Capítulo 14

Christina e Antony dançavam abraçados lentamente uma música na pista de dança. Ele encaixado na curva do pescoço dela, balançava o corpo dos dois no mesmo ritmo. Poucas pessoas ainda estavam ali, e no resto do salão. A festa já estava terminando. Algumas mesas ainda tinham convidados, os garçons torcendo para que fossem logo embora para arrumar tudo.

Ao longe o som da estrutura do palco sendo desmontada tirou os dois da bolha que estavam.

- Vamos, linda? Antony se afastou de Christina pegando em suas mãos e a olhando de frente. – Porque você está chorando, Chris?

- Acho que estou triste, não sei. É uma melancolia, um aperto no meu coração. Ela afastou com os dedos algumas lágrimas que tinham escorrido pelas bochechas. – De repente temos tudo e logo depois acaba. É difícil lidar com essa sensação de perda que sinto. Disse enquanto mais lágrimas grossas escorriam pelo rosto.

Antony a abraçou forte e disse em seu ouvido. – Você não perdeu nada, Chris. As coisas estão apenas mudando, pense como se fosse um jogo e estamos passando de fase. Ficará mais difícil, terão mais obstáculos, mas depois tem o prêmio, estamos jogando esse jogo em dupla, fica bem mais fácil assim, não acha? Ela se acalmou parando de chorar.

Ele se afastou, passou os polegares embaixo dos olhos da namorada, tirando algumas poucas lágrimas que tinha ficado ali, deu um selinho em seus lábios e sorriu para ela.

- Vamos para casa? Os garçons estão olhando com cara feia para nós.

Christina devolveu o selinho nos lábios de Antony, pegou em sua mão e foram em direção à saída. Os dois tinham um combinado. Passariam a noite juntos em uma casa que a família de Antony tinha em Morro da Graciosa, ficava em uma pequena chácara que usavam nos finais de semana para descansar. Já tinham organizado tudo antes, as malas estavam no carro dele só aguardando para que irem depois da festa.

Chegaram no estacionamento quase vazio, o carro de Antony tinha ficado longe. Christina vendo a distância tirou os saltos e entregou ao namorado.

- Vamos apostar uma corrida? Eu duvido que você ganhe de mim! E saiu correndo sem olhar para trás.

- Espera aí garota, assim não vale né! E continuou o trajeto caminhando enquanto assistia Christina virando estrelinhas pelo estacionamento. Toda a melancolia de antes tinha passado, ela conseguia superar rápido suas dores. Encarava os problemas de frente, enxergando a parte boa de tudo. Sempre encontrava algo positivo nas coisas, mesmo as ruins.

Antony chegou em seu carro, a namorada estava sentada no capô esperando.

- A senhorita é uma trapaceira, disse e a beijou. Um beijo carinhoso, cheio de sentimentos. – Agora vamos, quero chegar logo na chácara.

- Estou doida para ver o Alfredo! Ele está lá? Christina disse abrindo a porta e sentando no banco do carona.

- Sim, minha mãe o deixou lá para se recuperar de uma doença que pegou. Já deve ter sarado.

Afivelaram os cintos de segurança e partiram rumo à chácara. Christina cochilou logo depois, com a cabeça encostada na janela. Antony não quis acordá-la. Ajustou o ar-condicionado e colocou uma música baixinho, More Than Words, da banda Extreme, a namorada amava essa música.

A viagem durou pouco mais de 40 minutos, Antony parou o carro e desceu para abrir o portão do lugar que estava trancado. Quando voltou para o carro, Christina se espreguiçava.

- Nossa, não sabia que estava tão cansada, dormi a viagem toda, Antony. Por que não me acordou?

Antony sorriu dando a partida no carro. – Você estava dormindo tão bonitinho que não quis acordar. Seguiram com o carro pelo caminho até a casa.

Estacionaram em frente, Christina fechou a porta e ficou encostada no carro olhando para o céu, ali ele parecia ser mais estrelado por não ter tanta luz como na cidade. Antony tirou as bolsas do porta malas, era pouca coisa, ficariam só o resto da noite e voltariam no dia seguinte.

Subiram os degraus da varanda e Antony destrancou a porta. Ligou as luzes e a casa grande e clara apareceu. Em um canto da sala um gato espevitado pulou.

- Alfredo! Christina foi até o animal que se esfregava no sofá. – Como você está querido? Estava com saudades, disse, pegando o bichano no colo.

- Pelo jeito está curado, podemos levá-lo amanhã quando voltarmos, comentou Antony.

Ele seguiu para os quartos para deixar as malas, enquanto Christina foi até a cozinha com o gato no colo ver se tinha algo para comerem e deu de cara com uma cesta com frutas e chocolates e um buquê enorme de rosas amarelas no balcão.

Antony chegou devagar e disse em seu ouvido - Gostou? E foi pegar o buquê, entregou nas mãos dela deixando um beijo em seus lábios.

- Eu amei!! As amarelas são minhas preferidas! Disse cheirando as flores, notou uma caixinha preta no meio. – O que é isso Antony? Perguntou pegando a caixinha

- É um presente, abra logo! Ele estava ansioso, tinha comprado há dias.

Christina abriu a caixa e viu o anel solitário. Encheu os olhos de lágrimas e entregou para Antony. – Coloque no meu dedo.

Antony colocou o anel, beijando sua mão. Em seguida a abraçou.

- Sempre que estiver triste ou com saudades olhe para ele e lembre que estamos juntos mesmo longe.

Christina o abraçou forte e o beijou, ele devolveu o beijo apaixonado que logo se transformou em urgente. Naquela noite ficariam pela primeira vez juntos, ela estava pronta para o próximo passo e ele estava doido para ter a namorada por inteiro.

Antony segurou a nuca dela com uma mão enquanto a outra descia pelas costas. O beijo agora era cheio de desejo, ele a puxava apertando contra seu corpo quase se fundindo. Ela era cheia de curvas, tudo do tamanho certo para ele, Antony pensava. Ele a pegou no colo levando para o quarto abriu e fechou a porta do quarto com o pé.

Christina e Antony na festa

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