Noam

— Eu estou bem Alfa, não se preocupe. — Ela fala tentando parecer calma.

— Eu já entendi que a profecia vai acontecer mas qual as chances disso estar distorcido ?

— O que quer dizer com isso ? — Ela me olha intrigada.

— E se o começo e meio dessa profecia não ser do que pensamos que é.

— Tudo pode acontecer alfa, na profecia apenas diz com clareza que um coração machucado pode queimar o mundo e sem curar o coração e encontrar o seu companheiro a mesma pode morrer. Agora como isso acontecerá e o porque, isso não tem como saber, pois ao longo da vida cada escolha tem uma consequência, cada caminho escolhido pode mudar o futuro. No nosso mundo tudo pode se acontecer Alfa não se engane achando que só acontece o que conhecemos tudo está ligada e conectado. — Ela termina dizendo. Fixo meu olhar no seu tentando entender entre as entrelinhas.

Saio de lá com a cabeça a mil, é muito o que pensar, quem será essa mulher que tem tanto poder em suas mãos. O que fizeram tanto que machucaram ela ? E o porque fizeram isso com ela ? 

Um coração quebrado só pode ser curado com amor.

E eu sei que preciso encontrá-la e como se cada partícula de meu corpo clamasse para que eu encontre, mas a questão é como vou encontrá-la  ?  Eu não sinto o cheiro dela como os companheiros normais sentem, então me diz minha Deusa como vou encontrar minha luna se não há nada que me conecta com ela ?

Vou para casa e fico o dia todo pensando nas palavras de Kaia, a profecia me corroi e o pior é que nem sei por onde começar.

Acordo cedo ja sentindo Lucien agitado querendo sair para fora de todos os jeitos, estou tentando me controlar o máximo que posso, já prevejo que hoje ele irá sair mais cedo então tenho que deixar meu beta avisado para que todos fiquem em suas casas pois não sei até quando conseguirei o manter aqui. 

Hoje mais uma Lua Cheia chega e tanto o mundo sobrenatural que aqui se vive quanto os humanos que sabem que não se devem sair de suas casa, essa é a regra dada a eles e todos sempre seguiram sem fazer perguntas. — Os poucos que resolveram não obedecer não voltaram vivos para contar a história. 

Como eu disse eu não consigo controlar Lucien ( a minha besta) e nem mesmo consigo me lembrar dos atos cruéis que ele faz no outro dia.  — Ele faz o que quer, mata qualquer um que estiver em seu caminho, sem se importar com nada e nem ninguém, ele é a parte mais sombria e gélida que possui em mim, eu não nasci com ele e foi me dado como um maldição por uma bruxa, que me disse com todas as letras que ninguém no mundo seria capaz de controlá-lo, apenas essa maldita bruxa tinha o poder de reverter mas a maldita morreu para piorar mais ainda a minha vida. Então apenas convivo com ele pois não tem o que se fazer. 

Vejo meu beta entrando com receio em minha sala é assim que todos ficam nesse dia, pois ninguém sabe o que pode ativar a maldição, o que pode deixá-lo furioso. Então em dia de luas cheias todos evitam o máximo de contato comigo.

— Beta, Lucien está mais agitado do que nunca esteve preciso que ligue o alarme o mais rápido possível eu não sei até quando irei conseguir controlar a situação.

— Sim, alfa. — Ele diz de cabeça baixa. — Precisa de mais alguma coisa ?

— Não, já pode ir, eu estou indo para a masmorra. — É assim que chamamos o lugar onde fico preso. — Não que isso o mantenha lá.

Ele faz uma reverência e sai de meu escritório, 10 minutos depois ouço o alarma tocar e sei que essa é a hora de ir para a masmorra.  

