Capítulo 4

Acabei acordando atrasado para ir a escola. Me levantei só por conta que minha mãe chamou, caso contrário eu faltaria aula hoje. Ela me deixou no portão da escola, fui até o porteiro e até que eu consegui convencê-lo de me deixar entrar.

Fui correndo para a sala, havia somente eu nos corredores. Pedi licença para o professor que nesse momento estava explicando e olhou para mim.

— Acordou tarde James?

A forma que ele disse foi um tanto severa ao mesmo tempo que um pouco irônica para mim.

— Sim professor.

— Vou deixar passar dessa vez. Na próxima põe o alarme para te despertar.

Fui para o meu lugar de origem. Eu prestava mais atenção na boca do professor do que na própria aula. Teve até um momento em que ele falou:

— Você acordou hoje um pouco aéreo né James?

Todos colocaram os olhares em cima de mim. Para responder eu apenas disse:

— Não dormi bem a noite.

Depois de passadas três aulas, a gente foi para o jogo de futebol. Não iríamos competir entre nós mesmos, e sim com os do 2°ano. E claro, tinha que ter o Carlos no time. Ele veio na nossa direção todo querendo ser o machão.

Passando por mim, meteu o ombro no meu. Dei uma certa olhada para ele e o professor se aproximou.

— James tente ao máximo não ficar perto do Carlos. Ele tem certos problemas mentais.

— E por que ele continua na escola já que fica confrontando os outros?

— Isso já foi discutido no conselho, mas o pai dele conseguiu fazer com que ficasse.

Tomei um ódio. Como que alguém deixa uma pessoa problematica continuar estudando com os outros?

Apenas fui para o meu posto na quadra enquanto o outro time terminava de se formar. O ano está só começando, acho que a única coisa que está me fazendo gostar de estar aqui e ficar olhando para o professor. Mesmo que isso vale ter pensamentos distantes.

Uma coisa minha mãe disse " Se você quer algo, agarre logo antes que seja tarde ". Mas ainda é muito cedo, preciso conversar mais com o professor. Estou apenas começando a semana.

O jogo estava indo até bem, conquistei a atenção de algumas pessoas quando eu acertava a bola no gol marcando 5 pontos. Quando eu ia para chutar a bola novamente no gol, Carlos entrou com tudo na minha direção chutando minha perna. Cai no chão e senti que minha perna havia quebrado naquele mesmo instante. Só conseguia sentir a dor, vários dos meus colegas se reuniram ao redor de mim e logo o professor apareceu.

— Consegue se levantar James?

— Tá doendo muito, acho que quebrou.

Era somente o que eu conseguia dizer até ele me pegar nos braços e me levar dali. Passou pela direção dizendo me levar no hospital já que na escola ainda não tinha sala de enfermaria e minha perna estava inchando.

Ele me colocou no banco do passageiro ao mesmo tempo em que entrou rapidamente. Dessa vez dirigia mais rápido e eu estava começando a tremer. Minha perna faltava me matar de tanta dor.

No hospital já fui logo atendido, o médico começou a examinar enquanto o professor ficou em pé ao lado. Depois de dar uma boa olhada ele conclui:

— Lamento informar mas, o senhor teve uma pequena fratura no osso e não poderá andar por três dias até se recuperar.

— Só que eu preciso estudar doutor!

— Eu lamento, se você forçar para andar pode piorar a situação. Teve sorte de não ter sido quebrada. Se me der licença, vou buscar os remédios necessários.

Fico totalmente encabulado. Minha mãe quando souber, com certeza irá querer me trocar de colégio, e isso não pode acontecer. Fiquei perdido nos meus pensamentos ate o professor dizer:

— James isso foi bem sério, vou tentar conversar com o conselho. O Carlos passou dos limites!

— Está preocupado comigo?

— Como eu não estaria preocupado com o meu aluno?

Isso é o que veremos professor, daqui um mês eu consigo te pegar! Ou não me chamo James Álvaro.

Uma enfermeira entra com maleta de primeiros socorros e começa a trabalhar na minha perna. Como o professor é ocupado, disse que estava voltando para a escola.

Liguei para meus pais e informei que estava no hospital. Minha mãe foi a úncia que disse tentar sair para vir me ver. Aquele maldito Carlos vai me pagar, por três dias não vou para a escola por culpa dele.

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