O Alfa Está Aqui

Hellen parecia uma princesa tirada de uma das histórias que mamãe nos contava antes de dormir quando éramos crianças.

O seu cabelo ruivo estava parcialmente trançado, o vestido branco agarrava o seu corpo, as alças caiam sobre os seus ombros e a sua maquiagem realçava ainda mais os seus olhos verdes.

Hoje mais que nunca noto que não pareço mesmo com eles, papai é ruivo de olhos verdes e a minha mãe loira de olhos azuis, Hellen puxou ao papai e Hanna os cabelos vermelhos do nosso pai e os olhos da nossa mãe, eu por outro lado tinha cabelos longos e castanhos, os meus olhos eram âmbar combinava perfeitamente um com o outro, mais castanho era diferente de vermelho, era algo notável, eu deveria ter percebido, mais enfim.

Eu usava um vestido dourado, escolha de Hellen, cabelo preso com uma fita e um simples maquiagem, eu entrei jogando pétalas de rosas no chão, as damas de honra vinham logo atrás, todos estavam de pé olhando para mim, há se eles soubessem a verdade, eu já era julgada por não ter lobo, então agora eles teriam mais motivos para acabar comigo, não que eu me importasse, depois de algum tempo eu parei de me importa e foi sem dúvidas uma das melhores coisas que eu já fiz.

Chegando até o final tomei o meu lugar, assim como as outras, Pitter o meu cunhado já estava no altar e então a noiva entra conduzida por meu pai, os olhos de Hellen brilhavam, ela tinha o sorriso mais lindo nos lábios, Pitter deixou cair uma lágrima que julguei ser de felicidade.

Nós tínhamos nossas desavenças, mais eu estava feliz por eles, só um cego não conseguiria ver o quanto eles eram apaixonados, a Deusa da lua acertou em cheio nesse casal.

Finalmente a cerimônia acabou e todos nós fomos festejar, Lúcio tentou me fazer mudar de ideia, mais era algo indiscutível, a hora estava chegando, eu senti um frio na barriga, eu se quer conseguia comer, estava muito ansiosa, depois de tirar uns zilhões de fotos eu já me sentia exausta, sentei e esperei, quando todos foram para a pista de dança, eu sabia que ali era a minha deixa, sai de fininho mais não sem antes os olhar uma última vez, a minha família estava alegre, Lúcio me olhou e eu sai, antes que alguém desse por minha falta.

Subi as escadas até o meu quarto correndo, troquei o vestido por uma calça e blusa, calcei os meus sapatos, peguei a minha mochila e desci com cautela, não havia ninguém, fui pela minha passagem secreta e caminhei até depois do lago, chegando até a estrada, Lúcio deixaria um transporte lá para mim, eu estava contando que ele não esquecesse.

Quando eu virei a rua sorri comigo mesma e o agradeci mentalmente, ele não havia esquecido, subi no cavalo e sai, eu chegaria ao Norte antes do que esperado, esse era o cavalo do Lúcio, o mais rápido da nossa alcateia.

Cavalguei o mais rápido que consegui, os primeiros raios já começavam a iluminar o céu, eu estava contando que ninguém sentisse a minha falta, Lúcio diria que eu estava cansada e fui dormir, tranquei a porta e trouxe a chave, só entrariam no meu quarto usando a força.

Eu fui o mais rápido que consegui, cheguei a um pequeno vilarejo poucas horas depois do horário do almoço, parei em um restaurante e comi um sanduiche rápido, não podia perder tempo e logo peguei a estrada novamente, a minha segunda parada seria somente para dormir, descansaria por três horas o suficiente.

Eu já estava longe o bastante, passava das duas da madrugada quando eu parei, peguei um quarto por uma noite, estava exausta, mal entrei no quarto e já fui tirando as minhas roupas, tomei banho e me deitei ligando finalmente o meu celular.

As mensagens não paravam de chegar, abri as do Lúcio primeiro

12: 06 Os seus pais já deram por sua falta

12: 07 Acho melhor você voltar, vão começar a me interrogar sabe disso não é?

12:22 me perdoe, eu preciso falar ou o meu pai usará o elixir da verdade em mim.

Praguejei e liguei para o meu pai que logo atendeu

— Aonde você está? Volte agora para casa. —Papai disse e eu podia sentir a sua raiva

— Não posso Pai.

