capítulo 10

ERICK

O que será que aconteceu com ela? A vejo toda inocente em meus braços, não consigo conter o desejo de cuidar dela.

- Robert, você tem alguma ideia do que possa ter acontecido para ela ficar assim?

Robert: Não, senhor Erick. Lira apareceu na minha vida e da minha mãe a dois meses atrás, criamos um laço como de irmãos. A minha mãe e eu cuidamos dela porque percebemos logo de cara uma menina machucada pela vida, mas com um coração muito grande. Ela nunca quis nos contar sobre a sua história, disse que quem vive de passado é museu, por isso, para não sermos inconvenientes, eu e a minha mãe não a questionamos mais sobre esse assunto. Percebemos que esse assunto que envolve o passado dela é dolorido. Por várias vezes nesses meses a ouvimos tendo crise durante a noite.

Ouço tudo que Robert diz e sinto-me um besta tendo aquele ataque que tive a alguns minutos atrás na empresa. Dá para perceber que ele realmente não a vê com maldade.

Fico tentando criar teorias em minha cabeça sobre o passado dela e o que a levou a ficar desse jeito? Ahh, se eu soubesse quem a fez sofrer antes, juro que acabaria com todos com minhas próprias mãos.

Mas o que está acontecendo comigo? Como posso estar tão envolvido com essa moça? Não é possível, que feitiço ela está usando contra mim?

Balanço minha cabeça para tirar esses pensamentos. Passam longos 10 minutos e chegamos ao hospital.

Entro com tudo e exijo que ela seja atendida imediatamente, dinheiro não é problema, eu só quero que ela fique bem.

Logo vem uma enfermeira perguntando, contei para ela o que sabia, não era muito, mas era algo.

Eles a levam e me pedem para esperar!

Ando de um lado para o outro, não consigo ficar quieto. Robert estava sentado com uma expressão de tristeza.

Robert: senhor Erick, muito obrigada por ter esse cuidado com a Lira. Sabe, pode ser pouco tempo que a conheço, mas criei um sentimento tão grande de irmão por ela e ela por mim, que é fora do comum. Ela é uma mulher muito doce, dedicada e que com certeza, já sofreu muito na vida.

Quando ia responder a médica chegou para falar conosco:

Médica: Boa noite, senhores! Sou a doutora Emma, vocês são da família de minha paciente?

- Sim, somos.

Falei imediatamente, sei que eles viriam com aquela palhaçada que só podem falar com a família e queria saber notícias dela logo e vê-la.

Robert me olha arregalando aqueles olhos deles mas nem me importo.

- Como ela está? O que houve???

Dra Emma: Bom, senhor?

- Erick

Dra Emma: A paciente passou pelo que chamamos de ataque de pânico devido a um estresse pós traumático. isso ocorre devido à ativação intensa do sistema nervoso simpático em resposta a gatilhos relacionados ao trauma. Isso desencadeia uma resposta de "luta ou fuga", levando a sintomas como palpitações, falta de ar, sudorese e sensação de perigo iminente e a paralisia momentânea, como o caso da paciente. Aconselho vocês a procurarem um psicólogo para o tratamento adequado da paciente. Tivemos que dá um sedativo somente para ela descansar, logo logo ela irá acordar e poderá ir mas não poderá ficar sozinha, pelo menos nessa noite. Vocês podem entrar para vê-la, mas somente um de cada vez, ok?

- Robert, tudo bem para você se eu entrar para ver ela primeiro?

Robert: Tudo bem sim, senhor Erick. já fico aliviado por saber que está bem e por ter sido o senhor a encontrá-la naquela situação, nada mais justo do que ser o primeiro a vê-la.

- obrigado!

Saio acompanhando a médica que me deixa no quarto em que Lira está.

Me aproximo dela passando meus dedos pelo seu rosto

- Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Deve ser só dever, afinal, ela é minha funcionária e tenho o dever de cuidar dela. Não pode ser algo a mais, ou pode?

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