Hazel
Depois do expediente ajudamos Austin com a limpeza do café e a fechar a loja, como moramos na mesma rua fomos juntos para casa e saímos juntos para o bar. Chegando lá já escolhemos uma mesa e nos sentamos.
— Vou até o bar pedir nossas bebidas, vocês vão querer o que? – Lindsay fala já de pé.
— Vou querer uma dose dupla de whisky! – Austin pede.
— Vou querer cerveja mesmo. – dou de ombros. A Lind sai cantarolando para o bar e o Austin se mostra preocupado comigo.
— Amiga, sei que está indo bem na cafeteria e hoje bateu sua meta no sistema. Mas você está trabalhando das sete horas da manhã até às oito horas da noite... São treze horas!!! Você é apenas um ser humano, vai acabar doente.
— Eu não tenho tempo para pensar no tempo ou horas que trabalho, Austin! Tenho que dar um jeito de tirar meus pais da noite e pagar essa droga de dívida com o banco logo. – suspiro frustrada.
— Sei que ama seus pais, mas eles não estão
facilitando sua vida! Onde eles estão agora, nesse exato momento? – sem ter qualquer resposta, apenas ouço o sermão em silêncio, e de cabeça baixa — Nem você sabe, não é? Amiga...
— Austin! – ergo a mão, sinalizando que ele pare — Eu só quero beber e esquecer meus problemas! Por favor! Amanhã vou ajudar a senhora Kassingk com o jardim dela e a limpeza da casa para ganhar um extra. E hoje eu só quero beber.
— E você ainda vai trabalhar na sua folga? – Austin agora está visivelmente irritado — Hazel!
— Eu nem queria essa folga, já que ganho mais no café! – justifico e olho para o balcão procurando por Lind que ainda não voltou. Quando a encontro digo para Austin — Olha aquilo, amigo!
— É sério isso? Ela foi buscar nossas bebidas e está beijando o barman? – ele olha na direção dela tão irritado quanto eu — Vou lá buscar logo nossas bebidas porque hoje aquela maluca não sai daquele bar.
Dou risadas e logo ele volta com a minha cerveja e o whisky dele. A noite foi ótima e decidimos ir embora um pouco depois das três da manhã arrastando a Lind que acabou transando com o homem no depósito do bar.
...****************...
Acordo com um pouco de dor de cabeça, tomo meu banho e visto uma calça jeans com uma blusa de alcinha preta, pego meu tênis allstar preto e coloco em meus pés. Amarro meu cabelo em um rabo de cavalo alto e desço para tomar café, só que hoje estranhamente minha mãe já está na cozinha e a mesa está posta.
— Sua benção, Mãe. – dou um beijo e um abraço nela, que treme ao meu toque. — Mãe?
— Deus te abençoe, minha filha. Quer panquecas com morango e banana? Suas favoritas! Tem calda de chocolate também! – ela oferece e me lança um sorriso forçado.
— Mãe, cadê o meu pai? — mal acabo de falar e ele entra na cozinha, me olhando tão estranho quanto a mamãe.
— Sua benção pai. – repetindo o que fiz com a mamãe, abraço e beijo o meu pai, sentindo-o tremulo, exatamente como ela reagiu ao meu toque — Tem alguma coisa acontecendo aqui?
Os dois me olham, mas não dizem nada. Sento-me à mesa e tomo meu café da manhã e assim que termino me despeço deles e vou para a casa da senhora Kassingk, já começando o meu trabalho extra que dura quase a minha folga inteira.
Quando finalmente termino a limpeza e de cuidar do jardim, ela me paga os trezentos dólares, e saio da casa em direção a minha estranhando quando percebo um carro muito chique estacionado na frente da minha casa.
Me aproximo devagar, franzindo o cenho quando ouço meu pai, com a voz trêmula e os olhos marejados conversando com alguém.
— O senhor disse hoje às seis horas em ponto! Não iríamos nos atrasar... Ainda nem conversamos com ela.
Entro e observo um homem forte, elegante, com olhos de cor âmbar, cabelos castanho-avermelhados, e um olhar frio, que arrepia até a minha alma. Fixo meu olhar curioso em seu olhar frio por um tempo, desviando para o meu pai em seguida.
— Precisa conversar comigo sobre o que, pai? Não me diga que está devendo dinheiro para esse... – olho para o homem mais uma vez e depois desvio o olhar novamente para o meu pai — Senhor, está?
— Filha... Eu... Minha filhinha... Nós... Sua mãe e eu... – ele começa a chorar e não consegue acabar de falar.
— Filha, esse é o senhor Dean Evil! – mamãe
interrompe — Ele... Ele está aqui para...
