Vitória estava com vontade de ir ao banheiro, mas como pedir isso ao homem que apenas a observava com uma expressão indecifrável. Com certeza os seus cabelos longos e loiríssimos estavam um caos, seus olhos deviam estar inchados por ela ter dormido, escondendo a beleza de seus olhos azuis, ela pensa se espreguiçando. Suas pernas formigavam e seu estômago roncava, mas no momento ela só queria ir ao banheiro.
— Sabe há quantas horas está aí dentro? — O homem pergunta por vê-la se espreguiçar.
— Confesso que eu nem imagino...
— Há muitas horas, como conseguiu ficar nessa posição por tanto tempo? — Ele abre a parte de trás da carroceria e a ajuda descer.
— O senhor vai contar a alguém que me encontrou? — Pergunta receosa.
— Vamos conversar primeiro...
— Antes, eu posso ir ao banheiro? Estou muito apertada — Vitória pede mordendo o lábio inferior.
— Conseguirá ir com esse roupa?
— Com licença — Ela ia se afastando, mas logo se lembra não saber onde estar e muito menos onde ficava o banheiro — Onde fica o banheiro?
— É só entrar e seguir por um corredor, última porta.
Sem responder, Vitória segue as instruções. Ao entrar no banheiro ela consegue levantar a saia do vestido e enfim faz as suas necessidades, chega a sorrir de alívio.
— Aí! Que maravilha — Suspira satisfeita, mas logo pensa no homem que a esperava para conversar — Agora é hora de convencer o colega a não me dedurar.
Antes de sair do banheiro ela pensa em como convenceria um desconhecido a não entregá-la. Precisava se livrar da situação que se meteu, se antes a coisa estava feia para o seu lado, por ter que se casar com Dornelles, agora tudo tinha se tornado ainda pior, por estar correndo o risco de ser encontrada e humilhada por Dornelles.
Saindo do banheiro ela volta pelo mesmo caminho, mas antes que saia da casa, encontra o homem de braços cruzados no final do corredor como se estivesse esperando por ela.
— Poderia me explicar agora, por que escolheu o meu carro para se esconder?
— Bem, eu não escolhi o seu carro, quer dizer, não assim de forma premeditada, foi mera coincidência ser você o dono. Eu me chamo Vitória, sou a noiva de, você sabe quem, mas como eu posso explicar... — Ela morde os lábios, o que isso interessava a ele? Mas ela não sabia o que dizer para convencê-lo a deixar sumir dali e ele permanecer de boca fechada.
— Você sabe quem eu sou? — Ele pergunta levantando uma das sobrancelhas, depois de perceber que ela nada mais diria.
— Acredito que eu nunca tenha te visto — Vitória sorri, mas agora de nervoso — Mas é que... como eu posso dizer...
— Quer que eu te ajude? Você fugiu do próprio casamento, deixando um noivo furioso e um pai desesperado e escolheu o meu carro para se esconder, eu só quero saber o motivo?
— Eu não podia me casar com aquele homem, podia? — Vitória põe as mãos na cintura — Ele pode ser seu amigo, mas saiba que ele é um ser desprezível, um salafrário e um grande mentiroso.
— Se ele é tudo isso, porque estava disposta a se casar com ele? — Pergunta mesmo sabendo a resposta.
— Porque aquele idiota foi dizer ao meu pai que tivemos relação, você acredita nisso?
— E não tiveram? — pergunta com um sorriso de lado.
— Preferia perder a minha virgindade com um qualquer do que com aquele traste — O homem apenas ri, quer dizer que ela ainda era virgem? Se pergunta curioso sobre a noiva do seu primo.
— Só por terem transado, foi obrigada a se casar? Em que século estamos? Ou por acaso você é menor de idade? — Vitória levanta o vestido, já irritada por ainda está vestida com ele, era desconfortável e quente.
— Não sou como essas meninas da cidade, só vou me entregar a alguém depois do casamento, ou por amá-lo muito e, para a sua informação, eu já sou uma mulher adulta, tenho 20 anos.
— Muito adulta — O homem ri debochado — Mas vamos lá, preciso ligar para Dornelles, não quero que ele pense que eu sequestrei a noiva dele.
— Não, não, não, não... por favor não faça isso — Mais uma vez Vitória suplica
— Por que não? Não te conheço, não sei das suas intenções, e sou um pobre trabalhador, não quero me complicar com alguém como Dornelles, ele é rico e influente, posso até ser preso se ele me acusar de sequestro.
— Olha, eu vou embora, e você nunca mais irá me ver, eu prometo.
— Posso saber para onde vai, vestida desse jeito? Não é todo dia que uma noiva anda pelas ruas vestida assim — O homem a provoca.
— Darei meu jeito não se preocupe — Vitória sai da casa sendo seguida pelo homem, e percebe que eles estão em uma casa com muito verde em volta. Ela sorri, naquela mata ninguém a encontraria, poderia viver por dias ali, com as habilidades de sobrevivência que tinha. — Agradeço a carona e, shiii — Ela coloca o indicador nos lábios, pedindo silêncio — Você nunca me viu.
Depois de dar uma piscadinha para ele, Vitória sai arrastando o seu vestido e o homem se mantém de braços cruzados e com um sorriso de canto, olhando ela se afastar toda otimista.
Klaus fica observando Vitória seguir por um caminho de pedra toda confiante, olhando a sua atitude, ele pensa que, ou ela era doida ou muito corajosa para se aventurar por caminhos desconhecidos. Vitória por sua vez, está decidida e mudar o seu destino.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
gata
Tou gostando! Começando 08/02/2025
2025-02-08
1
Ilma Matias da Cruz
essa tem atitude
2025-01-25
0
Pati 🎀
Klaus será um aliado a princípio 🤭
2024-12-20
1