— O Lúcio nos falou aonde esta indo, você está maluca? Se souberem que é a minha filha vão te matar.

Eu se quer o respondi, ouvir a voz embargada da minha mãe me desconsertou

—Arya, Arya, volte para casa, volte agora. Filha... —Mamãe dizia e eu podia sentir o seu desespero.

— Não posso, eu sinto que eu preciso fazer isso, eu vou ficar bem.

— Você não precisa fazer nada, se quer tem um lobo Arya, por favor volte para nós.

— Eu amo vocês, preciso ir, darei notícias em breve.

— Não, não, Arya... Aryaaa. Ela desligou — Helena diz em sinal de derrota.

— Temos que ir buscá-la Helena.

— Não, deixa ir.

— Você está maluca? É a nossa filha

— Eu sei, mais algo me diz que ela precisa fazer isso, mesmo que... Só deixe a ir Arthur.

Ela diz e sai do escritório indo para o seu quarto.

Quando encerrei a ligação não conseguia dormir, somente um breve cochilo de uma hora, levantei, me aprontei e voltei para a estrada.

Foram três dias e quase três noites, eu estava exausta quando avistei Monteaveu.

—Chegamos. —Disse acariciando o cavalo.

Os portões estavam abertos, o que eu achei estranho, assim que eu avistei a primeira pousada parei e entrei, lá estava um senhor e uma jovem, aqui parecia perfeito para ficar.

— Um quarto por favor.

— Por quantas noites? —A jovem me perguntou

— Ainda não sei.

— Temos um pacote semanal o que acha?

— Parece perfeito para mim.

— Liana, me chamo Liana.

Ela disse e sorriu para mim, o que eu achei muito estranho, como o povo que nos atacava era tão hospitaleiro.

— Esse é o meu pai, Leonard.— Liana disse apontando para o senhor sentado na cadeira ao seu lado

— Oi

— Seja bem-vinda a Monteaveu.

— Obrigada, agora poderia por gentileza me dizer qual é o meu quarto?

— Me desculpe, você deu sorte, ficará com o quarto 25 é o último que temos.

— Sem problema

— Eu a levo até lá. — Liana diz já dando a volta no balcão, então eu a segui sem ter outra opção

— Você veio para o festival? Se sim chegou atrasada, hoje é o último dia.

— Que festival?

— É uma tradição nossa, quase que não tinhamos esse ano, bom, é uma semana inteira de festa, tem de tudo um pouco, barracas de jogos, roupas, comida e muito mais, tem várias atrações, hoje é o último dia, você deveria ir.

— Vou pensar nisso, obrigada!

— Eu irei ás 20 horas, te espero lá na frente se quiser ir... Aqui, chegamos ao seu quarto.

— Obrigada. — Eu digo e entro.

Me instalo, o quarto é pequeno mais bem arrumado, vou para o banheiro e deixo a água gelada levar todo o meu cansaço, quando eu saio olho no relógio que marca 19:46, se eu quero descobrir alguma coisa ir a esse festival me parece uma boa.

Coloco um macacão curto preto, os meus sapatos, penteio o meus cabelos e olho para o relógio que marca 20 horas em ponto, olho para o frasco e decido não desperdiça-lo, já usei mais da metade tentando não deixar rastros, ninguém aqui sabe quem sou, me olho uma última vez no espelho e saio antes que eu perca a minha única companhia, quando chego a Liana ainda estava lá.

— Pensei que não viria. — Liana diz assim que me vê

— Eu também. — Digo e nós duas sorrimos

Caminhamos um pouco, a pousada não ficava longe e já dava pra se notar a movimentação, eu olhei para tudo aquilo encantada, eu estava rodeada por "inimigos" e ainda assim conseguia me encantar.

— Vem vamos comer um pastel

— Vamos.

Fizemos nossos pedidos e esperamos, não demorou muito apesar de ter muita gente, agradeci pelo pastel e dei um mordida até aquele cheiro invadir as minhas narinas.

— Está tudo bem? — Liana pergunta

— Sim, o pastel está quente. — Falo tentando disfarçar.

— Olha só o alfa está aqui.

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Comments

Carmilurdes Gadelha

Carmilurdes Gadelha

Agora a história vai esquentar

2025-01-31

0

Claudia Claudia

Claudia Claudia

agora começa a história 😬😬

2025-01-27

0

Rose Dias

Rose Dias

tá ficando hom

2025-01-16

0

Ver todos

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