Capítulo 18 - Dever

...Boa leitura donzelas ❤️ ❤️ 🥰...

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Sentiu seu corpo doer, principalmente o rosto onde haviam batido mais, Helian não se importava de ser espancado portanto que sua irmã estivesse bem, Allen pensou que ela havia morrido por alguma razão, mas ainda estava viva, apenas muito ferida, haviam arrancado completamente dessa vez tanto a jóia dela quanto a dele.

Seu estado não era bom, e se sentia receoso pois faziam alguns dias que Allen não lhe visitava, apesar de tudo estava preocupado.

— Onde esteve todo esse tempo? — Sua irmã indaga.

— Com o príncipe... não queria, mas acabei me tornando cativo dele.

— Se tornou um brinquedo escravo para aquele bastardo mimado, ele tentou fazer alguma coisa com você? Abusou de você?

Helian abaixa a cabeça.

— Allen não é como eles.

— Ele não vai vir.

— O que? — Ele se volta para sua irmã, havia estado distraído todo esse tempo.

— Príncipes de reinos grandes como ele, estão muito preocupados com a coroa para se preocupar com qualquer outra coisa. — Ela sussurra completamente exausta.

— Sacrifiquei minha liberdade por ele, é claro que ele virá.

Assim como toda vez em que esteve com ela sentiu seu toque suave em sua bochecha, era doce e adorável, mas seu cheiro sempre tão floral havia se tornado frio e fraco.

— Não sabe a nossa fama amor? Somos marionetes em seus dedos, brinquedos divertidos demais para serem jogados fora, mas até mesmo o melhor dos jogos se torna entediante quando quebrado.

— Não estou quebrado.

Ela ri baixo enquanto segura sua mão.

— Oh, irmãozinho, isso não somos nós quem decidimos, são eles.

Havia se passado tanto tempo que Helian passou a se perguntar se realmente havia sido esquecido, os guardas chegavam apenas para lhe bater um pouco enquanto riam da sua cara e então desapareciam.

No meio da noite enquanto sua irmã dormia, Helian finalmente desperta com o som do enorme portão de aço sendo aberto. Não precisava falar, apenas pelo cheiro ele sabia que era Allen. Queria conversar com ele e perguntar por quê demorou tanto mas se sentia mal e um pouco ressentido.

— O que eles fizeram com você? — Allen soa preocupado levando a mão até as feridas em seu rosto.

Seu toque era estranho, então Helian se afasta um pouco.

— Estou bem.

— Desculpa, tentei vir antes, mas a cerimônia estava uma loucura, os nobres não deixaram de me rodear nem sequer um segundo e foi difícil explicar tudo para o meu pai.

Dessa vez Helian não respondeu nada, se sentiu estranho ao ouvir sobre a cerimônia.

— Então você fez?

— Sim, foi diferente do que eu pensava, mas agora sou o herdeiro oficial, em alguns anos posso finalmente me tornar imperador, dessa vez não há nada me impedindo.

— Ah... — O garoto acena com a cabeça.

Era difícil raciocinar, Allen tinha um cheiro bom, e agradável, era um aroma limpo e frutal semelhante a um vinho adocicado. Ele havia se limpado e trocado de roupa, ao contrário dele que ainda tinha sangue seco em seus cabelos e a roupa estava completamente rasgada e manchada com aquele líquido vermelho, poeira e a ferrugem das correntes que lhe prendiam.

— Quando podemos sair?

O outro para por um momento.

— Não tenho certeza sobre isso, meu pai ainda anda agitado por conta de tudo o que aconteceu, tenho tentando remediar, ele queria te matar no dia em que tudo aconteceu, mas eu o lembrei que durante a cerimônia é proibido executar qualquer pessoa.

— Me matar?

— Você sabe, o que aconteceu com a imperatriz, todos pensam que foi você.

— Mas eu não fiz nada, ela estava tentando te matar, você viu bem Allen, eu só queria te proteger, foi você quem—

Nesse momento o príncipe leva a mão a sua boca para lhe impedir de falar. Sua pele estava tão quente ao contrário dessa cela tão fria.

