Capítulo 08

Gabriel _ Porque eu não quero um relacionamento de verdade, eu só preciso de alguém para fingir ser minha namorada por um tempo, depois é só dizer que não deu certo e cada um segue a sua vida.

Sophia _ Simples assim?

Gabriel _ Sim. Depois disso minha vó não vai poder dizer que não tentei.

Sophia _ Desculpa, mas quando a esmola é demais o santo desconfia, eu não acredito que alguém pagaria tanto assim só para ter uma namorada de fachada.

Gabriel _ Tudo bem, se não acredita eu posso procurar outra pessoa, o que não falta é gente precisando de dinheiro, eu só pensei que como você tem pouco tempo para pagar suas dívidas, eu quis apenas ajudar.

Sophia _ Essa proposta é muito surreal, desculpa, mas eu não consigo acreditar na sua boa intenção de me ajudar.

Gabriel _ Mas eu também seria beneficiado nesse acordo, e além do mais não seria por muito tempo, mas já que você não quer não vou tomar mais o seu tempo.

Sophia ficou parada, segurando a vassoura nas mãos enquanto observava Gabriel. Seus pensamentos estavam em conflito, uma mistura de incerteza e desespero.

Gabriel tinha acabado de lhe fazer uma proposta inesperada: fingir ser sua namorada por um curto período de tempo em troca de um pagamento generoso o suficiente para quitar todas as suas dívidas. O valor oferecido era tentador, mas Sophia não conseguia evitar a sensação de desconfiança que a assombrava.

Sophia olhava para a vassoura em suas mãos, como se buscasse apoio. Pensava no pouco tempo que tinha para conseguir o dinheiro necessário e nas consequências de recusar uma oferta tão generosa. Seus pensamentos oscilavam entre a oportunidade de se livrar das dívidas e a desconfiança em relação às intenções de Gabriel.

Ela olhava para o homem à sua frente, tentando ler suas expressões e encontrar alguma pista sobre suas verdadeiras intenções. Mas Gabriel parecia confiante, e essa postura apenas aumentava a confusão interna de Sophia.

Enquanto a vassoura parecia pesar em suas mãos, Sophia se sentia pressionada pelo tempo e pelas circunstâncias. Ela sabia que precisava encontrar uma solução rapidamente, e a oferta de Gabriel era uma oportunidade tentadora. No entanto, a voz da precaução ecoava em sua mente, avisando-a sobre os perigos de se envolver em um esquema desconhecido.

As opções pareciam limitadas, e Sophia sentia-se encurralada. Ela ponderava os riscos e as recompensas, imaginando como seria sua vida se conseguisse quitar as dívidas de uma vez por todas. A incerteza pairava no ar, envolvendo-a em um misto de esperança e medo.

Ela deixou a vassoura de lado e olhou diretamente nos olhos de Gabriel, buscando algo que a fizesse confiar nele. Seu coração batia acelerado, e a pressão das dívidas parecia comprimi-la ainda mais.

Enquanto Sophia pensava, Gabriel a observava parada diante dele, segurando a vassoura com firmeza nas mãos. Ele podia ver a batalha interna refletida em seus olhos, enquanto lutava para tomar uma decisão em relação à sua proposta.

Percebendo a indecisão estampada no rosto de Sophia, Gabriel pegou o cartão e o entregou a ela. Seus olhos encontraram os dela e ele disse com calma:

Gabriel _ Vejo que você está diante de uma decisão difícil. Eu entendo que precisa de tempo para pensar e considerar todas as opções. Se você decidir aceitar a proposta, pode me procurar. O cartão tem meu contato.

Ele esperava que aquela pausa permitisse a Sophia espaço para pesar os prós e contras, para ouvir sua intuição e tomar uma decisão com a qual estivesse verdadeiramente confortável. Gabriel não queria apressá-la ou pressioná-la a aceitar algo que não estivesse completamente pronta para aceitar.

Após entregar o cartão, Gabriel deu um passo para trás, dando espaço para Sophia e seu processo de pensamento. Ele a observou por um momento e depois foi embora.

Enquanto caminhava em direção ao seu carro estacionado na rua, uma onda de autocrítica começou a inundar sua mente. Ele abriu a porta do carro e se sentou no banco do motorista, deixando escapar um suspiro pesado.

Gabriel _ O que eu estava pensando?

Ele murmurou consigo mesmo, passando a mão pelos cabelos desordenados.

Fazer aquela proposta para Sophia... é absurdo. Eu mal a conheço, e agora estou pedindo para ela fingir ser minha namorada? Sou um idiota.

Gabriel olhou para o retrovisor interno e encontrou seu próprio olhar refletido, cheio de culpa. Ele balançou a cabeça, como se tentasse afastar os pensamentos negativos.

Gabriel _ Só posso estar ficando louco, ele continuou, sua voz ecoando no silêncio do carro. Por que eu faria algo assim? Sophia é claramente uma maluca.

Apesar de suas críticas a si mesmo, um sorriso irônico se formou nos lábios de Gabriel. Ele riu de si mesmo, reconhecendo a absurda situação em que se encontrava.

Gabriel _ Minha avó nunca vai acreditar nisso.. Ela está me pressionando para encontrar uma garota, alguém com quem eu realmente me interessasse. E agora estou pedindo para alguém fingir ser essa pessoa em troca de dinheiro, minha avó é esperta e não será enganada tão facilmente, ela vai perceber que eu nunca me interessaria por uma garota atrapalhada, atrevida e maluca.

Gabriel sacudiu a cabeça mais uma vez, esperando secretamente que Sophia rejeitasse sua proposta. Ele não queria se envolver em um jogo de aparências, mesmo que fosse apenas para agradar sua avó.

Gabriel _ Tomara que ela não aceite, ele sussurrou para si mesmo, enquanto ligava o motor do carro. Eu não preciso dessa confusão na minha vida.

Com um último olhar no retrovisor, Gabriel começou a dirigir, deixando para trás a casa de Sophia e a incerteza que pairava sobre suas escolhas. Ele esperava que a sensatez prevalecesse e que ele pudesse encontrar uma maneira mais autêntica de lidar com sua avó.

Ele liga para o Mauro e avisa que está indo ao banco.

Depois de um tempo ele volta para a empresa, satisfeito por finalmente ter resolvido o problema da conta bloqueada.

Ele mergulha no trabalho para esquecer a maluquice que cometeu.

Dois dias se passaram e a Sophia não o procurou, e ele respirou aliviado.

Gabriel _ Parece que a maluca conseguiu o dinheiro para pagar as dúvidas dela, melhor assim não ia dá certo mesmo, ela tem cara de encrenqueira e só ia me dá dor de cabeça.