Capítulo 17

Dean

Começo a rir muito alto até que escuto a voz de Calvin vindo da escada.

— Senhor Evil?

— Calvin, não contou para os seus filhos que vocês me deram a Hazel como pagamento da dívida de vocês? Bem, ou sua filha ou suas pernas. Uma troca justa, não é? – falo cruzando os braços.

— O que... A que devo a sua visita? – ele questiona com a voz trêmula.

— Pai? Isso é sério? Vocês entregaram a minha irmãzinha para esse homem? – a irmã pergunta.

— Vocês prometeram que não iriam mais jogar depois que hipotecaram a casa! E agora isso? – dessa vez, o outro irmão fala indignado.

—Vocês não podem nos julgar!

— Calvin! Pare, sabe que estamos errados! Elynor, Elijah, Hazel vai casar com o senhor Evil! – Lívia aparece no topo da escada.

— Sua mulher tem mais coragem que você, Calvin! – zombo — Agora vamos ao que realmente interessa. Eu avisei que não queria vocês em meus clubes de apostas. O que estavam fazendo lá?

— Nós não perdemos! Nós ganhamos. Não estamos te devendo nada! – Calvin se defende.

— Acho que precisam ler melhor o contrato que assinaram. Uma das regras era bem clara. Se vocês entrassem em um de meus clubes, ganhariam um corretivo para deixar os dois na cama.

— Não, por favor! Não bata neles, você está com a nossa irmã, isso não é justo. – a irmã se coloca entre os pais e eu.

— Justo? Justo seria se você e esse idiota aí tivessem ajudado a Hazel a pagar a hipoteca da casa! Justo seria se vocês tivessem internado esses dois viciados em jogos. Nem depois de vender a filha para mim e saber que iriam receber um corretivo se voltassem a apostar em meus clubes, eles pararam.

— Não machuque eles! Faça comigo, não encoste neles. – o rapaz implora.

— Não! Nós prometemos não voltar a nenhum clube que seja seu. – Calvin fala, enquanto tenta tirar os filhos de sua frente.

— Comovente! Venderam a caçula e protegem os mais velhos. – bato palmas — Tocante, mas tenho que adverti-los para não dizer que eu não avisei. Tenho parceria com todos os clubes de apostas dessa cidade. Não quero ver os nomes de vocês em nenhuma lista que venha parar em minhas mãos.

— Eles não vão. Tem a minha palavra. — o filho fala.

Me levanto e caminho em direção a porta, antes de sair me viro para eles.

— Acho que foi melhor para Hazel ficar comigo, bela família vocês são. – me viro novamente e saio.

Ao chegar noto que a casa está vazia, subo, tomo banho e decido malhar um pouco. Na academia soco o saco de areia enquanto a música alta no fone vira trilha sonora do momento, meus pensamentos vão para a noite de ontem e de tudo o que fizemos juntos.

Me perco ali até que sinto a mão de alguém em meu ombro e paro o que estou fazendo tirando meu fone, quando me viro vejo Hazel e ela parece estar com raiva.

— Aconteceu alguma coisa? – pergunto com as sobrancelhas juntas.

— Sim! Eu te liguei para resolver algo e você não atendeu, acordei nua no seu quarto e no lençol tinham marcas que me indicam que você se divertiu e gemeu bem alto já que a casa inteira te ouviu. Tem alguma coisa que queira me contar? Já que eu estava bêbada e não estava em condições de decidir qualquer coisa por mim!

— Está insinuando que eu tenha abusado de você bêbada? Eu não fiz nada, ou melhor, fiz sim e tudo o que aconteceu foi com você no comando! Não estou tirando a pörra da minha culpa, mas fica difícil quando você quer tanto a pessoa e acaba como nós ontem. Já que queria falar comigo, pode falar agora. Meu celular deve ter descarregado, até estranhei ele estar em silêncio hoje.

— Seus dois funcionários Amber e Jamil estavam transando completamente nus em uma das salas Vip do café. Precisa demiti-los.

— Quando isso aconteceu? Eu até ia passar no café, mas tive um contratempo!