— Eles não sabem disso.

— Você não vai dizer?

Allen suspira baixo.

— É mais complicado do que parece, o imperador é diferente da minha mãe, se ele souber que fui eu quem matei, não vai executar apenas eu... seria um massacre.

— Eu ao menos vou continuar vivo?

O príncipe parece perceber o quão irritado Helian estava e fica em completo silêncio, Helian continua:

— Se nem sequer consegue assumir a própria culpa, então não entendo porque veio aqui.

— Eu estava preocupado, mas meu pai não me deixou vir, apenas posso garantir que vou te manter com vida, custe o que custar. — ele engole em seco — Pode não parecer, mas sou muito grato por ter salvo minha vida.

Enquanto conversava com o pequeno cativo platinado Allen podia sentir os efeitos da cerimônia sobre o seu corpo, aos poucos sentiu as suaves linhas negras se apossarem do seu corpo, parecia o tipo de marca que ficaria para sempre. Não sentiu dor, mas era como se algo dentro dele tivesse mudado, sentia que dentro de si havia algo lhe mudando aos poucos. Não podia negar que tinha um pouco de medo do que se tornaria. Antes era movido pelo desejo de ser amado por sua mãe, por mais que dissesse que era seu próprio sonho ser imperador, estava apenas em negação.

Mas agora era como se um sentimento lento, escuro e sombrio acariciasse lentamente os seus cabelos e esfriassem a sua alma, sussurrando com uma calmaria absurda o quanto aquela coroa ficaria bem melhor em sua cabeça do que em seu pai. Não conseguia deixar de pensar em como nasceu para ter poder, ser adorado por todos nunca foi sua prioridade, mas agora apenas estar longe do trono o fazia querer arrancar os próprios cabelos.

— Você quer vê-lo, então pode ir. — Foi o que o imperador disse após duas semanas se recusando a deixá-lo visitar Helian.

Ele não sabia se por quê o homem sabia do sentimento estranho que a cerimônia despertava, mas o deixou em isolamento no quarto durante dias. Allen não achou que mudaria muita coisa, vários anciões ficaram a sua volta proferindo as palavras do grande livro da fundação do império, enquanto marcas permanentes eram traçadas em seu corpo.

Quando haviam dois príncipes, geralmente o segundo tinha a chance de escolher se queria participar ou não, haviam chances pequenas de não sobreviver a cerimônia, pois diziam que as forças de nossos antepassados eram muito fortes sobre o desejo humano, intensificando tudo de uma forma esquisita, e até mesmo criando outros desejos que aquele marcado nem sequer imaginava possuir um dia.

Então apesar de franzir o cenho quando o imperador finalmente lhe permitiu sair, ainda agradeceu e passou a visitar Helian todos os dias. O garoto ainda se recusava a falar com ele.

— Não seja assim donzela, você viu? Eu te trouxe suas frutas favoritas.

As mãos ágeis e pálidas do menino não pareciam se importar com mais nada além da pessoa a sua frente, ele passava o pano molhado por sua testa, enquanto sua irmã estava extremamente pálida.

— Conversei com o imperador, estou tentando lhe fazer concordar a te deixar em uma cela melhor, sei que aqui é muito frio para você.

Ele se aproximou sem lhe tocar enquanto observa fixamente as feridas em seu rosto que ainda estavam se curando. A maioria das manchas haviam desaparecido e Allen havia lhe devolvido sua jóia.

Desde esse dia Helian parecia lhe ignorar.

— O remédio que eu trouxe... devia aplicar um pouco no seu rosto também. — Ele toca sua mão — Não gosto de te ver ferido.

O garoto para por um momento, sua expressão extremamente feia toda vez que o outro o toca.

Allen não estava acostumado com isso, então morde os lábios.

— Você me odeia?

Ele volta a cuidar da sua irmã, e não responde a isso, enquanto não respondesse que o odiava, Allen sentia que ainda havia uma chance de reconciliação.

— Está com raiva? — Quando não responde, Allen pergunta de novo — Chateado?

