Capítulo 1

— Corre Lis.... Escuto mais uma vez a voz de meu amigo falando para mim, estávamos correndo atrás de uma lebre nas montanhas da matilha do norte.

— Vai...... não a perca... falo rindo, estava tão feliz esse dia, eu tinha uns doze anos, mau sabia eu que dois meses depois ele iria partir para estudar com os deuses do Olimpo.

Acordo chateada, mas feliz por ele ter conseguido com que Ades o chamasse para ser seu estagiário, quem não ficaria feliz em ter o Deus da guerra o ensinando.

Me levanto e sinto o cheiro das panquecas de Domitila aqui do meu quarto, vou ao banheiro e tomo um banho demorado, daqui a duas semanas completo dezenove anos.

Olá, me chamo Amarílis Conway, sou filha de Demétrio Conway e Ava Conway, senhor e senhora da matilha do norte, meu pai é o grande Alfa supremo e minha mãe a filha da deusa da lua na terra, uffa que grande responsabilidade a minha já que nasci de um berço tão poderoso.

Sou uma loba negra e ao contrário de minha mãe que descobriu a sua loba interior depois de uma grande perda, eu conheci Lilith aos treze anos, Lili como eu a chamo chegou em um dia triste para mim, foi quando meu amigo e irmão Rhyan foi embora, eu a escutei dentro do meu ser dizendo para confiar nela e simplesmente a deixei vir, a minha transformação chocou alguns anciãos, pois só nos desenvolvemos aos dezesseis anos, mas vindo de um berço tão poderoso não esperavam menos de mim.

Mamãe consegue ser uma mulher incrível e uma loba poderosa quando precisa, alguns anos atrás alguns renegados tentaram atacar Suharen, papai estava patrulhando as fronteiras e não conseguia chegar a tempo, me lembro bem de ver sua loba no mais puro poder, ela saiu para fora do castelo, olhou para lua cheia no céu, Rhea era tão forte e poderosa que até às crianças sentiram seu poder, mamãe uivou para cima e a sua loba preta rodeada de uma aura vermelha como sangue apareceu, eu era pequena e senti a imensidão do seu poder, guardo comigo nas minhas lembranças, as notícias foram que ela sozinha defendeu Suharen até papai, tio Matias e tia Virgínia chegar, quando chegaram os renegados estavam quase todos mortos, e os que restaram se entregaram com medo, depois desse episódio nenhum outro ser tentou invadir a matilha do norte e vivemos tranquilos desde então.

***** Oi, terra chamando Lis....

Lilith fala na minha cabeça.

**** Me desculpa Lili, não escutei você, estava lembrando de algumas coisas.

Falo para ela indo em direção ao banheiro, me olho no espelho e até que estou bem para uma adolescente de quase dezenove anos.

***** Eu sei, Rhyan... Ela fala me irritando.

***** Não, eu não estava pensando nele, estavam me lembrando de coisas passadas, mas ele não estava no meio.

Sinto ela se revirando dentro de mim e caindo na gargalhada.

— Ele sempre está no meio de seus pensamentos Lis, não era você que estava sonhando com ele agora a pouco.

— Você vai ver, se continuar sendo debochada vou tomar um mata cão...

Falo entrando embaixo do chuveiro e aí que ela ri sem parar.

***** Ai, ai, se você beber um mata cão morremos as duas....

Continuo tomando meu banho com esse ser falando em minha cabeça.

Seria pedir muito para minha loba ser como a Rhea, mamãe fala que ela é astuta e sagaz, a minha só conversa e gosta de comer.

Visto o meu, se lembra que posso ouvir os seus pensamentos...

Lili fala e reviro os olhos, esqueci mesmo.

Visto meu vestido florido, amarro o meu cabelo num rabo de cavalo, coloco uma sandália e desço sentindo a calda de chocolate em cima da mesa de café da manhã.

Assim que chego vejo meu pai o Alfa Demétrio Conway, ao seu lado sempre minha mãe Ava, não tem coisa mais linda que isso, os dois, o amor, a confiança, a parceria.

— Bom dia. Falo e eles me olham sorrindo.

— Bom dia raio de sol.

— Bom dia filha.

Vou até eles e deixo um beijo em cada um e me sento na cadeira ao lado deles.

— Sabe, estava conversando com seu pai sobre o baile, já pensou qual será o tema.

Mamãe me pergunta e sorrio.

— Uma noite na primavera. Falo na maior empolgação.

— Escolha interessante,podemos falar sobre a decoração, Virgínia está quase chegando.

Quando ia responder papai fala.

— Não se esqueça da cerimônia, temos que manter as tradições.

AFF, me esqueci, ao completar dezenove anos um baile de gala é oferecido, todos os jovens solteiros terão uma oportunidade para encontrar suas companheiras e companheiros, às vezes tenho raiva por ser menina,meu pai achou o laço do companheirismo aos vinte e oito anos e eu tenho que ser cortejada por todos os rapazes das matilhas norte, sul, leste e oeste.

— Não faz assim Lis, infelizmente é a tradição, eu só não fiz o baile por que não era uma lycan e não sabia que Rhea era uma, se não sua avó com certeza teria feito.

— Mas não nao é justo mãe, eu queria viajar, sabia que a faculdade começa daqui a dois meses e agora estou aqui esperando achar meu companheiro para me casar.

Falo e meu pai somente me olha.

— Eu sei filha, mas tradições estão aí, não podemos quebrar, seu pai é o Alfa supremo e não será por ele que isso irá acabar, e outra Lis o reino é seu, no baile você será apresentada como a sucessora de seu pai, você vem treinando, lendo e aprendendo tudo que precisa para se tornar um alfa forte e eficiente.

Minha mãe fala e me calo, sim esse é meu reino e esse é meu destino.

— Desculpa, às vezes eu só queria algo, não sei o que é...

— Vamos Amarílis, Matias está nos esperando e hoje você tem lutas com espadas.

Meu pai fala me cortando, ele não gosta dessa conversa e já até discutimos vezes ou outras,mas ele sempre me ganha me oferecendo algo que gosto e isso eu gosto.

Como as panquecas quase que de uma vez e saio com meu pai.

Amo lutar, amo estar em movimento, amo as práticas com as espadas principalmente.

— Bom dia senhor, Lis.

— Bom dia beta Matias.

Matias amigo e Beta de meu pai chega assim que nos vê entrando na arena.

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