Pregando peças

Ou seja, não consigo anular meu casamento corretamente por um ano e o que me sobrou foram brincadeiras para fazer com ele, tenho certeza que o senhor certinho não aguentará mais que um mês sendo provocado, afinal, ninguém nunca implicou com ele dessa forma e desse jeito.

Levantei-me animada, pois achei uma maneira de incomodar ele e me divertir ao mesmo tempo. Simplesmente genial!

Fui à cozinha e peguei um recipiente de aproximadamente dois litros e meio de água, enchi com água, misturei farinha de trigo, alguns ovos e misturei tudo muito bem. O líquido ficou um pouco gordo, porém agradável para a ocasião.

Levei até o segundo andar e deixei o balde com a pequena mistura feliz na sacada de frente para o jardim. Eu não perdi tempo e fui até o novo funcionário que começou há pouco tempo e, portanto, não deve ter conhecimento de muitas coisas.

Stella — Sebastian? Tudo bem?

Sebastian — Tudo está como nos conformes, minha Senhora, como posso te ajudar?

Stella — Sebastian, eu preciso de um favor sendo segredo

Sebastian — Esconder as coisas do senhor pode me envolver em muitos problemas Senhora

Stella — Você não vai esconder nada dele, na verdade, eu quero fazer uma surpresa para ele, para tentar termos um casamento mais amável, você me ajudaria nisso?

Sebastian — Se é assim, eu ajudo com certeza! Só me dizer o que é para fazer.

Stella — preciso que você leve ele até o jardim, quase debaixo da sacada, eu vou estar na sacada escondida e depois aparecerei e cantar para ele

Sebastian — Com que desculpa levo ele até lá?

Stella — Fala que tem algo que ele precisa ver urgentemente com os próprios olhos sobre a Senhora, no caso, eu! Ele nunca me escutou cantar e eu acho que está na hora.

Ilay no livro era justo antes de perder a cabeça, por isso acredito fielmente que ele não prejudicará o mordomo por ser enganado por mim, mas sobre o mordomo eu já não tenho certeza se ele vai me perdoar por fazer isso.

Na sacada escutei os passos deles e aguardei até pararem.

Ilay- E então? Onde ela está?

Rapidamente eu me levantei já com o balde em mãos.

Stella — Bem aqui!

Assim que ele olhou, joguei o líquido nele. Fiquei satisfeita vendo ele parado kkkkkkkk provavelmente surtando de várias formas possíveis em sua cabeça.

Ele limpou seu rosto com a mão e suspirou fundo antes de olhar novamente

Ilay — o que é isso?

Stella — Água, Farinha e ovos, Senhor

Ilay — Você sabe que essa não foi a pergunta!

Stella — Bom, eu acho que foi! Até mais Ilay!

Ilay — STELLA!!!

Stella — NÃO TE ESCUTO DAQUI ILAY!!!

Sai rindo e fui me esconder, não estava a fim de escutar um sermão, pois estava com um humor ótimo depois disso.

SEIS MESES DEPOIS

Nos últimos seis meses tenho pregado peças nele quase diariamente, eu achei que ele não fosse durar um mês, mas já se passaram seis e ele ainda não colocou o orgulho de parte, não retaliou, não gritou comigo, nem mesmo me chamou para conversar.

E não foi por falta de esforço! Joguei água cheia de coisas nele pelo menos umas cinco vezes! Passei cola na cadeira dele algumas vezes, na cadeira do jantar e do escritório. Também passei em seus sapatos e até mesmo colei seus travesseiros na cama. Joguei tinta nele três vezes, ele ficou no mínimo dois dias manchado de azul, verde e preto. Também já coloquei pimenta em sua comida, sal no chá, até mesmo joguei terra em seus sapatos para ele se sujar enquanto calçava de manhã.

Por fazer bagunça às vezes, peguei do meu orçamento e dei 5 moedas de prata para cada funcionário toda vez que aprontava alguma coisa. Acabou que todos os funcionários estavam adorando isso e alguns até me davam ideias para as próximas vezes.

Sem dúvidas estava sendo um entretenimento enorme, já que não existe nem uma TV nesse mundo para eu ver enquanto descanso.

Mas tirando isso de lado, a estrada já estava quase pronta e os chalés estavam pela metade. Carl me ajudou muito com a escolha dos funcionários e isso foi crucial para manter um trabalho estável e agradável ao longo de todo esse tempo.

Ilay também ajudou negociando as matérias com alguns comerciantes por um preço bem acessível, claro que mandei uma carta para ele pedindo esse favor e eu achei super justo, já que é para o território dele e da futura esposa, quem sabe a Helen.

Enfim, já se passou metade do tempo e logo, logo tudo estará caminhando bem sem mim, vou embora, mas deixarei o território mais estável financeiramente e isso é bem gratificante já que servirá de munição quando Ilay for atrás da Helen.

Hoje por estar com um humor ótimo decidi pregar uma peça mais tranquila, só com água, peguei um balde e esperei na virada do corredor. Depois de um tempo perseguindo ele para pregar peças já sabia que esse horário ele iria jantar.

Dito e feito. Assim que ele virou o corredor, joguei a água nele.

Stella- kkkkkkkkk E então? Você concorda com a anulação agora? Em?

Ilay- Stella…

Ele disse sério dando uns passos à minha frente.

Stella — Você foi avisado Ilay, só concorde em ajudar

Ele começou a caminhar devagar se aproximando de mim, enquanto eu dava passos para trás.

Stella — Ei, pensa bem no que você está fazendo

Ele começou a acelerar e eu fiz o mesmo.

Stella- Ilay!!

Eu me virei e comecei a apertar o passo, sem correr, só para ver se era isso mesmo. Ele começou a andar mais rápido também.

Ilay — eu não quero ser o único a estar molhado aqui.

Isso foi o suficiente! Comecei a correr, tirei meus saltos e joguei para trás na direção dele, mas ele desviou e veio correndo.

Stella- ILAY! PARA COM ISSO!

Desci as escadas com o coração acelerado, pulando alguns degraus e, em pouco tempo, me senti vitoriosa chegando perto da porta. Senti a mão dele no meu ombro e vi que iríamos cair. Foi muito rápido.

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