— Austin abriu a cafeteria como sempre faz e eles entraram junto com ele, mas Austin percebeu que os dois sumiram e foi procurar. Ele ouviu gemidos vindo da última sala Vip e quando abriu os pegou no ato.

— Vou resolver isso hoje ainda! – só agora ela percebeu que estou apenas de calça, sem blusa e suado, e percebo que ela dá um passo para trás então decidi dar dois passos em sua direção — Sobre ontem, você conseguiu me colocar todo dentro da sua boca e foi a primeira a conseguir tal feito. Me enlouqueceu, e sim, tive que gemer alto quando me fez gozär, engoliu tudo me olhando nos olhos com um olhar de safada.

Meus lábios já estão encostando nos dela quando Gael entra dizendo que precisa falar comigo e ela se afasta quase que correndo... Droga.

A semana passa e Hazel tenta me evitar depois de descobrir que quase se entregou para mim, e hoje é o último dia do ano. A noite cai e volto para casa, estou em meu quarto enrolado na toalha escolhendo a roupa para usar até que ela bate e eu digo para entrar.

— Você poderia me deixar passar a virada do ano com meus pais? É só mandar esses seguranças idiotas comigo, creio que não irei conseguir fugir deles!

— A resposta é não! Você vai ficar aqui. Não vejo porque de você querer passar com eles, eu fui até a casa deles há uma semana e nem perguntaram por você.

— Eles... Você foi até lá para que? Eles devem achar que estou bem aqui!

— Não arrume desculpas para eles! Mesmo depois de te usar para pagar uma dívida eles tiveram a capacidade de ir novamente até um clube meu e apostar de novo.

— Eles precisam de ajuda, precisam de alguém qualificado para cuidar deles.

— Sabe Hazel, eles não pensaram muito na hora de te colocar em jogo para pagar a dívida, mas já com seus irmãos tinha que ver a forma como os protegeram na hora que fui cobrar a cláusula do contrato que assinaram comigo de não entrar em meus clubes.

—É mentira! Meus pais me amam. Você está

mentindo.

Ela vem na minha direção e começa a dar tapas em meu peito e eu a pego e a jogo em minha cama.

— Quer me bater, amor? Pode bater, mas aqui na nossa cama! Vai me dar prazer me fazendo te dar mais prazer ainda.

— Sai de cima de mim... Agora!

— Tudo bem! Mas não faça isso de novo, a não ser que seja em nossa cama, aí tá liberado. – ela sai do meu quarto batendo a porta.

Chega o momento do jantar, mas ela não está na sala, e Jordan me alerta.

— Já fui até o quarto dela, mas ela está trancada lá e disse que não vai descer, só quer dormir.

– Ela que durma então!

Vou para o bar que temos em casa e começo a beber. As horas passam e nada dela descer e eu já estou meio alto na bebida. Jordan diz que faltam dois minutos para a meia noite e sai para o jardim com Gael, Mayra e Anthony. Eu viro minha última dose e subo a escada em direção ao quarto dela.

— Abra essa porta, Hazel!

— Não! Eu quero ficar sozinha!

— Se você não abrir por bem eu vou abrir do meu jeito.

— Você vai arrombar a porta? Pode tentar, eu não ligo!

— Não me culpe por ser rude com você!

Me preparo e chuto a porta com toda a minha força, quebrando a fechadura, ela me olha espantada e vejo que ela está de pé ao lado da cama. Começo a ouvir a contagem regressiva lá embaixo e caminho na direção dela a cada número dito e quando chega no um eu a puxo e beijo, não sei se são os fogos lá fora, mas alguma coisa está explodindo aqui dentro também.

Ela não recusa meu beijo ou será que sou eu que estou usando muita força? Que seja! Ela não está me empurrando pelo menos, quando o silêncio reina lá embaixo paro o nosso beijo por causa da falta de ar, olho para ela com algo queimando dentro de mim.

— Vou te beijar assim em todas as viradas de ano daqui para frente. Você não pode passar a virada longe de mim.

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