Eu não consegui dormir direito durante a noite, às cinco da manhã eu já estava de pé, preparando o nosso café da manhã e também levantei o Brian.
O arrumei para o colégio e agora estamos sentados à mesa, terminando o nossa café para sairmos.
- Brian, a sua mãe e eu gostaríamos de te fazer uma pergunta - Liam deixa seu café de lado e olha para mim.
Combinamos em falar com ele hoje de manhã sobre a mudança na sua certidão de nascimento.
- sabe que tenho você como meu filho, não sabe? - ele segura a mão do Brian, que sorri gentilmente com o gesto enquanto olha atentamente para o Liam.
- tio Liam, ontem lá na escola, me perguntaram se eu não tinha pai - ele ficou em silêncio por alguns segundos, e depois continuou a falar, com a voz um pouco cabisbaixa - eu sei que não sou seu filho de verdade, mas eu queria saber se você não pode ir lá na escola quando tiver um tempo, e falar para todo mundo que é meu pai - ele solta a mão do Liam de forma tímida, e foi impossível não me emocionar com suas palavras.
Eu sempre soube que ele sentia falta, apesar de sempre falar que não, e agora ouvir isso sair da sua boca, de alguma forma me machucou.
- se você me ama mesmo como seu filho, poderia fazer isso por mim?
- claro que sim, Brian!- Liam o puxa para um abraço e olha para mim, totalmente surpreso como eu - e deixa eu te contar uma coisa - Liam toca na ponta do nariz dele que sorri - eu gostaria muito, muito mesmo que você me chamasse de pai, mas é claro que somente se você quiser e se sentir a vontade.
Brian olhou para mim de relance, e apenas de longe, observando a conversa, confirmei com a cabeça.
Ele abraçou o Liam, e pediu obrigada por ser o pai dele e que está muito feliz em ter uma família completa.
Eu levantei e me juntei ao abraço, deixando a emoção tomar conta de mim.
Eu nunca pensei que um dia isso pudesse acontecer, e muito menos que um dia, eu encontraria uma pessoa como o Liam.
Sei que tem muitas e muitas mulheres que não " dependem " de homens ou que se sentem felizes sozinhas, mas ao contrário delas, eu sempre quis uma família com filhos, e um marido que me amasse, e esse desejo só aumentou quando os meus pais morreram e eu acabei ficando sozinha.
Graças a Deus o restaurante rende bastante, e as despesas da casa são divididas igualmente, Brian está em uma escola melhor, e assim como Liam adora me presentear, eu também adoro fazer surpresas para ele, e assim está sendo a minha vida nos últimos meses.
***
Brian já está com o nome do Liam em sua certidão de nascimento, e assim como prometido, levamos ele à escola, e o mesmo fez questão de chamar o Liam de pai na frente dos seus amigos, e apresenta-lo aos colegas de classe, e foi com orgulho no tom de voz.
Liam seguiu para a empresa, e eu para o restaurante, preciso ocupar a minha mente e esquecer tudo que aconteceu ontem a noite.
- eu gostaria de ter encontrado um cara legal como o Liam - Marie está sentada na cadeira à minha frente, estamos no escritório, conversando sobre o Brian e a sua nova certidão de nascimento - me desculpa mais uma vez, Annie - ela segura minha mão em cima da mesa.
- Marie, não foi culpa sua, não tinha como saber - já não quero tocar mais nesse assunto, Christian ficou no passado e eu quero esquecer - vamos deixar isso para trás, está bem? - afago suas mãos tentando lhe passar conforto - sou eu quem sinto muito por tudo isso, e eu tenho certeza que vai encontrar um cara legal.
- ele parecia ser legal - ela levanta da cadeira - vamos esquecer qualquer miserável! - ela balança a cabeça tentando afastar seus pensamentos - então, já decidiu se vai engravidar ou não?
Eu contei para ela sobre a vontade do Liam de ter um bebê, e do quanto eu estava insegura e com medo da nossa relação mudar, mas, depois de ontem, eu já não tenho mais esse medo.
