Capítulo 8: Vamos com calma.

Ao se sentar na cama ao lado de Lidiane, Thaís sente um certo receio.

"Relaxa, Thaís, não vou fazer nada que você não queira", diz Lidiane, olhando nos olhos de Thaís. "Quero que saiba que não foi um jogo. Eu só queria me entender melhor. Não sei por quê, mas achei que poderíamos explorar juntas sobre sexo. Não fiz porque sou uma pervertida, como você vive dizendo."

Thaís tenta articular uma palavra, mas Lidiane continua antes que ela consiga.

"Thaís, nunca consegui chegar ao ápice, ou seja, nunca gozei."

Thaís fica vermelha ao ouvir isso. Ela não está acostumada a discutir sobre isso com ninguém.

"Eu imagino que você tenha seus tabus, e eu os meus. Por isso, achei que naquela noite poderíamos mudar isso", continua Lidiane.

"Mas você já saiu com vários garoto, não é?" pergunta Thaís.

"Isso não é verdade. Sei que eu mesma deixei isso espalhar, essas mentiras, mas foi só porque já havia mentiras ao meu respeito. Me machucava muito ser acusada de algo que nunca fiz. Depois, com o tempo, assumi que era livre sem tabus. Assim, as pessoas não tinham como me xingar, já que não me feria mais", explica Lidiane, pausando para olhar nos olhos de Thaís, que tenta desviar o olhar. "O fato de ter praticado com meu ex não indica que eu tenha sentido prazer, entende?"

Thaís assente com a cabeça.

"Bom, eu pensei muito no que fizemos e confesso que gostei. Queria explorar mais vezes com você, sem qualquer compromisso, apenas para nos descobrirmos sexualmente", revela Lidiane.

Thaís fica confusa, tentando entender o que acabara de ouvir. Lidiane está realmente propondo que elas continuem o que fizeram há três noites.

"Lidiane, eu não curto mulheres, sou hetero", diz Thaís, tentando deixar claro.

Lidiane sorri, achando graça na forma como Thaís se expressa.

"Não estou falando em nos descobrir no sentido de orientação sexual. Eu estava dizendo em conhecermos melhor nossos corpos, e saber o que nos dá prazer. Não tem nada a ver com orientação, muito menos com amor. É apenas uma brincadeira entre duas mulheres adultas, tentando explorar juntas nossas maiores dificuldades", esclarece Lidiane.

"Mas eu não curto esse tipo de coisa, tipo... como posso dizer, essas coisas que duas mulheres fazem. Eu não faria nada disso, não é minha praia", responde Thaís, em pânico só de imaginar fazer algo desse tipo, temendo que isso a fizesse parecer lésbica, alimentando os medos criados por ela mesma e negando qualquer proposta de Lidiane, que está ansiosa para sentir novamente o que sentiu naquela noite.

"Por que não continuamos como estávamos antes, nos explorando devagar? Quando você se sentir mais confortável, podemos avançar, o que acha?", propõe Lidiane.

"Mas você tem um namorado, mesmo que não estejamos juntas. Isso é algo íntimo, não é?", questiona Thaís.

"Sim, é algo íntimo, mas não tenho mais namorado, terminamos antes do que aconteceu com a gente", responde Lidiane.

Thaís olha ao redor do quarto de Lidiane e uma foto chama sua atenção. Nela, Lidiane está sorrindo genuinamente. Thaís imagina que Lidiane só sorria assim quando estava falando de suas aventuras sexuais para as amigas.