Capítulo 17

Estava com Marcos na aula de educação física até alguém me empurrar fazendo eu cair.

— Que merda foi essa?

Resmungo olhando para trás, advinha quem era? Carlos!

— Vê se aprende ser homem.

Ele fala fazendo os colegas que estavam ao lado dele rirem.

— Acho melhor você pegar para si o que disse. Homem de verdade não sai por aí batendo nos outros só por diversão e humilhação.

Dito isso, Carlos fez uma cara bem furiosa.

— Vai se arrepender das suas palavras, escuta bem o que eu estou falando.

Não sei se sinto medo dele ou pena, não tem nada que ele faça que possa me ferrar.

Marcos me elogia pelas sábias palavras que eu disse para poder me defender. Essas vão ser o começo de muitas. Fernando fala:

— Turma amanhã será nossa caminhada pela trilha do Norte. Professores especialistas irão também, a missão será vocês coletarem diferentes tipos de plantas. Quem coletar mais variedades, terá pontos em todas as matérias. Tendo direito a explicar para todas as turmas sobre cada uma delas e concorrer a premiação escolar.

Me parece bem interessante essa aula, sempre gostei de explorar diferentes lugares. Nem falo do Marcos, esse passeio o animou bastante.

— Porém não será só essa turma, vão os segundos anos também. A turma 2-2.

Putz, acabo me arrependendo de ter cantado vitória, era a turma do Carlos.

Aproveitei que os alunos conversavam e fui até Fernando.

— Professor não poderia ser apenas nossa turma e outros terceiros? Sabe que aquele Carlos pode acabar me empurrando dentro de um barranco.

— Por isso vou estar por perto.

Ouvir isso deixou meu coração quentinho.

— Mas e se você precisar guiar os outros?

— Confia em mim James.

Cada palavra me fazia cair ainda mais no charme dele.

— Tá eu confio. Você quer dar uma volta comigo hoje a tarde? Eu vou andar com o irmão mais novo de um amigo.

— James eu vou estar ocupado, outro dia pode ser?

Confirmo um pouco cabisbaixo até ele me chamar para ajudá-lo em algo.

Entramos na sala de reuniões e ele tranca a porta. Começa a beijar meus lábios enquanto subia as mãos por baixo da minha blusa e apertar minha bunda.

— Nossa senti tanta falta disso.

Ele diz me fazendo derreter aos seus toques.

Seguro o cabelo dele enquanto beijava o meu pescoço. Ele dá algumas mordidas e minha mão teimosa pega no pau dele.

— Quer mesmo fazer isso?

— Sim eu quero.

Fernando encosta na beira da mesa enquanto eu acariciava o pau dele e depois começar a chupa-lo.

— Caramba James, você é bom nisso.

Depois de certo tempo ele solta um espasmo dentro da minha boca. Acabo engolindo.

— Não era para você ter engolido.

— Bom já foi, agora a gente termina o que começou?

Quando ele ia para responder alguém bate na porta. Me esfriei dos pés a cabeça e voltei a minha postura.

Fernando fechou o zíper da calça rapidamente e me mandou esconder.

Ele abre a porta.

Escuto a voz que parecia ser do 'diretor' ?!

— Diretor? O que aconteceu?

— Professor eu recebi uma denuncia anônima de que você estava assediando algum dos alunos.

Como que diabos isso foi parar nos ouvidos do diretor? E é ao contrário.

— Não diretor, quem falou isso está querendo ferrar comigo. Nunca na minha vida eu faço isso ou farei.

— O que você está fazendo nessa sala ao invés de estar com seus alunos?

— Bom, eu esqueci minhas chaves aqui como pode ver e já estou voltando.

— Bom, não quero que um tipo de informação dessas se repita. Eu confio muito nos meus professores.

Com certeza isso tem a haver com o Carlos. Ele me paga.

***

Depois do ocorrido de mais cedo mantive uma certa distância de Fernando. Espero que esses boatos não tenham se espalhado para machar com o nome dele.

Mas observei que algumas garotas olhavam feio para ele. Então se espalhou a falsa notícia. Não sei se o pior é saberem uma coisa dessas ou se ele também fica com caras.

Quando eu estava saindo para ir embora me encontro com William que me oferece uma carona até em casa.

Na estrada ele diz:

— James o professor já tentou alguma coisa estranha com você?

— Até você pensa isso dele William? Claro que não.

— Desculpa, só falei isso por preocupação.

— Não, tá tudo bem.

Chegando em casa desço do carro e agradeço pela carona.

Almocei rapidamente e fui para a casa de Leon. Consegui encontra-lo ainda em casa, falou que antes da noite voltava. Me deixou todas as instruções e o Lucas comigo.

Olho para o garotinho sorrindo e digo:

— O que você quer fazer primeiro?

— Passear.

— Onde?

— Na pracinha que fica ao sul, maninho sempre me levava lá.

— Então tá pequeno, vou fazer a sua vontade.

Fui com o Lucas até o quarto dele onde escolhi algumas peças de roupas adequada para o ambiente onde a gente ia.

Seria minha primeira experiência em cuidar de uma criança. A gente foi caminhando mesmo, não era tão longe. Nunca vi um menino gostar tanto assim de caminhar como ele gosta.

— Titio a gente pode comer sorvetinho?

— Claro que sim, vamos naquela sorveteria ali.

Havia uma bem próxima facilitando a nossa jornada. Entrei com ele e o deixei escolhendo quais sabores queria.

Paguei o sorvete dele e um para mim também. Tornamos caminhar e não demorou muito para chegarmos.

Vi Fernando sentado no banco com uma mulher, eles estavam tão concentrados olhando um para o outro sorrindo e conversando que não notaram minha presença. Era a mesma mulher daquela noite.

Fui caminhando com Lucas segurando a mão dele até ver a pior cena de todas. Os dois começaram a se beijar.

Vê aquela cena foi como uma estaca atravessar o meu peito. O coração parou de bater um momento e pude sentir ele se partindo por dentro.

Lucas puxa a ponta da minha blusa perguntando por que eu tinha lágrimas nos olhos e se eu não iria comer mais o sorvete.

— Perdi a vontade Lucas.

— Então você me dá o seu?

— Claro.

Dou o potinho de sorvete para ele, a pior coisa de todas foi ter uma confiança pisoteada, traição e uma promessa quebrada. Então eles já deveriam estar juntos pelas minhas costas.

Como você pôde fazer isso comigo Fernando? Eu não estava conseguindo segurar o choro, convenci o Lucas de irmos para casa.

Assim que chegamos Leon chegou uns segundos depois, ele vendo meu estado pergunta o que houve.

— Ele me traiu.

Falo chorando, me sentindo destruído por dentro. Era uma dor na qual eu nunca havia sentindo antes.

Lucas fala:

— Maninho o titio deve estar dodoi.

Leon me abraça e tenta me consolar. Minha vontade era de jogar tudo na cara de Fernando até os momentos que a gente estava juntos. Só que algo me dizia para não fazer isso e esperar para que ele me falasse da própria boca dele. Se ao menos isso ele teria coragem de falar.

Agora eu entendo, ele chegar atrasado para conhecer Asher, o barulho na ligação, a marca que meu amigo falou, ele não querer tirar a blusa, ter gritado comigo... Tudo faz sentido.

Fui um completo idiota em pensar que ele sentia algo por mim, nem que fosse um pouquinho sequer.

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