Capítulo 4: Um baile interrompido

Quando a música terminou, Tristan a levou de volta até a Condessa, que os aguardava com um sorriso acolhedor.

— Vocês dois foram esplêndidos

Disse a Condessa Adelaide, seu olhar caloroso movendo-se entre Anastasia e Tristan.

Tristan inclinou a cabeça em respeito à condessa.

— Agradeço, condessa. Princesa Anastasia, foi um prazer dançar com você.

Antes que pudesse responder ao Marquês, uma agitação começou atrás deles. Anastasia avistou a sua prima, Princesa Arabella, avançando em direção a eles com um olhar furioso estampado no seu rosto.

Sem pensar duas vezes, Arabella irrompeu no meio da pista de dança, atraindo atenção de todos os presentes.

— Marquês de Lancaster! Como ousa dança com outra mulher quando é a mim que deveria pertencer?

O salão mergulhou num silêncio constrangedor. O Marquês manteve a sua compostura, mas havia uma centelha irritação nos seus olhos.

— Você vai mesmo se casar com ela? Ela não passa de uma descarada.

Anastasia abriu a boca para responder, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Arabella avançou. O empurrão foi inesperado e Anastasia tropeçou para trás, quase perdendo o equilíbrio. A condessa e outros nobres ao redor ofegaram em choque.

Vendo a confusão, Tristan rapidamente segurou Arabella pelo braço, impedindo que ela avançasse novamente.

— Princesa Arabella, controle-se

Disse ele com uma voz firme e autoritária.

—Você não entende, Tristan! Eu faria qualquer coisa por você. Por que tem que ser ela?

 A voz de Arabella estava carregada de desespero e dor.Ela não pôde deixar de se perguntar: Como poderia o homem que ela amava ter escolhido sacrificar sua devoção ao império pelo bem de uma mulher de classe baixa.

— Você está bêbada

Tristan interrompeu abruptamente as ações de Arabella.

— Tristan, eu te amo!!! Absolutamente eu amo.

Arabella soluçou e jogou os braços em volta de Tristan.

— Prefiro que o mundo inteiro saiba do meu amor por você, do que perdê-lo assim.

Tristan virou a cabeça para evitar os avanços indesejados, os seus olhos pousando no trono imperial onde uma comoção ocorria, enquanto a imperatriz desmaiava de choque. Enquanto a condessa Adelaide examinava o caos que se desenrolava diante dela, ela sentiu uma sensação de desespero tomar conta dela. Era como se ela tivesse testemunhado uma cena saída diretamente de um pesadelo.

Antes que pudesse tomar qualquer providência, o príncipe herdeiro apareceu e pegou a mão da sua irmã, arrastando-a para longe da cena caótica enquanto Tristan arrumava as suas roupas desgrenhadas.

Quando o baile chegou ao fim, a atenção da Condessa estava fixa na conversa do Marquês com o príncipe, lançando um olhar para Anastasia, que se dirigia para a varanda. O tecido rasgado do vestido da criança e o cabelo desgrenhado pesou no coração da Condessa.

Na varanda, o seu cabelo preto esvoaçava como ondas do oceano na noite. Anastasia tirou o elástico do cabelo, ela passou os dedos longos e finos pelo cabelo bagunçado, puxando os grampos um por um. A primeira vistas, os movimentos lentos e suaves da mulher pareciam uma dança romântica.

Tristan estreitou os olhos enquanto observava a cena. Os seus olhos se encontraram novamente, na tranquila luz brilhante da lua. De perto, o rosto de Anastasia estava pálido como porcelana e parecia que ela poderia desmaiar a qualquer momento. Antes mesmo de proferir qualquer palavra, a condessa irrompeu o momento.

— Anastasia? A carruagem nos espera.

— Sim, tia.

Com uma despedida singela acenando com a cabeça, ela saiu, deixando a Condessa e o Marquês para trás.

— Diga-me, meu caro Marquês, você sentiu prazer na companhia da bela Anastasia?

Tristan sorriu com tal colocação, um tanto maliciosa.

— Foi prazeroso passar esta ocasião importante com uma dama tão radiante.

A condessa o estudou atentamente.

— Elisa fez um bom trabalho criando o seu filho. Apesar de não ter olhos bons para homens, ela parece ter sido uma mãe excelente.

Oferecendo essas palavras, a condessa guiou Anastasia embora, sabendo que a jovem precisava agora era de uma pausa muito necessária.

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