Dessa vez ele apenas acena devagar com a cabeça. E continua acenando sem parar, não como se estivesse negando, era mais como se não suportasse ouvir sua voz.

— Sei que não fugiu no momento certo, mas dessa vez vai funcionar, só precisa confiar em mim, vou liberar a rota no momento certo, então poderá escapar são e salvo.

— Fugir? Acha que esse é o problema?

— Fiz muitas coisas erradas com você, mas prometo que vou melhorar.

Quando Helian não diz nada, Allen dá um sorriso curto voltando a segurar sua mão, dessa vez ele não nega, mas seus dedos tremiam um pouco.

— Vai ficar tudo bem.

Essa foi a última coisa que Allen disse antes de ir ver o imperador, não sabia por quê mas ouviu Faith falar que esse era um momento delicado.

— Aconteceu algo vossa majestade?

— Algo? Pergunta por quê realmente não sabe ou talvez queira me ver irritado? — Ele leva a mão aos cabelos negros — Aceitei o acordo em nome de um cativo, pensei que era um acordo tácito entre nós de que a execução que não aconteceria por enquanto, seria a de Helian, mas não entendo por quê ele insiste em manter aquele cadáver lá.

— Também pensei que ela estivesse morta vossa alteza, mas Helian disse que foi um engano nosso.

— Helian? — O homem ri baixo — vocês ficaram tão próximos, não estou criticando, é apenas estranho, mas não me incomoda que se preocupe com um cativo.

— Agradeço vossa alteza.

— A irmã dele no entanto, está quase morta, quando mandei lhe prenderem, devem ter jogado ele na única cela disponível, com sua irmã, seu estado é vegetativo, ela pode chegar a falar, mas seus órgãos apodreceram, isso deve ter feito ele pensar que ela está bem, mas em algum momento você a viu levantar e dizer qualquer palavra? Acha mesmo que uma princesa feroz de Waverly se manteria quieta ao ver a causa de sua ruína conversando com seu pequeno irmão? — Ele balança a cabeça negativamente — E você devia saber como funcionam os nossos guardas, amam brincar com os prisioneiros. No mínimo ele está drogado.

Allen arregalou os olhos com a declaração.

— Mas isso... após a cerimônia...

— Sei que ninguém pode ser executado durante um ano ao fim da cerimônia, ao menos não por mim, mas isso foi algo que a imperatriz fez, é uma droga cruel que nós possuímos, mas ótimo para interrogar, o corpo da pessoa apodrece aos poucos, enquanto sua consciência permance viva. — O imperador dá um estalo com a língua — Quanto mais tempo passar, mais ela vai sofrer com isso, se quiser amenizar sua dor, posso te dar uma substância completamente indolor, e assim sem que ele veja, você aplica nela, cessando o seu sofrimento.

— Mas...

— Essa substância, é extremamente rara, então em troca, após isso você vai viajar até os reinos do sul para ter uma melhor educação sobre como administrar um reino, e não ouse voltar sem uma noiva.

Era como se seu peito fosse explodir a qualquer momento.

— E quanto a Helian, Adric ou Merliah?

— Vou manter minha minha palavra com o cativo, ele permanecerá vivo, mas não colocará os pés para fora da prisão, seu irmão pode ir com você se quiser, caso sinta medo que a posição dele fique melhor que a sua, e quanto a empregada eu não me importo.

— Preciso mesmo matar a irmã de Helian?

— Não é uma morte de todos os modos, seu estado é grave, nesse estado sua alma apenas vai se destruir pouco a pouco, principalmente se estiver fora da terra nativa.

Ele aperta os próprios punhos, fazer isso era monstruoso. Após acenar com a cabeça, ele se prepara para sair do salão quando ouve a voz de seu pai dizer:

— Sei que é um garoto esperto Allen, sabe que sempre cumpro meus acordos, não faça nada desnecessário e prometo que vai ser bem recompensado, não se esqueça que também tem uma irmã.

— Sei o que devo fazer.

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...Espero que tenham gostado leitura ❤️❤️❤️...

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