capítulo 5

Capítulo : Sangue, Segredos e Liberdade

Nina sorriu, tentando iluminar o ambiente com um brilho de liberdade.

Nina: Deve ser ótimo viver lá fora.

Verônica franziu a testa, desconfiada.

Verônica: Como assim “deve ser”? Você nunca saiu desse lugar?

Nina desviou o olhar, triste.

Nina: Não, senhora. Meu pai precisa acompanhar o Breu, e lá fora eu não estaria segura.

Verônica ficou incrédula.

Verônica: Isso é desumano.

Nina: Está tudo bem. Eu gosto daqui. — tentou sorrir, mas o esforço era em vão.

Verônica suspirou e voltou a comer.

Verônica: Eu entendo…

Mudando de assunto como se cumprisse ordens de Breu, Nina perguntou:

Nina: A senhora trabalhava com o quê?

Breu, observando tudo pela câmera, parecia interessado na resposta.

Verônica encarou a lente com frieza.

Verônica: Sou veterinária. E Breu, se quer saber algo sobre mim, pergunta direto. Não manda ninguém. Ou você não é homem pra isso?

A fala fez Breu explodir de raiva. Levantou-se e, em menos de cinco minutos, arrombou a porta do quarto de Verônica. Entrou como uma tempestade. Nina correu para chamar Marco. Breu não disse nada, apenas agarrou Verônica pelo braço e a arrastou para fora. Marco tentou intervir, mas Breu estava tomado pela fúria.

No galpão, Verônica viu facas, correntes e ferramentas de tortura. Breu a pressionou contra a parede, segurando seu pescoço com força.

Breu: Abra essa boca de novo e eu te juro que acaba aqui.

Os olhos dele eram gelo puro. Marco tentou argumentar:

Marco: Breu, chega! Você passou do limite!

Breu: Esta casa é minha. E você também. Ela me deve o que eu quero: informações.

Verônica apenas balançou a cabeça, sem ar. Ele a soltou, virou-se e, de repente, ouviu um tiro. Não o atingiu, mas parou tudo. Verônica estava de pé, arma na mão, olhar feroz.

Verônica: Você não é o único que sabe brincar.

Breu deu um passo.

Breu: Não me testa.

Ela apontou a arma para si mesma.

Verônica: Vai me matar? Ótimo. Já roubou minha vida, então para que eu ia querer ela?

Por impulso, Breu correu e, com muita luta, tirou a arma de suas mãos.

Breu: Marco, leva ela pro quarto. Agora.

Marco, obediente, a conduziu, trancou a porta e deixou Breu sozinho. Depois do banho, Breu encontrou Marco no quarto, sentado na cama.

Breu: Sorte sua que estou de toalha.

Marco: Violência não vai funcionar com ela.

Breu: Do que está falando?

Marco: Abordar ela com violência. Não adianta. Ela não é a Ana, Breu. Ela não tem medo. Viu o que fez hoje? Imagine do que é capaz quando desafiada.

Breu: Nunca mais toque no nome da Ana aqui dentro. E você quer que eu faça o quê? Um carinho na barriga dela?

Marco: Seja esperto. Faça o jogo reverso, aja com cautela. Ela pensa rápido. Entendeu o que aconteceu quando você chegou ensanguentado?

Breu ficou sem palavras. Marco saiu, deixando-o sozinho com sua própria fúria.

Mais tarde, Breu entrou no quarto de Verônica. Ela estava apenas de calcinha e regata, cicatrizes visíveis contavam histórias não ditas.

Verônica: O que você quer?

Breu: Informações. Vamos conversar.

Verônica: E por que acha que vou falar?

Breu: Porque posso te matar a qualquer momento.

Ela riu, sem humor.

Verônica: Grande coisa.

Ela trocou de roupa sem pressa. Breu desviou o olhar para as marcas na costa dela: um grande dragão azul chamou sua atenção.

Breu: O que você quer para falar?

Verônica: Um trato.

Breu: Bom. Você já sabe de tudo e tem um dom de respeito. Gosto de acordos com o inimigo para ter paz.

Verônica: Sou sua inimiga? Achei que era apenas sua compra.

Breu: Fala logo o que quer.

Verônica: Liberdade.

Breu: Não… pensei que queria se matar mais cedo.

Verônica: Aquela arma só tinha um tiro. Eu não ia me matar. Sou impulsiva, mas não idiota.

Ele estreitou os olhos.

Verônica: E se eu quisesse te matar, teria feito. Você me deixou sozinha com armas e seu capanga desarmado. Foi fácil demais.

Breu percebeu o vacilo.

