prefiro assim também.

Então vamos começar..

— Poderia me dar suas mãos e peço que se concentre em suas perguntas. — E assim eu faço dou minhas mãos para a senhora que as segura e fecha seus olhos e começa a proferir as seguintes palavras: Maiores meos rogamus ut aperiat ostium praeteritorum et ostendat quid eius cor videndum sit, ipsa dixit se intellegere praesens praeteritum revelari.

( Eu peço aos meus ancestrais que abra a porta do passado e mostre a ela o que tanto seu coração precisa ver, ela mesmo disse que para compreender o presente o passado tem que ser revelado.)

Respiro e inspiro várias vezes e fecho os meus olhos apenas me conectando com as perguntas que eu fiz para Ester e logo a minha frente eu vejo uma porta vermelha. — Não esqueça, você não pode alterar o passado. — Eu apenas confirmo com a cabeça. — Seguro na maçaneta com o coração na mão, o medo do que pode estar aí atrás de corrói mas a curiosidade é maior, giro a maçaneta lentamente, sentindo todo o meu corpo se arrepiar.

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