Capítulo 1

Quando eu pensei que eu não pudesse vivenciar o amor tudo mudou para mim, todas as minhas amigas falava do por que eu não arrumava um namorado, e as pessoas na escola achava que eu era lésbica já que só andava com as meninas da escola. mas isso não quer dizer nada, certo ?

Eu vivia minha vida pacificamente todos os dias, e achei que era normal eu não me interessar por garotos mesmo que eu ja tivesse 16 anos, eu não gostaria de me arrepender por não ter estudado ou brincar demais na escola, porque o meu futuro dependeria disso.

Me chamo Diana, e sou a filha caçula dos meus pais, tenho 5 irmãos então pensa como a casa não era agitada, então as pessoas pensava, " ah, ela é mimada demais, filha mulher e caçula ".

Pois achou errado, eu tenho dois irmãos com necessidades especiais, eles tem uma doença chamada distrofia muscular, eles vão perdendo o movimento do corpo com o tempo, e não tem cura nem tratamento, no máximo um remédio para diminuir a dor nos ossos, então não fui criada em um ambiente que eu seja do tipo mimada.

Eu era a que fazia tudo, ia comprar as coisas, limpava a casa e assim por diante, fazia tudo que minha irmã não poderia fazer, meu irmão teve sua doença mas avançada, mas minha irmã vinha aos poucos, e então ela sai bastante, ela fala que enquanto estiver andando ela vai sair o máximo que puder, porque depois que estiver em uma cadeira de rodas ninguém a levará para lugar nenhum.

Vocês podem me achar egoista, mas as vezes eu tinha raiva disso, eu fazia tudo e sentia que perdi toda minha fase de criança, eu não brincava na rua que nem todas as crianças normais então acho que por isso acabei ficando madura demais para a minha idade.

A minha irmã mais velha Hana morava com seus 3 filhos, um tem a mesma idade que eu, sou mais velha que ele 1 mês. Por isso sempre falo brincando com ele que eu não cresci por sua culpa. Quando minha irmã ganhou ele não tinha leite suficiente, então minha mãe teve que o amamentar.

Somos bem chegados, então todo o final de semana ia para a casa deles.

   Santiago: -Tia, eu estava na escola e tenho foto sua como papel de parede no meu celular, e então os meninos da classe o pegou e viu sua foto.

Ele adorava fazer isso, não que eu fosse bonita, mas sou baixinha, 1,50 de altura, tenho cabelos longos até a cintura e tenho muita bochecha haha, então meu sobrinho sempre tira fotos minhas quando estou distraída.

   -Você devia apagar essas fotos, são muito ruim.

   Santiago: -Pois pensou errado, por incrível que pareça todos não parava de ver, e então meu professor pegou meu celular e viu sua foto e te achou linda.

Oi? Um professor dizendo que sou linda?

Por favor, fiquem com as sirenes ligadas haha.

   -Seu professor deve ser velho. Mande ele trocar os óculos.

   Santiago: -Você que pensa, todas as meninas da escola são loucas para ficar com ele.

   -Quantos anos ele tem?

   Santiago: -Ele ta com uns 25 anos, ele se formou cedo e está dando aula na nossa escola a 3 anos.

Interessante, mas aposto que é só mais um filhinho de papai querendo brincar por ai com meninas do colegial.

♡

Quando chegou na semana fui para a escola e contei para as minhas amigas o que estava acontecendo, mesmo não estando tão animada eu queria contar as novidades do fim de semana, Laila e Kamila pareciam animadas, já que era sempre elas que falavam de garotos e eu só ouvia.

   Laila: -Não acredito, minha garota começou a falar sobre garotos, acho que vou chorar. -começou a esfregar os olhos fingindo chorar.

Dei um tapinha nela e começamos a rir.

   -Parem de ser besta, não é nada de outro mundo.

   Kamila: -você sabe que é sim, você sempre está calada e sempre somos nós que falamos. Tive até que começar a ler livros para ter o que falar com você.

   Laila: -Isso que sempre ofereci livros e você nunca se interessou.

Laila era a mais chegada comigo, Kamila conheci através dela, conversavamos normalmente mas não tinhamos muito em comum, eu e Laila tinhamos a personalidade parecidas apesar dela ser a que mais conversa, mas Kamila era do tipo popular entre os garotos.

