Capítulo 12

Fizemos o último passeio pela manhã cedo, fico a manhã toda sem olhar para Fernando. Quando a gente ia para entrar no ônibus, ele me chama.

— Fala professor.

— Sobre ontem...

— Como o senhor disse, esquece o que rolou ontem.

Entro rapidamente no ônibus e sento ao lado de Marcos.

— O que foi James? Por que está com essa carinha?

— Não é nada.

Forço um sorriso.

— Acha que o professor não vai descobrir o que fizemos ontem?

— Tenho certeza que não.

***

Ao chegar em casa, fui direto para um banho renovar minhas energias.

Não entendo porquê Fernando sempre me afasta. Sei que ele também gosta da nossa química porque o corpo dele reage.

Agora não é o momento de me preocupar com ele, e sim com meus pais. Vai ter um dia que terei de me assumir, mesmo temendo a reação que eles farão.

Tirei minhas roupas e me bateu a lembrança da noite passada, agora me torturava ainda mais. Fazia eu querer ter momentos de casais com Fernando. Só que as fanfics que crio, acabam se tornando em vão é surge uma insuportável dor de cabeça.

Depois do banho me olhei no espelho, percebi as marcas que ficaram no meu pescoço. Preciso esconde-las do meu pai.

Assim que me troquei, conversei com Asher sobre tudo, ele me repreendeu desde as primeiras palavras até as últimas.

— James você estava louco né? Como pôde se entregar para ele assim?

— É que eu havia bebido um pouco e só estava querendo o momento, mas no final valeu a pena. Me senti totalmente diferente!

— Não sei o que faço com você, mas agora me responde a verdade. Está apaixonado por aquele homem?

— Acho que sim.

— James você sabe que isso será bem problemático né? Sabe que ele é seu professor e você um aluno do terceiro grau.

— É Asher, mas não tem como enganar o coração. Afinal faço dezoito anos em um semana, serei dono do meu nariz.

— Conversa com ele sobre isso e se resolvam. Você só me dá dor de cabeça, no final de semana eu vou aí te ver e comemorarmos o seu niver.

— Já falei que te amo?

— Um bilhão de vezes.

Assim que encerrei a ligação meus pais chegaram. Fui até a sala e dei uma abraço na minha mãe.

— Como foi de viagem meu amor? Tudo tranquilo?

— Sim mãe.

Pego na mão do meu pai que me olha.

— Que bom que ocorreu tudo bem, mas James você está com frio para usar uma blusa de manga e gola alta em uma hora dessas?

Me afasto dele.

— Peguei um resfriado, logo irá passar.

Ele parecia desconfiado, mas acabou ignorando.

Passei o fim de semana só pensando no professor, sem dúvidas eu estava apaixonado. A noite que tivemos só confirmou isso mais ainda.

***

Acordei bem cedo e me arrumei mais do que de costume. Fui para a escola totalmente decidido sobre o que fazer. Descobrirei qual o limite de Fernando.

Encontrei Marcos pelo caminho e fomos conversando até chegar nos portões da escola. Estava acontecendo uma certa movimentação e fui com Marcos ver o que era.

Vimos que era o Carlos. Mas como ele já poderia ter voltado sendo que deram suspensão de meses para ele? Ao me ver, acabou vindo até mim. Coisa boa não seria.

Carlos pegou na gola de minha camisa.

— Parece que você não deu muita sorte arrombado, meus pais são mais ricos do que pensa. Conseguem o que quiser! Dessa vez farei sua vidinha o inferno.

Marcos ao meu lado fala grosso e chama mais atenção dos alunos em volta.

— Larga ele seu escroto, vê se pega alguém do seu tamanho porra.

Carlos me larga e pega a gola da blusa de Marcos.

— O que disse seu merdinha?

William aparece para minha salvação e manda Carlos solta-lo. Só ele pode fazer esse demente parar algo.

— Deram sorte. William para de defender esses maricas.

William olha para nós dois.

— Ainda bens que cheguei a tempo, por favor fiquem longe dele.

— William você sabe porquê ele está de volta antes do prazo proposto?

Pergunto.

— É que a família do Carlos é de extrema importância no país, a maioria das autoridades estão submissas a ela. Então fizeram um trato com o diretor, se ele não autorizasse o Carlos novamente na escola, iria entrar na justiça com o nome da escola para ser fechada. Claro que os pais do Carlos iriam inventar várias provas de que o filho não passa de um santo na escola. Eu sei disso porque sou meio irmão do Carlos, então ele só obedece a mim e a família.

Fiquei bem surpreso com o que ele me diz, nunca poderia imaginar que eles eram meio irmãos. Só não quero cair em problemas com esse Carlos novamente.

Entrei com Carlos na sala e logo começaram as aulas. Era hora do plano.

Quando Fernando olhou para mim, eu me aproximei mais de Marcos com uma forma sedutora na qual Fernando descobriu. A expressão dele não estava boa.

Começo a ficar bem grudado no Marcos que também estava estranhando isso. Então falei baixinho no ouvido dele "Apenas segue o que estou fazendo".

Terminando a aula, ele saiu primeiro, depois que dei um beijo no rosto dele. Fernando me fuzilava com o olhar. Quando eu estava prestes a terminar de me organizar e sair, o professor fecha a porta da sala e as cortinas da janela.

— O que está fazendo professor?

— Então é assim, você transa comigo e já parte para outro?

— Não fui eu quem mandou esquecer o que aconteceu. Afinal, me enganei achando que a gente sentia a mesma coisa.

Fernando se aproxima de mim e me encosta na parede.

— O que quer dizer?

— Eu que pergunto doce professor.

Falo com um sorriso totalmente sádico ao mesmo tempo que sedutor.

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