— Vocês são dois covardes! – a voz do estranho soa feito um trovão — Não conseguem dizer para a própria filha que a venderam para pagar a enorme dívida de vocês.
— Primeiramente não fale assim com eles! – aponto o dedo no rosto do homem que se mostra surpreso, mas abre um sorriso debochado — Eu não permito! E vocês podem me explicar o absurdo que esse senhor sei lá quem acabou de dizer?
— Nós temos uma dívida alta com ele. E a condição dele para não cobrar a dívida é se casar com você! – papai explica e eu arregalo os olhos surpresa.
— Ele veio te buscar, filha. – mamãe completa.
— Vocês estão brincando comigo, não é? Diz que é! – eles me olham e abaixam a cabeça.
Olho na direção do homem que se levanta devagar e vem na minha direção, ele deve ter 1,90 de altura o que faz os meus 1,60 me deixar parecendo uma criança na sua frente. Ele para de frente para mim e olhando em meus olhos me entrega um documento.
— Creio que não terá nenhuma dúvida depois de ler esse contrato que seus pais assinaram ontem. — sua arrogância e frieza me irritam.
Ao ler o tal contrato com as mãos tremendo e os olhos caindo lágrimas insistentes eu vejo que ele já pagou a dívida no banco e a casa voltou a ser dos meus pais, ele também proibiu a entrada dos dois em seus clubes de apostas.
— Então, foi lá que eles me colocaram à venda? — penso.
No contrato tem também um valor simbólico de duzentos mil dólares para
eventuais despesas já que eu sustento a casa aqui.
— Senhor... – junto toda a coragem que me resta, encarando o homem sério a minha frente — Eu sou uma mulher de vinte e dois anos e não vou sair daqui para lugar nenhum com você. Então, vamos ao que interessa, vejo que pagou a dívida dos meus pais e agora eles têm o dobro do que deviam antes, se o senhor aceitar posso pagar uma parcela todo mês, é só estipular um valor.
— o homem dá uma risada alta.
— Garotinha, você ainda não entendeu? – olho confusa pra ele que continua — Sou um mafioso, e seus pais estão na boca do lobo prestes a serem devorados. Você é o pagamento da dívida e você vem comigo agora. – ele se aproxima sorrindo de uma maneira quase demoníaca — Ou acho que seus pais ficarão sem andar para o resto da vida deles, você decide.
Olho para os meus pais, ainda com as cabeças baixas.
— Vocês ao menos têm coragem para me encarar e se desculpar pelo destino que me obrigaram a ter? Vocês me jogaram nas mãos de um estranho sem o meu consentimento, e agora estão aí com essas lágrimas mentirosas. Querem que eu sinta pena por vocês ferrarem com a minha vida? – perco a paciência diante da inércia deles e grito – Olhem pra mim!!
— Hazel... – o homem coloca a mão em meu ombro.
— Tire a sua mão de mim, agora mesmo. — falo olhando no fundo dos seus olhos.
— Acho melhor você entender desde já que você não manda em mais nada aqui. — ele me joga no ombro dele, eu começo a gritar e espernear.
Meus pais até tentam chegar até nós, mas do nada começam a entrar homens com ternos pretos e óculos escuro na casa e fazem uma barreira impedindo-os de se aproximarem.
Eu bato e me debato, mas o homem é muito forte e nem se abala com o que faço, ele me joga dentro do carro e me prende com o cinto de segurança. Em seguida ele tranca o carro, mas não entra, ao invés disso olha para um dos seguranças e diz:
— Volte lá dentro e diga para eles arrumarem uma mala apenas com os documentos dela e só saia daqui depois que te entregarem.
— Eu vou fazer da sua maldita vida um inferno! –
grito entredentes quando ele finalmente entra no carro.
— Garotinha, vou te apresentar o meu inferno pessoal e você vai ver que não é nada comparado ao que você pretende fazer comigo. – fala calmo, porém firme.
Rindo alto ele liga o carro e dá partida enquanto vejo minha vida ser abandonada, arrastada para o inferno por um estranho e entregue a ele pelas mãos de quem deveria me amar e proteger.
— Minha vida acabou! — sussurro para mim.
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Atualizado até capítulo 155
Comments
Celia Teotônio
pelo que tenho lido até aqui esse livro parece ótimo, estou amando,faz tempo que não encontro uma estória boa, espero que essa atenda minhas expectativas, pois o primeiro que li eu amei !
leiloado por um mafioso foi top!
2024-04-26
1
Maria Socorro Netos
eu li a estória vendida por minha tia foi uma boa estória 🤔 👏🏻
2024-02-15
4
Benedita Nascimento
tem sim gata e da mesma autora ela ama esse nome o outro livro e vendida pela minha tia ja lê e e maravilhoso
2024-02-14
3