Mas sabe que Deus as vezes é justo, Kamila é do tipo branca e tem cabelos longos ondulados e sempre fala que seus cabelos são ressecados (o que me dá muita raiva), seus lábios sempre estão em vermelhos e sempre vestindo roupas descoladas, mas ai está o problema, ela tinha sinusite e reniti, e vivia espirrando.

Laila é calma mas conversa muito, e quando algo te anima ela fala até se sentir satisfeita, sempre está com a cara no meio dos livros e adora falar sobre eles, então ela sempre me empresta seus livros, e tá ai uma coisa que sempre a destaca, ela sempre está usando rosa, seus cabelos negros sempre longos e suas roupas rosas sempre chamam atenção.

Eu sou aquela feia com amigas bonitas, tá não sou tão feia, mas quando fico do lado delas eu sou aquela que menos se destaca. Bem que dizem, meninas bonitas tem que ter uma amiga feia pra brilhar mais.

   -Bom, não importa o que seja deve ter sido só isso, só foi pra entrar no clima com os alunos, se ele é como meu sobrinho falou ele deve ter várias meninas na sua cola, e realmente não quero ser mais uma.

   Laila: -esquece isso, se voltar a falar se encontra, não custa nada, pelo menos você fala dele pra nós. Te vi sorrir pela primeira vez depois de tempos.

**Zim zim *** (barulho do celular vibrando)

Tiro o celular da bolsa e o olho por baixo da mesa, estou no meio da aula ainda e se o professor me ver olhando o celular vai pegar e só entregar depois da aula.

Era uma mensagem do meu sobrinho.

   "Tia, meu professor perguntou de novo da senhora"

Revirei os olhos lendo a mensagem, sou um mês mais velha e ele ainda me trata como velha.

   "É só você parar de mostrar minhas fotos que ele para de falar."

1 minuto depois.

   "Ele disse que é pra eu apresentar a senhora pra ele"

Nem percebi que nesse exato momento dei um sorriso.

   -Ei Diana, se acalma, para de fantasiar.

Laila olhou pra trás e ficou me olhando e tentando se esgueirar na carteira para saber o que estou fazendo.

   -Está falando com quem que está sorrindo?

   -Com o meu sobrinho.

   -As meninas ai atrás gostaria de falar para a sala o que é tão interessante?

   -Professor a Diana não sabe como usar a química direito.

   -Não sei o que você está dizendo, olhe para a frente.

Ela se virou parecendo embirrada, mas depois que a aula acabasse eu diria a ela.

Quando deu a hora do intervalo mostrei as mensagens para as duas, e elas davam pulinhos de alegrias, pareciam mais animadas que eu, eu não colocava muita expectativa mesmo interessada em saber como ele é. Eu já começava a fantasiar ele de todas as formas, se ele é popular então ele é bonito, o que também não me agrada, é muita concorrência, e também o que um cara bonito quer com uma adolescente que nunca namorou? Ele tem quase 10 anos de diferença e deve ter tido várias namoradas, ele só quer brincar com certeza.

A semana foi passando rápido e eu tinha aquela sensação de nervosismo com tudo junto, mais um final de semana chegava e meu sobrinho queria que eu fosse lá, sentia as mãos ficando fria e o estômago revirando, minhas amigas diziam que eu estava sendo boba, que eu devia ir e conhecer ele, caso ele queira me ver, mas elas fala assim por que são do tipo que agrada as pessoas.

Peguei meu celular e comecei a escrever uma mensagem.

"Santiago, eu não vou esse final de semana"

Então desliguei o celular e comecei a ler um livro, não queria saber de nada, tudo era passageiro, logo logo ele nem ia se lembrar de mim e tudo voltaria ao normal, é sempre assim, você tem aquele interesse ao extremo e então de repente tudo passa, todos são assim.

Na segunda feira minhas amigas riam o máximo que podia quando me viram e sem nada para contar.

   Laila: -Não acredito que você amarelou.

   -Sim, amarelei, só de imaginar ver, conhecer eu já estava quase infartando, imagina cara a cara, eu ia apagar o maior mico do ano.

   Kamila: -Você pensa isso agora, mas depois que o conhecer se ele ter um bom papo tudo vai fluir para disso.

   -Não, não quero saber, hoje mesmo já vou no cursinho pra fazer aulas de massagem, preciso começar a distrair a mente.

   Laila: -Um dia você vai se arrepender por não ter ido, confie nas minhas palavras.

Pela tarde me inscrevi no curso e tive a primeira aula.