- depois de ontem eu já não tenho nenhum medo ou qualquer insegurança - levanto da minha cadeira e suspiro ao lembrar das palavras do meu marido - Liam vêm sendo um ótimo pai para o Brian, e tenho certeza que também será para o nosso bebê.
Tem uma coisa que eu não contei a Marie e nem a ninguém.
O parto do Brian foi muito difícil, eu quase morri, e logo depois os médicos falaram que se eu engravidasse outra vez, seria uma gestação totalmente delicada tanto para mim, quanto para o bebê.
Na época eu não liguei muito, era muito jovem e estava traumatizada com tudo, e a única coisa que me interessava no momento era aquele neném em meus braços, e naquele momento era apenas nós dois no mundo, e nem de longe eu sonhava em ter outros filhos, não nas condições em que a gente se encontrava.
- eu vou marcar uma consulta com a minha ginecologista e vou conversar com ela sobre isso.
- eu posso ir com você se quiser - Marie anda até a porta ao ouvir alguém chamar ao lado de fora, e nem tanto para a minha surpresa, acabaram de informar que o Christian está lá fora, isso mesmo, ele teve a coragem de vir até aqui novamente.
Eu permiti que ele entrasse, preciso deixar claro que o quero bem longe de mim e do meu filho, e que não pode vir aqui quando bem quiser e entender.
- o que está fazendo aqui? - vou ser direta e rápida, não quero prolongar a conversa, tenho muito o que fazer para ficar perdendo tempo com ele.
- Annie, antes de tudo, eu quero que saiba que estou muito feliz em te ver - ele olha de relance para Marie - eu juro por Deus que te procurei em cada canto dessa cidade durante anos!
- Não seja sínico, Christian! - ele vai ter mesmo a coragem de vir com esse papo? - você me abandonou no momento em que eu mais precisava, e depois de todos esses anos, que por uma terrível coincidência do destino você passou a namorar a minha melhor amiga! - me exalto - escuta bem uma coisa, não quero que se aproxime de mim e muito menos do meu filho, ouviu bem? - aponto meu dedo para ele.
- eu me arrependo amargamente do que fiz - ele leva as mãos até a cabeça - eu era um adolescente imaturo e tive medo de encarar essa responsabilidade tão grande!
- e por isso me deixou sozinha, não foi mesmo? - nego com a cabeça.
- o meu pai nunca me perdoou pelo que fiz a você, e por causa disso, ele mudou totalmente comigo, assim como a minha mãe - ele fecha os olhos por alguns segundos - na época eu tive medo deles não te aceitar, mas eu estava enganado, e acredite, Annie, desde então eu venho carregando um peso enorme nas costas, cheguei até mesmo a pensar que vocês dois tinham morrido!
- então faz de conta que os seus pensamentos são reais - ando até a porta e abro pedindo para que ele saia.
- eu sei que não tenho nenhum direito, mas, eu gostaria de conhecê-lo.
- você o que? - solto a maçaneta da porta - sabe o que você merece? - me aproximo dele e dou um tapa em seu rosto, descontado toda a raiva que estou sentindo agora - escuta bem uma coisa, Christian, não ouse chegar perto do meu filho, ou eu mato você, ouviu bem?
- eu sei que está magoada, e não vou insistir agora - ele passa a mão no rosto - tenho certeza que vai mudar de idéia, eu estive ausente durante todos esses anos, mas agora que os reencontrei, eu quero fazer parte da vida do meu filho.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Luzia Ribeiro
bom eu penso que essa decisão é da criança e não da mãe sem contar que como ele disse era muito jovem se assustou depois procurou e não encontrou e ele tem direito sim a criança é feita pelo pai e pela mãe não importa os sentimentos de um ou de outro o que importa são os sentimentos da criança porque a criança não tem culpa se os dois foram irresponsável
2025-04-17
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Dindi
Por pior que ele tenha agido, infelizmente, como pai, tem direito a conhecer o filho.
2024-10-31
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Ana Rosa Oliver
Não deixa ele chegar perto do seu filho falar com seu marido logo
2024-08-17
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