Viagem no tempo

Capítulo . Viagem no tempo

Elena acordou com o som suave da água corrente. A luz do sol filtrava-se pelas folhas das árvores, criando padrões dourados no chão de pedra. Ela estava deitada junto ao Chafariz do Alto da Memória, o relógio de vidro apoiado em seu peito.

Lorenzo estava sentado próximo, observando-a com um sorriso enigmático. “Você dormiu por horas, Elena. O relógio de vidro tem esse efeito sobre as pessoas.”

Elena se levantou, sentindo-se revigorada. “O que aconteceu? Onde estamos?”

Lorenzo apontou para o chafariz. “Você bebeu da fonte, lembra-se? Agora, você é a guardiã do relógio de vidro. Bem-vinda à nossa jornada através do tempo.”

Elena olhou para o relógio de vidro. As marcas na superfície pareciam dançar, formando símbolos que ela não conseguia decifrar. “O que devemos fazer agora?”

Lorenzo pegou a mão dela. “Vamos explorar. O relógio de vidro nos levará a momentos importantes da história da ilha. Mas cuidado, Elena. O tempo aqui é traiçoeiro. Ele pode nos prender ou nos lançar em lugares inesperados.”

E assim, os dois começaram sua jornada. O relógio de vidro os transportou para o século XV, quando os primeiros colonos chegaram à ilha. Elena viu as velas dos navios ao longe, sentiu o cheiro do mar e ouviu as vozes dos pioneiros.

Eles saltaram para o século XIX, quando o obelisco foi erguido em homenagem a Pedro IV de Portugal. Elena viu o rei montado em seu cavalo, olhando para o horizonte com determinação. Ela sentiu a vibração das pedras sendo colocadas no lugar, a energia daqueles que construíram o monumento.

Em seguida, o relógio de vidro os levou à década de 1980, quando o terremoto devastou a ilha. Elena viu os escombros, ouviu os gritos de socorro. Ela sentiu a tristeza e a esperança se misturando.

Mas havia algo mais. Algo que o relógio de vidro não revelava completamente. Elena sentiu uma presença, uma sombra que a seguia. Ela viu flashes de um homem de capa escura, sempre à distância. Quem era ele? E por que estava ligado ao relógio de vidro?

Lorenzo também percebeu a figura. “Elena, temos que descobrir quem ele é. Ele pode ser a chave para desvendar os segredos da ilha.”

Eles seguiram a sombra através do tempo, pulando de uma época para outra. Elena sentiu o cansaço, mas sua determinação era mais forte. Ela queria entender o propósito do relógio de vidro, sua conexão com o homem misterioso.

Finalmente, o relógio de vidro os levou ao presente. Elena e Lorenzo estavam de volta ao Chafariz do Alto da Memória. A sombra estava lá, esperando por eles.

“Quem é você?”, perguntou Elena.

O homem sorriu. “Sou o guardião do relógio de vidro. Você é a próxima na linhagem. O relógio guarda as memórias da ilha, mas também as memórias de quem o toca. Você está pronta para saber a verdade?”

Elena olhou para Lorenzo, que assentiu. “Sim, estamos prontos.”

O homem revelou o segredo do relógio de vidro: ele não apenas mostrava o passado, mas também o futuro. Elena viu imagens de si mesma, envelhecendo, protegendo o relógio, passando-o para a próxima guardiã.

“Você é parte da história agora, Elena,” disse o homem. “Proteja o relógio, preserve as memórias. E lembre-se, o tempo é uma ilusão. As memórias são eternas.”

Elena aceitou seu destino. Ela se tornou a guardiã do relógio de vidro, continuando a jornada através do tempo.

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