Capítulo Quatorze

Bruno

Eu vim pra essa merda de baile porque o Breno fico me enchendo o saco dizendo que os vapor tava tudo falando que eu tô estranho, que não tô mais ligando pra nada e que eu abandonei o morro. Ele não vê que eu passo o dia inteiro naquela porra daquela boca resolvendo tudo que é tipo de b.o.

Mas na hora que o Eduardo chegou junto com aquele cara, eu me arrependi até de ter nascido. Doeu que só a porra ver meu princeso la se divertindo com outro cara, era pra ser eu pora! Mas também não sei porque ele tem que querer fazer isso na frente de todo mundo pô, nada vê isso, dá pra ficar de boa sem tá se exibindo por aí.

Quanto mais eu olhava pra eles, mais triste eu ficava, e mais eu bebia, e quanto mais eu bebia mais eu ficava com ciúmes, e quanto mais ciúmes eu tinha com mais raiva eu ficava.

Quando o baile tava no meio, eu já tava bêbado, cagado de ciúmes e puto da vida.

Eduardo

Eu vi o Bruno bebendo na área vip, tava lá parecendo o rei do mundo, olhando pra todo mundo com cara de quem cheiro peido.

E também ele estava desnecessariamente bonito, gente pra que a necessidade de esfregar na minha cara o gostoso que eu nunca vou ter?

Mas como dia dia a minha amada vozinha, tudo o que não tem remédio,remediado está.

Eu não posso fazer nada a respeito do Bruno, mas eu posso fazer alguma coisa com o cabeça dura do meu irmão.

Ele tava no bar enchendo a cara e me olhando de cara feia, e eu aproveitei pra ir lá e fazer esse bocó assumir que gosta do Sávio, e eu acho que ele gosta dele a muito tempo só não se deu conta ainda, as vezes é mais fácil encarar o amor como apenas amizade, e mais fácil e simples, mas nem sempre dá certo.

- Oi maninho? Se divertindo?

- Não tanto quanto você pelo jeito.

- Tá falando do Sávio?

- Parece que vocês estão se dando bem né?

- Sim, e muito. Não era o que você queria? Juntar nós dois?

- É, era o que eu queria.

Eu vi que ele tá triste e frustrado com o resultado da missão cupido dele.

- Uma pena que a gente nunca vai dar certo.

- Não é o que tá parecendo vocês dois estavam quase se pegando ali no meio da pista.

- Pois é, mas não vai dar certo as coisas entre nós.

- Porque?

- Conflito de interesses.

- O que?

- Ele e eu gostamos da mesma coisa.

- Sim, homens, eu sei disso.

- Sim gênio, mas o tipo de homem que eu gosto ele gosta também entendeu?

- Eu acho que sim, não sei.

- Gustavo, ele gosta de dar a bunda , igualzinho a mim, por isso a gente não da certo, entendeu agora lerdeza?

- Humm, entendi.

- E também tem outra coisa, ele é apaixonado por outro cara.

- Claro que é...

- Nossa Gustavo o tanto que você é bonito e o tanto que você é lerdo, deixa de ser jumento cara, o Sávio tá apaixonado por você, e eu sei que você também tá de quatro por ele.

- Eu não tô não!

- Tá sim, você achou que esse cuidado todo que você tem com ele era amizade, mas no instante em que você me viu com ele o ciúmes era tão evidente que tava estampado na sua cara.

- Edu, eu nunca fui gay, isso não tá certo.

- Tá bom, já que você não que ele, vou arrumar um homem bem gostoso pra ele, o que você acha daquele fortao ali.

Apontei pra um homem negro, mais musculoso do que o necessário, ele tava sem camisa e tinha os dentes tão brancos que refletia a luz. O homem era tão lindo que parecia uma pintura.

- Eu acho que o Sávio vai amar levar uma sarrada desse moreno, olha o tamanho da mão dele, nossa ele vai ficar doido, e aquela bica, olha o tambor dos lábios nossa ele deve beijar tão bem.

Quer saber pra mim já deu eu vou embora.

Eita, acho que eu peguei pesado.

Quando o Sávio viu o Gustavo indo embora, ele também quis ir pra casa, e daí a gente foi, chamei o Sávio pra dormir lá em casa já que a Manu avisou que ia dormir fora outra vez seja quem for que ela esteja fudendo, com certeza tá ficando sério.

Eu estava tentando animar o Sávio pra ele esquecer do panaca do meu irmão, então Sá gente seguiu de mãos dadas cantando igual uns doidos pela rua, quando chegamos em casa, eu fui procurar a chave, o Sávio fazendo graça começou a fuçar nos bolsos da minha calça procurando a chave também, ele tava com a mão na minha bunda quando a gente ouviu o barulho de uma arma ser engatilhada e o Breno aparecer já com a arma na cabeça do Sávio.

- Tira a mão do que é meu!

- Que que é isso Bruno, pirou de vez?

- Você fica na sua que eu me resolvo contigo mais tarde, agora minha conversa e com esse arrombado aqui. Pode parar de fica pegando nele e encostando nele, e se você beija ele de novo eu juro por Deus que eu vou parti dia cabeça em duas!

- Bruno para com isso a gente e só amigo.

- Se tu faz isso com tudo que é amigo é melhor parar.

Como se tudo já não tivesse uma merdas o Gustavo chega pra deixar tudo pior.

- Aí, deixa meu irmão em paz, e é bom tirar essa arma da cabeça do meu namorado.

- Namorado?

Nós três falamos juntos.

- Gustavo leva o Sávio pra casa, deixa que eu me resolvo com o Bruno, Bruno abaixa e saa arma que droga.

Ele guardou a maldita arma e eu consegui respirar aliviado.

- Mas nem fudendo que eu vou te deixa sozinho com esse cara armado, tá doido Dudu?

- Confia em mim Gustavo, eu vou ficar bem, agora é melhor você ir com o Sávio tá.

Depois de muito custo eles finalmente fora embora, e eu fiquei lá com aquele bandidão cachaceiro jogado no meu sofá, deixei ele lá e fui pra cozinha pegar um copo de água, e quando eu voltei eu vi o Bruno sentado com as mãos na cabeça, e eu quase cai pra taz quando eu percebi uma coisa...

O bandidão tava se acabando chorar

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