Capítulo 4

— REVELE-SE... Grito ainda mais alto e um lobo cinza com manchas pretas sai de trás da árvore.

— Me desculpa te assustar, mas você está muito longe de casa. Ele fala vindo em minha direção, sinto seu cheiro e não o conheço e nem sua família.

— Você não é daqui, o que faz nessas terras. Pergunto me preparando para qualquer coisa, as garras de Lili começa a ficar afiadas e longas.

— Eu estou aqui de passagem, não se preocupe, pois tenho autorização para entrar nessas terras.

Busco no ar o seu cheiro.

— Autorização de quem, você não é um renegado pelo seu cheiro, e não é de nenhuma família, então o quê faz aqui.

— Como disse, tenho autorização, tenho uma reunião importante em Suharen, vi você correndo tão veloz que fiquei curioso para ver a filha do Alfa Supremo e da filha da Lua.

— Então sabes quem sou, sabes que se tentar alguma coisa sairá morto.

Falo mostrando os meus enormes dentes.

— Calma, como disse estou de passagem e tenho autorização, somente fiquei curioso,meu nome é Simon e não quero brigas, vou partir e volte para casa, mesmo sendo uma lunar há renegados escondidos por toda a parte, acho que seus treinamentos não foram tão eficientes para acabar com muitos ao mesmo tempo.

Ele fala se virando e da mesma forma que chegou saiu, sua velocidade é fora do comum, nunca o vi por essas terra e muito menos pela matilha do Norte.

**** Lis, vamos voltar, apesar de ser esquisito ele tem razão.

*** Vamos, mas assim que chegar falarei com papai.

Corremos novamente para casa, farejo e sinto cheiros, mas nenhum era o dele, era diferente, um cheiro de almíscar e álcool, algo que não sinto com frequência, assim que adentro aos portões do castelo, vejo o meu pai na porta, me transformo e ele me entrega uma capa.

— Papai, eu e Lili estávamos correndo e um cara estranho apareceu, eu nunca o vi por essas terras.

— Entre e não saia de casa até amanhã, ainda tem renegados pelo território da matilha, eu senti os seus batimentos acelerados.

— Ele não me meteu medo, mas me deixou com os cabelos em pé.

Falo e papai me observa

— Como era sua pelagem.

— Cinza com manchas pretas.

Papai não diz nada somente me olha em silêncio.

— Estou em apuros, ele disse que se uma rebelião acontecer eu não estarei preparada sozinha, que os meus treinamentos foram poucos.

Falo e papai nada diz, mamãe aparece.

— Vá tomar um banho e se vestir o jantar estará servido em meia hora.

Ela fala e subo mais que depressa.

**** Fizemos merda, não foi.

Lilith fala e juro que não tenho idéia.

*** Acho que não, mas tem alguma coisa errada.

Vou direto para o banheiro, papai não gosta que demoro para jantar, ele gosta da família reunida a mesa, visto uma legging e uma blusão da mulher maravilha, nos pés uma sandália, não temos visitas então desço o mais confortável possível, na sala meu pai estava sentado olhando para o nada com pensamento longe.

— Mamãe, está acontecendo algo.

— Não Amarílis, amanhã é sua indicação, seu juramento, alguns anciões simplesmente querem que o laço seja estabelecido agora para trazer firmamento para as alcatéias.

Bufo frustrada.

— E se eu não quiser me casar, e se eu quiser governar o reino sozinha, a senhora imaginou que talvez meu companheiro na venha a essa festa, que eu não o encontre, papai só encontrou a senhora com vinte e oito anos.

— Ah Lis, esse mundo foi feito para homens, nós mulheres infelizmente somos testadas o tempo todo, eu na sua idade não encontrei meu companheiro, todos na vila de sua avó me chamava de ômega sem alma, fui rejeitada desde os dezesseis, quando encontrei seu pai foi incrível e diferente, não conhecia o poder que era o amor.

— Eu sei mãe, mas penso que talvez esse mundo não esteja aberto para que eu tenha um companheiro, as brumas do ano passado foi sem graça, ao contrário do que vi em muitas pessoas, o fogo, a paixão, para mim nada aconteceu.

— Dê tempo ao tempo filha, talvez nessas reuniões passadas ele não estava e agora com o convite geral ele venha.

Meu pai se levanta assim que Domitila entra na sala.

— O jantar está servido.

Mamãe agradece e saímos acompanhando ele.

Pela primeira vez, não vi meu pai sorrindo ou conversando contando como foi seu dia, como passou por alguma coisa engraçada, ele estava em silêncio, não havia dito nada para nós e mamãe não disse nada para ele.

Sabe o que parecia que ela sabia de algo e não me dizia, acho mesmo que ela sabe o por quê papai ficou assim, só queria que eles me dissesse.

Quando entrei no meu quarto vi que tinha uma ligação perdida de Rhyan, tentei ligar de volta mas parecia que os céus não queria que nos falássemos.

— Que droga... mando uma mensagem de texto e nada, nenhuma resposta ou barulho, acabo adormecendo, de manhã sou acordada por uma batida na porta, sinto o cheiro e volto a tampar minha cabeça com o travesseiro.

— Vamos Amarílis, sei que acordou.

Tiro o travesseiro e bufo, era de manhã, dia do meu aniversário, um dia para me alegrar, mas pelo que vi os anciãos estão loucos para me ver presa a uma coleira.

Olho meu telefone e nenhuma chamada ou mensagem de Rhyan, minha vontade era de chorar.

— Vamos Amarílis, precisamos te preparar para a noite.

Aretuza fala do outro lado da porta, vou na sua direção e abro a porta.

— Bom dia, luna e feliz aniversário.

Ela gira as mãos e uma caixinha aparece, nunca entendi como fadas fazem isso.

— Bom dia Aretuza e obrigada.

Falo sorrindo somente com o rosto e sem mostrar os dentes.

— Abre e espero que goste, foi um presente de nós fadas, para a nova Luna.

Quando abri vi o colar mais lindo do universo, ele era em tom dourado com uma lua e uma estrela nele, brilhava mais que a própria lua.

— Obrigada Aretuza, nossa... Abraço ela que se assusta com minha iniciativa e depois relaxa me abraçando de volta.

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