   -Hoje não sera uma aula prática, primeiro explicarei passo a passo de como usar, dos bens que a massagem de pedras faz, e em quem você pode fazer ou não.

A professora explicava tudo e eu anotava, não precisava anotar porque eu teria as aulas depois, mas queria me manter focada ao máximo para não pensar muito, antes eu nem pensava em conhecer alguém ou chegar a além, mas agora nada disso saia da minha mente, e isso estava me deixando frustrada.

   -A massagem de pedras trás muito benefícios ao nosso corpo, ele alivia o músculo e também é considerado um anti-inflamatório, ele também ajuda no aumento da irrigação sanguínea. Também valhe alertar que não é recomendável a gestantes ou pessoas com asma, bronquite ou com algum machucado.

A aula foi normal,  foi bem explicativa e me deixou animada para começar as aulas, fui o caminho de casa ouvindo músicas e ouvi meu celular tocar e atendi.

   -Alo.

   -Bença tia, a senhora não veio mesmo em.

   -Eu disse que não podia ir, acabei de sair da aula de massagem, hoje foi mais explicação e amanhã começo a prática.

   -Sério? Fico feliz tia, é bom que a senhora sai de casa né.

Por um lado é bom, na minha casa ultimamente o clima anda pra baixo, então pelo menos não fico pensando em coisa ruim. Sei que parece que não devia estar pensando assim, pois meus irmãos estão passando por uma situação bem pior, mas meus pais andam brigando mais, meu irmão precisa de ajuda para se levantar da cama e meu pai vive reclamando e ouvi palavras que nunca gostaria de ter ouvido.

"VOCÊ SÓ ME DEU FILHOS DOENTES".

Todas as vezes que essas palavras passam pela minha cabeça eu sinto que vou chorar.

Sem parecer muuuito interessada decidi pergunta como foi a aula para saber se andaram falando de mim.

   -E então, como foi a aula ?

Ouvi uma risada do outro lado do telefone.

   -Foi bem tia, nada de mais as mesmas coisas de sempre. Tia vou desligar agora, beijo.

Ele desligou sem esperar que eu dissesse algo, eu disse, normal, era só algo para ter motivos para brincar.

Fui pra casa e quando cheguei minha mãe estava trabalhando e meu pai dormindo, o Jonatan meu irmão mais velho que eu 2 anos estava trabalhando, ele tinha desistido de termina o ensino médio para trabalhar, já que só minha mãe trabalhava em casa, e como era negócio próprio nem sempre entrava dinheiro, meu irmão estava tentando conseguir o benefício para se aposentar.

Quando fui até a cozinha minha irmã estava lavando a louça e mais uma vez chorando, eu nem perguntava o porque, pois já sabia, era sempre por que seus amigos saiu e não a levou junto, Tina era sempre dramática então todos em casa nem se preocupava mais por que depois ela estava toda sorriso e se arrumando na madrugada para sair.

Fiz a janta e peguei minhas coisas e entrei pro meu quarto, peguei um livro e comecei a ler, mas estava tão cansada que dormi vestindo ainda as roupas que fui pro curso e de cara no livro.

Quando acordei de manhã já era hora novamente de ir para a escola, era uma rotina sem fim, sempre a mesma coisa, tomei um banho e me arrumei, o cabelo era uma guerra sem fim, então o prendi em um coque e fui pra escola.

Eu achava incrível o fato de algumas meninas conseguir ir para a escola parecendo que iam aparecer nas revistas, suas maquiagens eram sempre impecáveis ou umas pareciam simplesmente que tinham acabado de acordar com a maquiagem, eu nunca fui de usar maquiagem, era sempre lavar o rosto e passar uma loção e pronto. Eu mal tinha animo para pentear o cabelo e todas pareciam super arrumadas. Acho que o único dia que me sentia animada era o primeiro dia de aula, eu queria usar roupa nova e ficava animada para conhecer os novos alunos, ou se na minha sala ia ter algum menino bonito mesmo sabendo que não era por mim que ele iria se intetessar.

Entrei na sala e sentei na última carteira perto da parede, era o melhor lugar, de lá a professora não prestava atenção, até porque nenhum pegava no meu pé, sempre entregava todos os trabalhos antes do prazo e evitava o máximo ficar papeando para não ser o alvo deles, então eu podia tirar um cochilo caso fosse alguma aula livre.

Ainda estavamos em fevereiro e logo começariam os feriados, e eu já estava pensando o que faria no meu tempo, não queria ficar em casa, e o curso também entraria em férias, eu teria que arrumar coisas para fazer.

