capítulo 9

LIRA

Coisas obscenas? Como assim coisas obscenas? Quem esse cara pensa que eu sou?

Percebendo que já estou ficando vermelha de raiva, Robert apenas afirma que sim com a cabeça e me pergunta:

Robert: Não estava de saída, Lira?

- Sim, estava. Com licença!

Peço licença e saio respirando bem fundo tentando me controlar, de onde eu venho já teria arrancado o nariz desse imbecil.

Ouço o barulho do meu celular tocando, tiro ele de minha bolsa e atendo

Número privado: você sabe que é minha, né sua vadiazinha? Sua família entrou em acordo comigo e eu não gosto de perder o que é meu. Não importa onde esteja, eu vou te achar!!!

Ligação off***

Essa ligação me deixa palida, essa voz me deixa arrepiada.

FLASHBACK LIRA****

Estou trancada em meu enorme quarto sentada no chão com as pernas encolhidas, não tem mais espaço em meu rosto para as lágrimas molharem. Me sinto usada, triste, acabada. Como posso ter uma mãe que tenta vender a própria filha?

Meu pai não é tão ruim assim, na verdade, ele se faz de durão para manter as aparências. Mas, não posso mais viver assim, os perigos que essa minha família oferece, eu ter que me casar com alguém tão perigoso assim cujo a fama é tão cruel. NÃOOOOOOOO, não vou, nem que para isso eu tenha que fugir!

Na hora me vem a memória o tapa em que minha mãe me deu e a cena dela me amarrando e me deixando três dias no porão sem comida e sem água.

FLASHBACK OFF****

ERICK

Depois que Lira vai embora, fico paralisado olhando ela partir, não entendo o meu comportamento. Sei que minha relação com a Sílvia me estragou, mas não consigo mais acreditar em nenhuma mulher.

Afasto os pensamentos de minha cabeça e saio andando, paro e falo:

- Vamos, Robert! Quero ir para casa!

Robert: Sim, senhor!

Entramos no carro, me sento no lugar de sempre na parte de trás do carro, abaixo o vidro para poder entrar um ar, não queria de ar-condicionado, queria sentir o vento tocar em minha pele para espairecer um pouco mas a cena que vejo me faz cortar o coração.

LIRA

Essas memórias não saem de minha cabeça, eu não quero mais lembrar desse passado que quero e tento tanto fugir.

Minha ansiedade só vai crescendo, no meio da rua mesmo me abaixo ficando com minhas pernas encolhidas, paralisada, não consigo me mover e nem importo de estar no meio da rua, na verdade, não consigo pensar e nem ver nada até que escuto uma voz conhecida que me dá arrepio.

Erick: Lira, você está bem?

Ele fala e posso sentir até um tom de preocupação em sua voz, mas deve ser deslumbre meu.

Não consigo o responder, até tento, mas, minha voz não saí...

ERICK

Pela janela consigo ver aquela mulher, em apenas um dia ela mexeu tanto comigo que a reconheceria em qualquer lugar. Ela abaixada no meio da rua, meu coração gelou!

- Robert, para o carro imediatamente!

Robert: Mas senhor, não tem lugar para parar aqui.

- Não me importo, só faz o que mandei.

Não espero resposta, abro a porta do carro e vou até ela, meu coração manda eu ir com toda a pressa e eu vou.

Pergunto se ela está bem e ela não responde, percebo em seu olhar que ela não está legal. Afinal, quem em sã consciência paralisaria desse modo na rua?

Não penso nem duas vezes, a pego no meu colo e a levo para o carro. Vejo que Robert fica assustado em vê lá assim mas não pergunta nada. Não preciso nem pedir e ele já diz:

Robert: Estou indo agora mesmo para o hospital, senhor Erick.

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