Dona Do Meu Destino
O que fazer em uma situação onde não se vê saída? O que fazer se a única pessoa que podia te defender, te vende por um punhado de notas? Isso com a alegação de estar te protegendo. Vitória não consegue nem mesmo chorar, tudo o que mais queria era se livrar de um compromisso que não assumiu e não ficar chorando com a cabeça em um travesseiro.
Era a sua última noite como solteira, na manhã seguinte teria que ir ao encontro daquele por quem não nutria nenhum sentimento bom, pois tudo o que ele fez foi comprá-la, como ele mesmo disse quando se encontrou com ela para lhe dar um anel de noivado, que foi rejeitado e lhe lançado na cara.
"— Não vejo a hora de acabar com a sua marra, dessa vez não terá como se livrar de mim, ou se casa comigo ou perderá o seu sítio" — Essas foram as palavras que ouviu quando Dornelles tentou lhe colocar um anel de noivado no seu dedo anelar.
— Nem morta eu me entrego aquele miserável — Vitória fala sozinha andando de um lado para o outro no quarto, com a cabeça doendo de tanto pensar.
A noite foi péssima, Vitória não conseguiu dormir, ela ainda pensou em fugir, mas não tinha para onde ir e nem conseguia se imaginar longe do seu sítio, onde morava desde que nasceu, se havia um mundo lá fora, ela não se sentia atraída a conhecer.
— Bom Dia, minha menina. O seu pai acabou de chegar.
— Confesso que eu pensei que ele fosse desistir de me entregar aquele homem que só me causa náusea.
— Vitória, não discuta mais com o seu pai.
— Ele não é meu pai, Nana. Ele nunca foi — Vitória sai do quarto indo para o banheiro tomar um banho, tinha chegado a hora de se arrumar para o pior dia de sua vida.
Já arrumada, Vitória olha pela janela do seu quarto, contempla uma chuva fina que caia, era como se o dia estivesse triste como ela estava. Desde criança ela dizia que se fazia sol, se sentia mais feliz. Se nublado, gostava apenas de pensar em como ela seria no futuro. Quando a chuva caia em meio a raios e trovões, dizia ser para levar os problemas. A chuva fina, como aquela que caia, era sinônimo de tristeza, assim ela pensava, sentindo uma imensa vontade de chorar, mas não faria isso, não tinha tempo para se lamentar e se sentir um mártir, se tivesse de agir tinha que pensar rápido pois, o seu tempo havia se esgotado.
Ainda não conseguia acreditar que estava sendo forçada a se casar para salvar o sítio que herdou de sua mãe. O sítio nunca gerou prejuízos, assim ela acreditava, e não entendia o motivo que o pai a obrigava a se casar com o sitiante vizinho para salvar o sítio da falência.
Nada lhe tirava da cabeça que ele apenas quis vendê-la como era feito com os porcos que criavam no sítio, vendiam, obtendo bons lucros.
— Vitoria! O que faz aí parada? Vamos minha menina, o seu pai já está te esperando impaciente. — Nana chega no quarto de Vitória a apressando.
— Que espere! Talvez ele se cance de esperar e desista dessa maluquice . — Vitória responde sem olhar para Nana.
— Você conhece o seu pai, ele acredita que está fazendo a coisa certa.
— Ele me vendeu, Nana — Vitória olha para aquela a quem tinha como mãe — Ele nunca se importou comigo, desde que mamãe morreu essa é uma das raras vezes que ele vem aqui.
— Minha menina, não pense nessas coisas agora. Tente aceitar o seu destino.
— Isso não é destino Nana, isso é castigo. Meu pai pensa que com o dinheiro que Dornelles tem, é a felicidade em pessoa, pura enganação. Para que eu quero dinheiro? Eu nem saio do sítio.
— Dornelles é um bom homem, e muito bonito também.
— É também chato, mulherengo, safado, mentiroso e soberbo.
— Vamos! Vamos, antes que o seu pai venha te buscar.
— Eu não quero me casar, Nana. — Vitória fala desolada.
— Deixe de bobagem...
— Nana, você acredita em mim? Eu nunca tive nada com Dornelles, ele mentiu para o meu pai, eu jamais ficaria com um traste como ele.
— Ah! Minha menina, acreditando ou não em você, eu não posso fazer nada para impedir que se case com ele. — Nana a abraça.
— Eu não quero me casar com ele, Nana. Eu não quero.
— Tente aceitar as coisas como são, será melhor para você. Seu pai não vai deixar você desistir desse casamento, ainda mais com o noivo já te esperando no altar — Nana tenta a convencer — Vamos que a noiva está mais do que atrasada.
Vitória mais uma vez olha para a chuva que caia, e sem opção ela sai do quarto com Venância, a quem chamava carinhosamente de Nana. Gregório, o pai de Vitória, a aguardava na sala, vestido elegantemente, em seu terno escuro e seus sapatos lustrados. Quando ele a vê chegando vestida com um vestido de noiva branco, modelo princesa, sorri, mas ela não sabia dizer se a sua felicidade era por ela estar se casando, ou por ele estar com a conta bancária recheada.
— Você está linda filha...
— Queria não estar — Reponde passando por ele rejeitando a mão que ele lhe estende.
— Onde pensa que vai?
— Beber água, posso? Minha vontade é tomar uma dose grande de veneno, mas nem você e nem Dornelles merecem que eu faça tamanho sacrifício.
— Você é mesmo como sua mãe, adora um drama.
— Acredito que se ela fosse viva jamais concordaria com essa palhaçada.
— Outra, em seu lugar, estaria fazendo festa por se casar com Dornelles, um homem rico e de boa aparência.
— Então por que não casa o senhor com ele?
— Olha o respeito sua fedelha — Nana olha para Vitória a repreendendo.
— Vou beber água e depois vou ao banheiro...
— Você está atrasada.
— Se ele quer tanto me desposar, que espere. Nana, pegue a minha bolsa, por favor, eu esqueci no quarto.
— Eu vou buscar, mas não estresse mais o seu pai. — Nana sussurra ao seu ouvido antes de fazer o que ela pediu.
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Queridos leitores, estamos iniciando mais um romance, espero que gostem. Não esqueçam de curtir e comentar, e desde já peço desculpas por não responder a todos os comentários, mas eu os leio.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Maria Célia Ferreira Ferreira
começando agora. 31/10 tô gostando
2024-11-01
0
Sirlene Campos
começando a ler hoje 19/10/24.
2024-10-20
0
Creuza De Jesus Oliveira Alves
estou começando agora tô hostando.
2024-10-18
0