perseguição

Após a minha janta Dante ajudou-me com o banho, coloquei uma roupa simples e Julian já tinha me trazido todas as coisas da casa dele, daqui iríamos direto para o hangar e voltaríamos.

__ Amor, sente aqui na cadeira de rodas que irei te levar até o carro, vamos evitar esforços desnecessários- Dante falou e eu não neguei.

Fomos até o carro e saímos do hospital em direção ao hangar, o médico que veio para meu atendimento estava no outro carro e com ele veio pelo menos mais 10 soldados pelo que vi, os dois homens de confiança do Julian também estavam ali, logo percebi que Dante e Julian estavam tensos, eles não me falariam nada, mas não sou idiota, não perguntaria, porém, observar os movimentos era crucial para minha sobrevivência.

__ Julian, tem uma arma carregada né - Dante falou.

__ Assim você me subestima cara, eu sempre tenho uma arma- ele falou.

__ Tem um carro seguindo a gente, desde a esquina do hospital - ele respondeu mais uma vez.

__ Amor, coloca o fone e fecha os olhos, não abre, essa seleção musical eu baixei para você, são músicas que me lembram de você e do quanto eu te amo- Dante falou, e eu estava com tanto medo que paralisei, não consegui responder, só aceitei o fone e fiz o que ele falou.

Fechei os meus olhos e ao som das músicas consegui desprender-me do momento, estava de cinto e o carro ainda estava em movimento, pedia que Deus nos protegesse e arrependia-me de me colocar em risco dessa forma.

Dante...

Assim que saímos do hospital vi que um carro nos seguia, provável que os soldados não acharam todos os homens do Banin, não falei nada antes com Julian para não assustar Samira, ainda bem que ele percebeu, quando se aproximaram mais aí eu coloquei o cinto nela e dei o fone para escutar as músicas, queria acalmar ela e pedi que não abrisse os olhos um só momento.

Os carros aproximaram-se e vi que colocaram uma arma para fora, estávamos em uma via muito movimentada e eu não poderia armar um “show” assim, Julian dirigia, então falei:

__ Julian vai para uma área mais limpa, sem tanta gente, os soldados já estão atrás daquele carro como eu pedi, vamos seguir por outro caminho e paramos.

Julian estava com a adrenalina a mil, mesmo não atuando a alguns meses com a máfia, ele tinha no sangue isso, então fez o que disse rapidamente.

Os meus olhos iam constantemente na Samira, via que ela não chorava e as suas mãos iam sempre a sua barriga.

__ Julian, ali faz uma manobra e para de frente, os vidros são blindados, vou abrir o espaço do teto solar e atiramos - falei e ele engatilhou a sua arma.

Num movimento saquei a minha arma e sincronizados atiramos, foram minutos para que eles reagissem e começassem a atirar também.

Os nossos homens começaram a atirar também e em pouco tempo estavam todos mortos, o motorista ainda vivo clamou por misericórdia.

__ Don, por favor, deixe-me aqui, eu não vou me envolver nem voltar, o Banin é um sádico doente, te conto tudo que sei- ele falou.

__ conte-me e decido se vale ou não- falei e então ele disse.

__ O Banin não quer a sua mulher para sexo, ele quer usar ela como brinquedo, ele maltrata das piores formas, ele não tem interesse sexual em mulher nenhuma e disse que mataria ela e mandaria os pedaços para você, ele está com a localização do seu hangar e da sua empresa, nesse momento vai colocar gente nas duas posições.

__ ele sabia do Brasil como? - Julian perguntou.

__ Na sua casa existe uma informante dele, a enfermeira está infiltrada lá passando informações- ele respondeu.

Atirei na sua cabeça e não tive tempo de reagir quando olhei Samira de pé próximo de nós, ela foi silenciosa e ouviu tudo, olhou-me com cara de apavorada e caiu, o meu soldado foi rápido e a segurou, corri até ela e o médico já veio ao meu encontro.

__ Bambina, acorde, limpem tudo, - falei enquanto pegava o celular e ligava para o Fernando.

__ Irmão, vieram atrás de nós aqui no Brasil, preciso pousar o jato na mansão, tem gente escondida no hangar e na empresa, a Vadia da Talia é uma informante, leve ela para o galpão, estou atendendo a Samira e voltaremos.

__ Considere feito, pai tinha razão, a cobra me paga- ele falou.

Resolvemos deixar ela no chão para o médico tratar, coloquei o casaco atrás da cabeça dela e quando tirei a mão tinha sangue.

__ Sangue? Faça algo infeliz - falei puxando o médico pelo colarinho.

__ Calma senhor, ela está acordando e poderemos voltar para o hospital, deixe-me ver o estado e gravidade aí já te passo um diagnóstico - ele falou e Julian me disse:

__ Don, solte o homem para cuidar dela, se acalme.

Senhorita Samira? Não tente levantar, sou seu médico, você desmaiou e teve um pequeno corte na cabeça - ele disse e ela procurou-me com os olhos.

Amor, eu quero ficar aqui, não posso arriscar voltar e ser pega, esse infeliz quer me machucar- o que eu temi aconteceu, ela ouviu e lembrou.

Ninguém vai te tocar, eu preciso voltar e não posso deixar-te aqui, não teria paz longe de você, confia em mim- falei lhe dando a mão e a sentando devagar, enquanto o médico olhava a sua cabeça, ela escorou a cabeça no meu peito e quando o médico falou que precisaria levar três pontos ela ficou apavorada.

Sugere que voltemos ao hospital? Estamos próximos ao hangar, podemos ir até qualquer um dos lugares- falei para ele.

__ Foi um corte pequeno, é bem limpo, tenho as minhas coisas no carro, Sr. Julian ajuda-me a lavar a mão e luva com álcool e desinfectar tudo, ela precisa ficar bem parada- ele disse.

__ Não, Dante? Aqui não, vamos até o avião, eu tenho medo de agulha,  minhanha pressão está alta ainda, se eu desmaiar pelo menos estou no avião já- ela disse e assenti.

Com certeza se me pedisse o mundo eu daria.

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