Chegando lá, me prendo na jaula que foi feito para Lucien não que isso o pare ou que resolva o meu processo mas faz ele ficar menos ansioso, é como se o primeiro contato de fúria e a energia gasta para tentar se livrar das correntes e quebrá-las deixasse ele um pouco mais aliviado. — Assim que termino de me prender, começo a sentir o meu corpo se contorcer não sinto dor não hoje que já aprende a lidar com ela. — Mas no começo era terrível como se todo os meus ossos estivessem sendo quebrados em mini particular, a dor era surreal que eu chegava a desmaiar várias e várias vezes no processo. — Tudo que acontecera a partir de agora se conta toda por Lucien.

Lucien

Quando me transformo não tem um pingo de Humanidade em mim pelo menos foi isso que pensei toda a minha existência, mas tudo irá mudar a partir de hoje. — Todos pensam que sou apenas uma maldição colocada em Noam, mas o que nenhum deles sabem é que eu nasci assim a besta o propio monstro e no mesmo instante que o Alfa recebeu sua maldição eu recebi a minha sendo preso dentro de seu corpo.

Sinto que mais uma vez esse alfa tolo me prendeu nessas algemas achando em sua cabeça tola que isso poderia me parar, eu sei que isso me acalma um pouco mas bem pouco, pelo esforço que tenho que fazer para quebrar corretes e portões mas não que isso fosse me parar, estou com fome e preciso de sangue para sassiar meu lado perverso

Vou até a floresta estou com fome e preciso caçar, que o meu jantar seja bem suculento é só isso que eu espero. — Chegando no centro da floresta eu observo um grande urso, fico na moita só esperando o tempo certo para dar o bote, fico esperando o primeiro deslize do urso. — Mas quando eu iria atacá-lo aquele cheiro parou no ar, quem era o humano tolo que resolveu sair da toca ? — Me pergunto contente, ele foi o tolo e agora o lobo mau irá o pegar. 

Sigo aquele cheiro até o lago, onde da para ver a lua refletindo nela, estou a poucos passos da humana tola. — Eu não estava preparado para o que iria acontecer. — A humana estava olhando diretamente para minha besta a luz do luar.— Eu travo no lugar e o briga interna entre todas as minhas partes se inicia. — O cheiro perfeito da mistura de baunilha e canela numa harmonia que me fez perder o equilíbrio. — Ela é o ser humano mais lindo que meus olhos já teve o prazer de pôr os olhos. — De vez em quando em lua cheia quando preciso extravasar eu aviso o humano que sempre me arruma uma vagabunda ou duas para que possa transar poucas sobrevivem no outro dia. — Mas ela, ela é diferente de tudo que eu já tive o prazer de ver.  

É incrível como seus olhos percorre todo o meu corpo mas em seus olhos eu não vejo medo ou temor por ver a besta diante seus olhos. — Naquele olhar a um brilho diferente posso ver uma mágoa enorme também.

A humana insolente da passos até mim ficando cara a cara comigo, tenho vontade de devorar ela apenas para sentir o gosto de seu sangue e por atrás dele descobrir o que tanto te assombra, eu mesmo nunca conseguiria encostar nela desse jeito. — Algo me trava no lugar me impedindo de dar qualquer passo se quer. — Mas a algo a mais nessa humana que me faz admirar ela.

Ela ergue sua mão com receio e acaricia os meus pelos e fecho os olhos com o contato. Então ela fala: — Eu sei que não devia estar aqui fora em dia de lua cheia, eu sei me desculpe, mas a droga da deusa não me responde e eu… eu preciso de respostas, isso está me matando grandão, isso está me matando aos poucos. — ela diz fica de joelhos na frente de Lucien com os olhos em pura agonia e lágrimas eminentes. 

Ninguém nunca teve coragem de relar em mim se ser obrigada a isso, mas os toques dessa humano me fez querer protegê-la, me fez querer sentir.. sentir pela primeira vez o que era o amor, posso ser um monstro, a besta terrível mas para essa humana hoje eu serei se porto seguro. — Então enquanto a mulher de cabelos  de fogo gritava com a Deusa. — Eu apenas me deitei e fiquei ao seu lado esperando que ela se acalmasse. — Como um bom cachorrinho.

Estou intrigado com o que essa humana mas não irei feri-la de maneira alguma.

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