Capítulo 7: Como pode ser tão parecida?

Ao entrar na sala de reuniões, Damian ocupou sua cadeira, enquanto Katarina foi colocar os slides para iniciar a apresentação dos trabalhos. Todos estavam animados e ansiosos para começar o projeto, ignorando a expressão fechada de Damian.

— O site para inscrições já está pronto e pode ser colocado online assim que for dada a permissão — disse Brian, o diretor de marketing, mostrando todas as funcionalidades do site.

— E quanto aos direitos autorais? Colocaram aquele recurso que pedi? — Questionou Damian.

— Sim, ao enviar seus projetos para o site, a Elysiuns dará proteção aos direitos autorais do candidato. Se, por acaso, outro conteúdo semelhante for enviado, as duas partes serão notificadas, e a pessoa que enviou o conteúdo depois terá a opção de deletar o trabalho ou entrar em contato com o nosso setor jurídico, se desejar provar que o projeto é seu. Além disso, depois do prazo de envio, todos os designers ficarão públicos e terão a opção de denunciar por plágio. Essa funcionalidade também levará ao nosso setor jurídico — Brian falou calmamente.

— Muito bem, o site ficou muito bom — afirmou Damian, fazendo um sorriso aparecer nos lábios de Brian.

— Obrigado, senhor. Todos trabalharam com afinco para criar toda a estrutura do site — respondeu Brian, sentando-se em sua cadeira.

A reunião continuou de forma tranquila, enquanto a equipe responsável pelo concurso apresentava os detalhes. Damian observava e dava sua opinião conforme achasse necessário.

— Bom, com tudo o que conversamos agora, se forem feitos os pequenos ajustes que pedi hoje, poderemos lançar o concurso durante uma live logo após nosso desfile, amanhã. Por hoje é só, dou a reunião por encerrada, estão todos dispensados.

***

No horário do almoço, Laura e Alice dirigiram-se até o refeitório.

— Você viu toda essa comida? Se eu não tivesse que pegar as crianças na escola, eu faria hora extra todo dia, só para poder jantar aqui — brincou Laura, enquanto se sentava à mesa colocando seu prato.

— Nem fale isso, se Jorge escutar, ele chora — brincou Helena.

— Mas se fosse por ele, eu nem trabalharia — zombou Laura, mostrando a língua e sorrindo.

— Isso é verdade — confirmou Helena, rindo.

— A Elise, aquela senhora que trabalha ao meu lado, disse que a comida do refeitório é tão boa porque a mulher do CEO era uma estilista peculiar. Ela passava muito tempo aqui conversando com as costureiras, então ele mandou mudar o cardápio só para agradar. Ela disse que ele sempre parecia feliz e vinha aqui algumas vezes, mas depois que ela faleceu, ele vive com a cara azeda — cochichou Laura como se estivesse contando um segredo.

— Ah, mas é compreensível, ele ainda deve estar muito triste — disse Alice com uma pitada de tristeza.

— Ela também disse que você era muito parecida com a falecida. Será que você não é uma irmã gêmea perdida dela? — brincou Laura.

— É difícil dizer, mesmo se fosse, eu não consigo lembrar — zombou Helena.

Nesse momento, Clara, Julia e Erika se juntaram a elas na mesa.

— Do que vocês tanto conversam? — perguntou Clara.

— Nada de mais, Laura estava apenas batendo seu ponto de fofoqueira-chefe como sempre — brincou Helena.

— Hey, eu prefiro coletora de informações — reclamou Laura, e todas riram.

Elas conversavam e comiam animadamente. Já estavam quase voltando para o trabalho quando Clara propôs irem a um bar para comemorar o primeiro dia de trabalho.

— Olha, é este aqui, eu encontrei várias fotos na internet — disse Clara, mostrando as fotos.

— A ideia é boa, mas não seria melhor irmos no final de semana? — questionou Laura.

— Eu também concordo, vou chegar muito cansada em casa hoje — concordou Helena, olhando com cara de assustada para a foto.

— O que foi, Alice? Você tá pálida! Está se sentindo bem? — perguntou Julia.

— Não é nada, mas esse bar parece extremamente familiar — tranquilizou Helena.

— Então temos que ir lá. Quem sabe você lembra algo do seu passado?! — falou Laura animada.

— Isso é verdade. Vamos lá, então. Durante a semana combinamos os detalhes — disse Helena. Uma chama de esperança acendeu em seu coração. Esse poderia ser o gatilho inicial para ela recuperar todas as outras lembranças de sua vida. Ela quase não conseguia conter a sua ansiedade.

***

O restante do dia passou rapidamente. A filial principal era responsável pelas coleções mais importantes, logo, o mínimo erro não era tolerado. As costureiras eram divididas em grupos de 10 pessoas, cada grupo tinha uma supervisora que verificava constantemente o progresso de cada costureira. Porém, raramente acontecia algum erro, e quando ocorria, era rapidamente corrigido.

Terminado o dia de trabalho, às 17 horas, Laura e Alice foram buscar as crianças na escola.

Ao mesmo tempo, no escritório de Damian, Katarina apresentava seu relatório diário, quando foi interrompida.

— Encerramos por hoje — disse Damian, olhando para o relógio.

— O senhor não vai fazer horas extras hoje? — questionou Katarina.

— Claro que não, de onde você tirou isso? Eu vou buscar minha filha na escola. Como pai, não posso deixar o segurança ir buscá-la todo dia — disse Damian, levantando-se para ir embora.

— Claro, senhor, tem toda a razão — respondeu Katarina, não podendo deixar de pensar no quão diferente ele age quando se trata da sua filha. "Amor de pai é realmente algo incrível", ela pensou.

Dez minutos depois que Damian saiu, Mike apareceu na recepção querendo falar com ele. Ao ver que Damian já tinha saído, se preparou para ir embora, mas Katarina, que apareceu na hora, arrastou-o para o elevador e depois até sua sala, dizendo que precisava falar algo importante.

— O que aconteceu? Porque todo esse mistério? — questionou Mike.

— Eu sei que o que vou falar vai parecer estranho, mas ontem eu fui na nossa filial principal de confecção para recepcionar as costureiras que foram transferidas, sabe? — Katarina falava pausadamente.

— E aí? O que tem de mais nisso? — questionou Mike.

— Bom, o problema é que uma das costureiras era exatamente igual à falecida esposa do Sr. Madson — disse Katarina.

O sorriso de Mike congelou, e ele não pôde deixar de lembrar da conversa que tinha tido com Damian. "Será possível que era a mesma mulher que Damian viu?", pensou Mike.

— Você tem certeza? Ela não tinha apenas algumas características parecidas? — questionou Mike.

— Sim, tenho certeza. Ela parece um pouquinho mais velha, mas com certeza é igual à Senhora Helena — respondeu Katarina com convicção.

— Você falou algo com Damian? — perguntou Mike.

— Não, eu pretendia, mas ele estava com uma cara tão feia hoje que eu desisti — respondeu Katarina.

— Ótimo, não fale isso para ele ainda. Deixe eu ver isso pessoalmente primeiro — disse Mike.

— Sim, senhor — respondeu Katarina, e os dois saíram em direção ao elevador para irem embora.

Mike

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