Cap 5

-Eu não acho que eu seja alto, você que é baixinha, Santiago tem quase a minha altura.

   -Que bom que já estão descontraidos, vou deixa vocês sozinhos.

Segurei o braço do meu sobrinho tão rápido ou mais que o flash, ele olhou meu rosto sabendo o que eu diria.

   -Não vou atrapalhar vocês de se conhecer. -ele tirou a minha mão de seu braço e saiu andando, eu parecia um cachorro abandonado olhando ele ir embora.

   -Você não parece animada.

   -Não é isso, pensei que ele ficaria mais um pouco.

   -Não quer ficar sozinha comigo, entendi, se for assim vamos entrar, lá ta cheio de gente e podemos brincar em algo se quiser.

Concordei com sua ideia e entramos no parque. Ficamos caminhando um tempo e não sabia o que conversar, vi uma venda de milkshake e fui até lá, mesma estando frio sempre gostava de tomar milkshake de brigadeiro, mesmo entupindo o canudinho com o granulado.

   -Você vai adoecer se tomar isso nesse tempo.

   -Tudo bem, eu gosto tanto disso que não ligo se pegar uma gripe amanhã.

   -Como vou te ver se pegar uma gripe amanhã?

   -Pretende me ver amanhã também?

   -Bom, você vai embora amanhã de tarde e não sei quando nos veremos novamente.

Ele pagou o milkshake e ficamos andando conversando, ele falava do seu trabalho, que quando se formou na faculdade logo conseguiu trabalho de professor substituto na escola que meu sobrinho estuda, mas a um ano ele conseguiu uma vaga permanente.

   -Eu sempre quis me formar professor, mas o sonho do meu pai era que eu fizesse administração para assumir a empresa futuramente, mas eu não acho que tenha vocação para isso , até mesmo ser professor já consome minha mente.

   -Se é sua vontade ser professor continue, agora que conseguiu seu lugar.

   -Mas não sei por quanto tempo meu pai ficará quieto sobre isso. Mas eu estou falando muito de mim, e você.

   -Eu, bom você já deve saber um pouco de mim.

   -Seu sobrinho disse que começou a fazer aula de massagem, quando receberei a minha?

Comecei a dar risada com sua frase cheia de significados.

   -Eu ainda estou aprendendo, pode ser prejudicial.

   -Pode aprender em mim.

Enquanto estavamos caminhando senti uns pingos caindo, e começou a engrossar.

   -Vamos pro carro, assim te levo pra algum lugar para comer algo.

Ele me puxou pelo braço a saimos correndo, quando chegamos ao carro entramos e ele ficou procurando pelo banco de trás uma toalha e me entregou.

   -Desculpa, se enxuga com isso.

   -Você sempre carrega toalha no carro?

Passei pela jaqueta que tinha molhado um pouco e pelos cabelos que estavam com cara agora que ia inchar.

   -Eu corro as vezes e carrego uma no carro, se tiver com cheiro de suor me perdoe.

Terminei de me secar e entreguei de volta a ele, ele enxugou o rosto e passou pelos braços.

Então ele me entregou uma blusa de frio que estava no banco de trás.

   -Melhor você vestir isso ou realmente ficará doente.

Quando olhei minha blusa percebi que mesmo com a jaqueta tinha molhado, e a blusa branca agora se tornava meia transparente.

Tirei a jaqueta e vesti seu blusão, tinha o cheiro dele, um perfume meio amadeirado mas não muito forte. Senti meu coração palpitar.

Quando terminei de colocar as mangas ficaram enormes no meu braço, ele se virou e começou a dobrar as mangas da blusa.

   -Ficou bem em você.

   -Haha, acho que os homens adora essa cena.

   -claro.

Ele puxou meu cabelo de dentro do blusão e e ficou olhando.

   -Tenho certeza que seu cabelo era escuro.

   -Meu sobrinho disse que era bom mudar.

   -Combinou com você. Bom, vamos pra uma pizzaria? Coloque o cinto.

Coloquei o cinto e ele ligou o carro, fiquei o caminho calada sem saber o que dizer, sentia que meu coração ia sair pela boca e estava quase fazendo o blusão dele de casulo, sinto que o cheiro dele ia fica grudado em mim.

Paramos na frente de uma pizzaria e entramos, pedimos uma pizza de queijo e uma coca.

Quando nosso pedido chegou ele sentou na cadeira do meu lado e puxou meu braço novamente para dobrar mais o blusão.

   -Isso parece tão natural para você.

   -Você deve estar pensando que fiz isso com outras garotas, mas não, está pensando errado de mim. - ele terminou de dobrar as mangas e sentou na minha frente. - Na verdade eu namorei uma vez, ficamos juntos por bastante tempo, mas nem tudo é eterno mesmo que eu pensasse assim.

Ele colocou uma fatia de pizza no meu prato e encheu meu copo.

   -porque não deu certo?

   -Ela foi mudando com o tempo, e eu sou do tipo que gosto de atenção e ser atencioso, ela disse que eu era grudento.

   -Hmm, acho que toda mulher quer um cara assim.

Comia e o olhava tentando entender em que parte ele ser atencioso não era bom.

   -Bom não sei, então desde que terminamos eu não tenho conhecido ninguem, estou sozinho a uns 3 anos.

   -E porque quis me conhecer.

   -No começo falei brincando, seu sobrinho não parava de falar de você e queria me enturmar com eles, mas depois eu comecei a gostar de como ele falava de você, e quando dei conta, eu só pensava em te conhecer.

   -Aposto que suas alunas suspira na sala de aula.

   -Sou tão bonito assim?

Acabei me deixando levar as suas brincadeiras.

   -Claro, se eu fosse sua aluna também suspiraria.

   -Bom, fico feliz que você não é minha aluna, não posso namorar minhas alunas.

Fiquei o olhando meio besta pelo que acabara de dizer, tínhamos acabado de se conhecer e ele me solta uma dessas.

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