Hoje eu ia ficar de boa, Laila e Kamila havia faltado, que dia, logo as duas falto me deixando sozinha, deu a hora do intervalo e quando estava saindo da sala alguém parou na minha frente e bati a testa nele(a).

   -Ai. Caramba não para assim na frente da porta.

Fui olhando pra cima para saber em quem havia esbarrado e droga droga droga, por que ele? Vamos para uma breve apresentação.

Matheus, alto, pele branca, cabelos loiros, ele usava um topetinho meio estranho do tipo mamãe pentiou o meu cabelo, gostava quando ele usava boné, ele ia sempre pra academia então seu corpo estava meio definido, ele está no terceiro ano agora, eu sempre o observava no corredor mas sempre evitava que ele notasse minha presença, moramos na mesma rua e ele ja ensinou meu irmão a tocar violão, eu sempre ficava olhando as escondida, acho que foi minha primeira apaixonite.

Ele abriu um sorriso e segurou no meu braço.

   -Oi baixinha, você é dessa sala.

Não consegui responder, só fiz um gesto com a cabeça dizendo que sim.

   -Acho que o gato comeu a lingua dela.

Olhei pro lado e estava o colega de sala dele, Robert, como eu sei o nome dele? Bom, ele é alto, não tanto quanto o Matheus mas chama atenção, sua pele morena e seu sorriso branco fazia as meninas tudo olhar pra ele.

   -Você está sozinha hoje. -ele olhou pra dentro da sala. - cadê  suas amigas ?

Dei um suspiro bem largo dessa vez, claro, minhas amigas, ele deve ter me visto com elas e achou que por morarmos na mesma rua ele poderia saber delas por mim, vários outros garotos ja fizeram isso.

   -Elas falto hoje, bom se me der licença.

Passei por eles e continuei andando no corredor e ia descer as escadas, até que ouvi uma voz do meu lado.

   -Calma baixinha, hoje então irei te fazer companhia.

O meu choque foi que ele não fez isso normalmente, ele me pegou no colo e desceu as escadas comigo em seu colo no estilo princesa, todos olhavam para a gente boquiabertos e eu também, se entrasse uma mosca na minha boca naquela hora eu acho que não teria reação,  droga não faça isso, meu coração vai sair pela boca  droga ele vai ouvir o meu coração.

   -Me coloca no chão por favor. - falei baixinho mas sentindo a voz barganhar de nervosismo e eu sou tão sensivel que acho que posso chorar.

   -Se eu te colocar no chão você pode ser capaz de não conseguir descer as escadas, suas pernas é tão curta que acho que você desce pulando.

O Robert agora dava uma risada bem alta, fazendo mais ainda todos olhar para nós.

   -Aposto que quando ela vai subir as escadas ela sai correndo e pula pra pegar impulso.

   -A legal, to sofrendo bulliyng agora.

Quando descemos as escadas ele me colocou no chão, todos olhavam pra gente e entrei pro refeitório, quando peguei a fila eles pararam atrás de mim.

   -Vocês não poderiam ir pra outro lugar? Vocês nem come a comida da escola.

   -Andou nos vigiando?

   -Tenho certeza que se vocês comesse aqui eu saberia, olha ao redor, as meninas estão tudo olhando.

Ele olhou e viu as meninas tudo parada, até a fila parou. Olhei mais pra frente e lá estava o Jack, ele tinha estudado comigo e sempre conversávamos, ele me chamou e fui até ele.

   -Você anda com os caras populares agora?

   -Deus deve estar querendo me testar.

Eles sentaram numa mesa e ficaram conversando, e então a fila voltou a andar, porque as meninas queria sentar nas mesas ao redor deles, quando fui procurar uma mesa todas estavam ocupadas, e só havia uma mesa com lugares vazios, vocês sabe quais são? Sim, exatamente essa.

   -Vem, sentam aqui.

Nesse exato momento senti várias cabeças virando, parecia que eu tinha acabado de entrar em uma cena do filme do exorcista, as cabeças giravam, e eu sentia que podia morrer ali mesmo.

   -Jack, vamos esperar alguém levantar e então a gente senta.

   -Porque se temos uma mesa vazia bem ali.

Ele riu, e senti que a risada era, vamos ver o quanto de pressão você aguenta.

Eu sinto que hoje é meu último dia de vida.

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