Vitória pega a sua carteira da bolsa, sem que o pai veja. Nela estava um único cartão, que o pai lhe deu depois de lhe abrir uma conta no banco onde depositava mensalmente uma quantia para ela, quantia essa, que ela nunca se preocupou em saber o valor, tinha também algumas notas de pequeno valor e os seus documentos. Ela dá um jeito de guarda a carteira no busto do seu vestido, ficou um volume estranho, mas isso era o de menos, só queria estar preparada, caso uma oportunidade surgisse.
Vitória a cada minuto se sente mais nervosa, principalmente quando o carro entra no sítio do noivo, onde seria realizado o casamento e isso a deixa em pânico. O momento do infeliz sim, estava chegando e o seu medo era não conseguir responder o que Dornelles esperava, sim. A vergonha para ele seria ainda maior se ela diante de todos os convidados dissesse: Não, eu não aceito esse homem como o meu marido.
Casar com ele seria a sua morte, pensa soltando um suspiro. Não conseguia se imaginar casada com Dornelles, dormindo na mesma cama, só em pensar nisso, ficava apavorada, não tinha nada nele que a atraísse, nem a sua beleza a atraia.
Vitória ajeita mais uma vez a carteira no busto, precisava se livrar daquele casamento, não iria se casar, estava decidida, mas não podia correr o risco da carteira ficar pelo caminho.
Quando o carro estaciona, Vitória sente o coração disparar, suas chances estavam acabando, mas ainda mantinha a esperança de que um milagre acontecesse. Ela pede ao pai que a deixe sozinha no carro para fazer uma oração, mesmo reclamando o pai sai do carro, mas tira a chave da ignição. Sua oração era que Deus desse uma direção à ela, mas nada vinha a sua mente. Se saísse correndo do carro, seria alcançada em segundos.
'Por que não fugi antes?' Se pergunta irritada com ela mesma, mas como uma resposta divina os seus olhos são direcionados a uma camionete com a carroceria coberta, talvez devido ao tempo chuvoso.
O carro estava estacionado alguns metros do dela, e tudo o que ela precisava fazer era entrar ali sem que ninguém visse e ficar ali escondida. Com certeza não iriam procurá-la nos carros dos convidados, pensa otimista.
Enquanto isso, Dornelles a espera ansioso. Ele era um homem bonito, aos 30 anos chamava a atenção por sua beleza. Era alto com a pele bronzeada do sol, cabelos negros e olhos verdes intensos e ao mesmo tempo frios, por não expressarem emoções. Dornelles não demonstrava sentimentos por ninguém, talvez amasse os pais com quem morava no sítio vizinho ao de Vitória.
Sua fama era de conseguir tudo o que queria, nem que fosse preciso pagar para obter, e essa foi a maneira dele ter convencido o pai de Vitória a aceitar o casamento deles.
Desde jovem, Dornelles aprendeu com o pai que nada é errado desde que lhe faça feliz, sua mãe não era muito a favor dessa afirmação, mas não contestava com nenhum dos dois.
Dornelles já estava impaciente, a noiva estava com mais de meia hora de atraso, e isso já tinha feito ele perder toda a sua pouca paciência "Quem ela pensa que é para me fazer esperar assim?" Pensa com raiva, mas sem demonstrar estar preocupado pois, em seus lábios ostentava um sorriso, querendo demonstrar que tudo estava bem.
— O que ele faz aqui? — Pergunta para a mãe que ajeitava a sua gravata.
— Você mandou lhe enviar um convite, esqueceu? Ele é o seu primo, não esqueça disso — Dornelles olha para o primo, que parecia estar alheio a tudo, pois estava distraído vendo algo no celular.
— Meu tio mesmo não veio.
— Ele pediu desculpas a seu pai, disse que Magda não estava se sentindo bem.
— Deve ser o peso, detesto mulher gorda.
— Meu filho, não fale assim, sua tia nem tão gorda é.
— Ela não é minha tia, ela é esposa do meu tio, é bem diferente.
— Filho, já estou começando a ficar preocupada, onde está a sua noiva?
— A NOIVA CHEGOU!!!
Alguém grita na entrada do salão e todos ficam atentos a entrada da noiva, inclusive o primo de Dornelles que guarda o celular no bolso interno do paletó.
Dorneles sorri, logo Vitória seria a sua esposa. A escolheu desde que a viu pela primeira vez, com os seus longos cabelos loiros ao vento, seus olhos azuis que lhe sorriram com o seu brilho e aquele sorriso angelical que o deixou fascinado. Naquele dia ele disse a si mesmo "Ela será minha". Pensou que por ser bonito fosse conquistá-la fácil, mas diferente das mulheres com quem saia, parecia que beleza era o que menos importava para ela.
Quanto mais ela o rejeitava, mais ele a queria, por isso decidiu procurar Gregório e confessar o seu amor pela filha dele, mesmo que não a amasse, ele a queria. Não ficou surpreso quando Gregório aceitou sua proposta, ele iria quitar todas as dívidas do sítio, desde que Vitória fosse convencida a se casar com ele.
Estar ali esperando ela surgir vestida de noiva o deixava em êxtase, mais uma vez havia conseguido o que queria, ela seria sua, só sua. Ele estranha ela estar demorando a entrar no salão, mas logo descobre o motivo.
— A NOIVA SUMIU! — O sorriso de Dornelles morre, sem conseguir acreditar no que tinha acabado de ouvir.
— Isso não pode ser verdade — Furioso, Dornelles sai do salão com intenção de encontrar a sua noiva.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Nilda Oliveira
Eu faria o mesmo casar sem amor até parece kkkk
2024-12-08
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Cirene Bandeira
bem feito que ela Vá Pra longe
2024-12-26
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Nanda Ribeiro
Pois!! Nem tudo é dinheiro 😅
2025-01-25
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