Breu: Te dou liberdade na casa. Pode explorar tudo, menos o galpão. Sempre acompanhada por um segurança, Maco ou Nina.

Verônica: Melhor que nada.

Ela suspirou.

Verônica: Meu irmão se chama Ômega.

Breu: Pior nome que já ouvi.

Verônica: E Breu é nome normal? Lá dentro, é só codinome. Ele lidera contrabando internacional de joias da França.

O sorriso de Breu morreu.

Breu: Pedro Ortencia?

Verônica: Ele mesmo. Um lixo de pessoa. Não merece o sobrenome.

Breu: Ele não me ameaça. Temos negócios.

Verônica: Ele vai descobrir que eu desapareci. Boa sorte.

Breu se levantou.

Breu: Você é livre aqui, mas acompanhada.

Os dias de Verônica ficaram mais leves. Saía para dar voltas, sempre com um capanga por perto. Era chato, mas melhor que nada.

Uma noite, a movimentação na casa ficou estranha. Nina corria de um lado para outro, toalhas nas mãos.

Verônica: Nina, o que houve?

Nina chorava.

Nina: Meu pai… ele foi atingido.

Verônica: Onde ele está?

Nina: No meu quarto, senhora. Me ajude, por favor.

Verônica não pensou. Correu para lá. Maco estava pálido, suando e gemendo. A ferida era profunda. Verônica sentou-se na cama e avaliou a situação.

Breu: O que pensa que está fazendo? Saia! — irritado.

Verônica: Escutei o barulho e vim ver. Encontrei Nina, ela me contou. Quanto tempo ele está assim?

Breu: Não te interessa. Saia. Chamei o médico.

Verônica: Ele não vai aguentar até o médico chegar. Eu posso ajudar.

Breu: Você é veterinária, não médica.

Nina entrou com os materiais.

Nina: Breu, deixa ela ajudar o papai.

Breu cedeu, saindo do quarto.

Verônica lavou as mãos com álcool, aplicou compressa, contou até três, enfiou os dedos na ferida e retirou a bala. Costurou a ferida e administrou remédio para dor. Maco gritava, mas sobreviveu. Ao final, ela limpou as mãos ensanguentadas na toalha.

Verônica: Ele está bem. Precisa descansar. Medicado até o médico chegar. Não corre risco.

Nina abraçou-a, agradecida. Breu apenas observava, silencioso.

Mais tarde, Nina levou Verônica para a cozinha e preparou um chá. Elas sentaram-se.

Verônica: Então você é irmã do Breu?

Nina: Sim. Agora entende por que não saio.

Verônica: Faz sentido.

Nina: Horlando é muito protetor.

Verônica: Quem?

Nina: Horlando é o nome do Breu. Ele odeia ser chamado assim.

Verônica: Até eu odiaria. Nome feio.

Nina: É uma homenagem ao pai dele.

Verônica: Como assim, o pai dele não é o Maco?

Nina: Não. O pai do Horlando morreu antes dele nascer, nas mãos dos inimigos. Meu pai criou ele. Somos irmãos da mesma mãe.

Verônica: E a mãe dele?

Nina: Mora em outra cidade. Ele não se dá com ela. Meu pai casou com ela só para assumir os negócios. Depois, separou-se.

Verônica: E eu achando minha família confusa… Bom, vou descansar. Qualquer coisa me chama, caso seu pai piore.

Ela beijou a testa de Nina e subiu para o quarto.

No dia seguinte, acordou com uma voz alta. Uma senhora em cadeira de rodas, empurrada por Breu, reclamava de tudo. Era Beatrice, mãe dele e de Nina.

Breu: Pronto, mamãe, chegamos.

Beatrice: Que lugar horroroso!

Breu: Mamãe, é minha casa. Não mudei nada da última vez que esteve aqui.

Maco: Beatrice, você está ótima.

Beatrice: E você ainda está vivo? Quem é essa? — apontou para Verônica.

Breu: Ela? Uma hóspede. Verônica.

Beatrice a avaliou com olhar crítico.

Beatrice: Que moça bonita e estranha. De onde tirou isso, meu filho?

Maco: Ela salvou minha vida ontem.

Beatrice: E ainda por cima burra. — riu.

Verônica quase explodiu, mas Nina a puxou para a cozinha.

Verônica: Quem é a velha rancorosa?

Nina: Nossa mãe.

Verônica: Olha, que ela pariu o Horlando… os dois são iguais. Agora que ela pariu você, que é doce, duvido. Já fez teste de DNA? Vai que foi trocada.

Nina: Que? Não

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Comments

Antonia Cristiane Do Nascimento

Antonia Cristiane Do Nascimento

tô louca pra ver onde isso vai dar😅

2024-07-11

3

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