Abismo De Paixão

Abismo De Paixão

Capítulo 1: O decreto imperial

O sol se punha pintando o céu com tons de laranja e rosa. No salão principal, a melodia do piano ecoava suavemente. A princesa Anastasia, com seus cabelos negros como a meia-noite e seus olhos, de uma cor profunda de âmbar se perdiam em meio às suas próprias notas musicais.

Enquanto ela se entregava à música, a porta do salão se abriu suavemente, revelando a figura imponente da Condessa Adelaide, sua tia avó.

—Anastasia, minha querida.

Disse a condessa com um sorriso amável enquanto se aproximava da sobrinha.

—Você toca tão lindamente quanto sua mãe costumava fazer.

Anastasia interrompeu sua música, virando-se para cumprimentar a Condessa com um sorriso tímido.

—Obrigada, tia Adelaide. Fico feliz que tenha apreciado.

A expressão da Condessa tornou-se séria enquanto ela se sentava em uma cadeira próxima.

—Há algo que preciso discutir com você, minha cara. É sobre seu futuro.

Anastasia arqueou uma sobrancelha.

—Meu futuro?

— Bem… vou direto ao assunto, minha querida. Acontece que você se casará com o Marquês de Lancaster.

Anstasia sentiu como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés. Ela havia sonhado com muitas coisas em sua vida, mas um casamento arranjado certamente não estava entre elas.

—Um casamento? Assim de repente?

— O imperador, deseja o seu casamento e escolheu uma mulher idosa como eu para atuar como a sua casamenteira.

Anastasia, embora fosse nobre, nunca tinha sentido o peso da realeza. Sua alma era livre como os ventos que sopravam sobres os campos além dos muros da que a alta sociedade impunham. Enquanto ela processava tudo aquilo, seus pensamentos vagavam para os campos verdejantes onde costumava cavalgar livremente, longe das responsabilidades da corte. Mas agora, ela estava presa por correntes de dever e tradição.

A condessa observou sua sobrinha com olhos perspicaz e continuou.

—Minha querida, o seu tio que é o imperador, só quer essa união para acabar com qualquer desejo ou esperança da sua prima Arabella. Já que a princesa está prestes a casar e está apaixonada pelo Marquês. Todos na alta sociedade já estão cientes disso, e sua majestade quer evitar tão humilhação.

A condessa suspirou, sua expressão suavizando-se com compaixão.

—Você cresceu, Ana, e a cada dia você se parece mais com sua mãe.

Anastasia abaixou os olhos e a lembrança de sua mãe que ela mantinha guardada como um tesouro precioso.

—Sua mãe, minha querida sobrinha, foi uma mulher corajosa. Ela seguiu seu coração, embora tenha pagado um preço alto por isso. Cristina perdeu seu título porque fugiu e se casou com um plebeu, alguém que a enganou e a fez sofrer até sua morte.

Anastasia sentiu um aperto em seu peito enquanto ouvia a história de sua mãe. Quando ela chegou ao condado, tinha apenas 3 anos, e a imagem que tem dela era de uma mulher forte e gentil, cujo coração foi partido por uma promessa vazia de amor.

A condessa apertou a mão de Anastasia.

—Lembre-se de quem você é, da linhagem que carrega. Use esse casamento como uma oportunidade para se reerguer, não como uma sentença.

—E o que a faz pensar que o Marquês se contentaria com a filha de uma princesa caída?

— Ah,minha querida, você tem sangue imperial, a sua linhagem é tão boa quanto a de um nobre inferior. E pelos rumores que circulam, a mãe do Marquês vem de origens humildes e, embora ele seja de uma família rica, nunca foi reconhecido pelo pai como herdeiro, apesar de ser o filho mais velho. Com isso, ele entrou para guarda imperial, se tornou capitão e é um herói renomado que fez feitos significativos para o imperador e ganhou o título de Marquês.

Anastasia sentiu um nó se formando na garganta. Ela sabia que não podia contestar a vontade do imperador, mas talvez o Marquês tenha o mesmo sentimento sobre esse casamento ridículo, ela pensou.

— Eu entendo, tia!

A condessa assentiu satisfeita.

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No escritório iluminado pelo crepúsculo do anoitecer, estava envolto num silêncio solene. Onde um homem de semblante sério e postura imponente, estava sentado, imerso nos seus pensamentos. O seu mordomo, o respeitável Sr.Jenkins, adentrou o estudo com uma expressão solene, segurando uma carta lacrada com o brasão do condado de Persi.

— Perdão pela interrupção, milorde.

Disse o Sr.Jenkins com reverência.

— Mas está carta acabou de chegar, parece ser do Condado de Persi.

O Marquês ergueu uma sobrancelha, quebrando o selo com cuidado.

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Querido Marquês de Lancaster

Espero que esta carta o encontre bem. Tenho refletido muito nos últimos dias sobre o destino que o imperador traçou para nós. No entanto, devo confessar que não compartilho do mesmo entusiasmo que meu tio demonstra em relação ao nosso casamento arranjado.

Nossas vidas estão sendo moldadas por decisões que não nos pertencem verdadeiramente. Eu não consigo me ver como parte de um acordo político, sacrificando meus próprios desejos e felicidade em nome de alianças reais. Por isso, peço-lhe, em nome da nossa liberdade e autonomia, que não aceite este pedido do imperador.

Com sinceridade,

Lady Anastasia

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O Marquês leu as palavras da princesa com uma surpresa e uma pitada de humor. Ele nunca esperava tal ato de rebeldia vindo de alguém que ele esperava ser uma típica aristocrata.

— Milorde, o que deseja fazer em relação à carta?

Perguntou Sr.Jenkins, que aguardava.

—Prepararei uma resposta.

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