Aceito ou não?

Katherine

Não sei o que aconteceu, só lembro que estava a ler o teste é que lá estava escrito positivo. ('Mierda positivo'), penso. O velho é mesmo o meu pai e eu fui mesmo abandonada por minha própria "mãe". Acordei numa cama de hospital com soro no braço. É provável que eu tenha desmaiado.

Olho para o lado e vejo mamãe com um terço na mão rezando logo atrás dela o meu pai está sentado numa poltrona com o rosto meio pálida. Preocupação talvez?

— Mãe — digo e ela olha-me

— Minha filha, Dios mio, está bem? Você desmaiou fiquei muito preocupada.

Observo o meu pai vindo na nossa direção.

— E-eu estou bem sim! como assim eu desmaiei?

— Quando você viu o teste desmaiou — disse o meu pai — Eu pedi exames para o médico e estamos a esperar os resultados.

— A ok, então é verdade não é? — pergunto e vejo os seus olhos brilharem — Você é meu pai?

— Sim, querida, estou muito feliz de ter finalmente te encontrado.

Ele toca a minha mão e eu sinto-me até confortável. O seu celular toca e ele tira a sua mão da minha e vai atender.

Escuto ele falar mais não entendo absolutamente nada. Que língua é essa?

José falando no celular 📲

- Hello?

- No, I can't fucking fix this right now. Yes, I'll call you as soon as I can. Goodbye

(tradução para os leitores)

— Alô?

- Não, não posso consertar isso agora. Sim, ligarei para você assim que puder. adeus

(Voltando ao quarto de hospital..)

Papai parecia estressado ao telefone, mais logo desliga quando ver o médico entrando com vários papéis.

— E então doutor? O que a minha filha tem? — ele pergunta ao médico

— Então ela não tem nada, está completamente saudável. O desmaio pode ter sido causado pelo estresse e ansiedade — diz o médico

— Então posso sair daqui? — pergunto

— Sim, assim que o soro acabar — diz e sai do quarto.

Mamãe está-me olhando preocupada, penso que tem algo que ela não contou.

Sinto o meu pai se aproximar, ele olha nos meus olhos e eu já estou a ficar angustiada.

- O que está acontecendo? — pergunto

— Eu quero que venha morar comigo querida — Ele fala sem rodeios

— O que? Não não posso deixar a minha mãe, ela precisa da minha ajuda no trabalho — digo um pouco exaltada

— Não quero que deixe a sua mãe, ela vem conosco se você disser que aceita. — ele diz — Jamais nesse mundo deixaria você abandonar a mulher que te criou mesmo não tendo o seu sangue. Eu vou cuidar de vocês agora, quero que estude e aprenda muitas coisas e num futuro próximo, tome posse da minha empresa que será sua.

Eu fico sem palavras e ele continua.

— Sua mãe pode vir conosco, ela vai morar na nossa casa e eu posso-lhe dar um emprego, ela é muito inteligente. Tudo vai se resolver, só basta dizer que aceita.

- Mãe? O que acha disso?

— Acho que você merece mudar de vida minha filha, estudar e ser alguém importante. Vou estar ao seu lado..

Tudo bem então, afinal o senhor é meu pai e não quer me separar da minha mãe. Eu aceito

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