Não confie no Jace.

P.O.V. Tessa Lockwood

Após me despedir do meu pai, adentrei a escola e me deparei com aquele garoto irritante sentado no terceiro degrau da escada, me encarando com um sorriso sarcástico estampado no rosto.

"Vamos lá, Tessa, ignore-o. Suba as escadas e finja que ele não existe", pensei, tentando me convencer.

Mas antes que eu pudesse me mover, ele quebrou o silêncio com uma provocação.

- Impossível fingir que não existo, Pouca Sombra. Afinal, sou o garoto mais lindo de todo esse manicômio - disse, com um tom de superioridade.

Fiquei momentaneamente sem palavras, tentando processar a situação.

- Como assim? Como você... - comecei a perguntar, confusa.

Ele me interrompeu, ainda sorrindo de forma debochada.

- Ah, é melhor não se preocupar com esses detalhes. Já são 20:00, hora de crianças como você estarem na cama. O que ainda está fazendo aqui, Pouca Sombra? - provocou, levantando-se e se aproximando de mim.

Revirei os olhos, decidindo não dar o gostinho de uma reação exagerada.

- Se é hora de crianças estarem na cama, o que você está fazendo ainda acordado, mauricinho? - retruquei, sorrindo com falsa doçura.

Ele pareceu surpreso com minha resposta, mas logo recuperou a postura.

- Estou trabalhando, ao contrário de você, que está apenas atrapalhando meu serviço - respondeu, com um tom de superioridade.

Arqueei uma sobrancelha, desafiando-o.

- Desde quando ficar sentado na escada, observando o vazio do local, é considerado trabalho? - cruzei os braços, mantendo minha postura.

Ele pareceu irritado com minha resposta.

- Eu estou trabalhando, e isso não é da sua conta. Agora, se me dá licença... - disse, num tom de deboche.

- Já te disseram que você é um babaca? - soltei, antes de subir as escadas, ignorando-o.

Ele riu, como se estivesse se divertindo com a situação.

- Já, kkk. E eu adoro ouvir elogios - provocou, enquanto eu subia os degraus.

Respirei fundo, tentando me acalmar, e continuei meu caminho em direção ao meu quarto. Porém, antes que eu pudesse alcançá-lo, senti um vento frio passar por mim, arrepiando meus pelos.

Virei-me rapidamente, mas não havia ninguém por perto. Sacudi a cabeça, tentando afastar a sensação estranha, e continuei a caminhar em direção ao meu quarto. Mas, de repente, fui empurrada com força e caí no chão.

Atordoada, olhei para cima e me deparei com uma garota estranha, de aparência assustadora. Sua pele era pálida, seus cabelos curtos e suas roupas escuras. Ela me encarava com um ódio intenso nos olhos.

Levantei-me, sentindo uma mistura de medo e confusão.

- Por que fez isso? - perguntei, tentando entender o motivo de sua agressão.

Ela não respondeu, apenas se afastou em silêncio, desaparecendo rapidamente.

Fiquei ali, perplexa, tentando processar o que acabara de acontecer. Quem era aquela garota? Por que ela me empurrou com tanta força? E o que ela quis dizer com "fica longe dele"?

Sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos confusos, e decidi seguir em frente. Continuei minha caminhada em direção ao meu quarto, quando fui surpreendida por Jace, que apareceu ao meu lado.

- Ei, Tessa - ele me chamou, com um sorriso amigável.

- Jace? Ah, oi - respondi, surpresa por vê-lo ali.

Ele parecia animado e sugeriu darmos uma volta juntos.

- Ah, claro. Só me deixa pegar um casaco, está meio frio hoje - sorri e entrei no meu quarto para pegar o casaco. - Pronto, para onde vamos?

Jace sugeriu que eu conhecesse o seu refúgio, um lugar especial para ele dentro do internato. Curiosa, aceitei o convite e começamos a caminhar juntos.

Conversamos sobre diversos assuntos, Jace tinha um jeito descontraído e engraçado, o que tornava a conversa ainda mais agradável.

O tempo passou rápido,

- Putsss, Tessa, estou atrasado. A gente se fala depois - disse, me dando um beijo na testa e saindo apressadamente.

- Mas hoje é sábado.. - disse estranhando pois ele não tinha que trabalhar hoje a noite.

Voltei para o meu quarto, pensativa. Afinal, hoje era sábado Decidi deixar essa dúvida de lado por enquanto e me preparei para tomar um banho relaxante.

Enquanto cantarolava uma música, a luz do banheiro começou a piscar, anunciando um possível problema elétrico. Resmunguei, culpando a velhice do prédio e meu pai por me colocar nesse internato.

- Valeu, pai, se eu morrer aqui no banheiro por culpa da luz que explodiu, a culpa será todinha sua - murmurei, irritada. - Valeu, destino - acrescentei, quando a luz se apagou completamente.

Com cuidado, saí do chuveiro e peguei minha toalha para me enxugar. Porém, no escuro, acabei tropeçando no tapete do banheiro e fui ao chão. Por sorte, alguém me segurou antes que eu caísse por completo.

Senti a respiração ofegante da pessoa próxima ao meu rosto, e pude ouvir o batimento acelerado de seu coração. Fiquei momentaneamente sem reação, sem saber quem estava ali comigo na escuridão.

De Repente, uma voz sussurrou em meu ouvido.

- Não confie no Jace...

Fiquei tensa e tentei me levantar, mas a pessoa misteriosa me ajudou a ficar de pé e, em um piscar de olhos, desapareceu. Nesse exato momento, as luzes do banheiro se acenderam novamente, revelando uma janela aberta.

- Mas o que foi que acabou de acontecer aqui?

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Comments

Rosária 234 Fonseca

Rosária 234 Fonseca

caraca velho que situação e agora quem é quem 😧😧😧😧

2024-02-13

3

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