Sobreviventes

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Epílogo/Capítulo 1: Inclusão

Em um período da história o homem cometeu um grave erro. Com as modificações artificiais, animais e plantas foram extintos, outros seres sofreram mutações onde consumiam mais água quase esgotando o recurso mineral do Globo, além de outras espécies se tornarem carnívoros quase aniquilando toda a espécie humana.

Os poucos humanos que sobraram decidiram tentar uma solução se baseando em toda a destruição que causaram.

Pegaram uma mulher negra grávida de 8 meses, um assassino, um cientista e um atleta para fazer modificações genéticas para aprimorar as suas habilidades e instintos de sobrevivência.

Capítulo 1. A inclusão

Na cidade do cabo, no Sul da África cientistas de todo o globo se reuniram em uma cúpula subterrânea para tratar da escassez de comida e recursos que em um futuro breve aconteceria, ocasionando guerras por territórios e até mesmo por alimentos, onde o mais forte venceria, e para evitar tais acontecimentos eles decidiram se empenhar para criar um meio de modificar esse futuro.

Demorou em torno de 4 anos para começarem os primeiros experimentos que eles chamaram de horta genética.

Iniciaram os testes em animais de pequeno porte, além de algumas leguminosas, porém de alguma forma as células da horta genética que foram implantadas no ‘DNA’ dessas espécies começou uma evolução e a se proliferar expandido novas células no ambiente através de fezes e urinas dos animais contaminando o ar e nas plantas o solo e a água através da fotossíntese e objetos em decomposição.

Entretanto, os cientistas não perceberam a tempo que todas as pesquisas não sairiam como esperado, pois o que eles conseguiam ver era apenas alguns resultados positivos e alguns efeitos colaterais superficiais esquecendo totalmente de analisar o ar, o solo e a água ao qual estavam à volta deles.

Mas de forma misteriosa os efeitos não afetam nenhum deles na cúpula que não fosse os animais e as plantas...

Dentro de 60 dias as mudanças começaram a ser mais visíveis não de forma positiva, mais negativas animais que antes andavam de forma individual começaram a se agrupar e adquirir instintos diferentes dos convencionais. Animais herbívoros começaram a adquirir hábitos carnívoros e canibais; plantas começaram a aumentar suas raízes a ponto de ficarem expostas e com uma camada mais grossa na sua casca para evitar alguns tipos de danos externos que apareceriam como doenças e apodrecimento de sua base interna até a sua morte. As raízes de todas as espécies se uniram numa só, produzindo frutos e legumes mistos, o exemplo disso era uma fruta tropical chamada bananeira além de produzir seu fruto padrão a banana estava produzindo azeitonas em seu caule, além de manga nas pontas de suas folhas.

Os cientistas ficaram apreensivos com aqueles resultados e também com a ambição de um dos cientistas chamado Dr. Kalaham, um geneticista que já havia ganhado alguns Nobel e vários outros prêmios de ciências em diversas premiações do mundo.

O Dr. Kalaham estava a ponto de pegar uma lente com alguns dos genomas modificados para poder levar para fora do centro de desenvolvimento e vender a quem pagasse mais quando o cientista de desenvolvimento humano Abraham entrou e percebeu o que estava acontecendo, chegando bem a frente de seu parceiro de pesquisas - O que você faz com isso? Sabe que não  podemos tirar nenhuma informação desse centro subterrâneo, caso a pesquisa não seja exatamente o que esperamos?! -

Kalaham simplesmente ignorou o aviso de seu colega e estava pronto para sair quando Abraham o segurou pelo braço que escondia em sua mão a lente com material biológico. Por longos três minutos houve uma discussão acalorada entre os dois até que se pôde ouvir vidro quebrando, carne sendo cortada e outro som que seria de agonia e engasgamento.

Kalaham havia enfiado a lente na garganta de seu companheiro, após ter se dado conta do que havia feito e temendo ser expulso do centro de desenvolvimento pensou em sair da sala de pesquisa e fingir que aquilo não passava de acidente e pensando consigo mesmo; -Isso foi devido à ansiedade, anos e anos aqui embaixo sem poder sair muito para ver o sol, ou poder encontrar a família-. As pessoas podem ficar com alguns transtornos psicóticos… mas se alguém vier me perguntar algo ou se alguma câmera tiver me gravado enquanto acessava a sala?

Ele logo foi tirado desse seu monólogo pessoal quando percebeu partículas de sangue suspensas pelo ar envolta de toda a sala, a sua face era um misto de surpresa e pavor mais logo isso mudaria para medo e preocupação, pois o sangue que antes estava suspenso a sua volta começou a produzir faíscas elétricas que logo tornou toda a sala em um grande campo magnético e criando eletricidade estática. O sangue logo voltou para o corpo de Abraham e toda aquela eletricidade se fundiu ao seu DNA fazendo uma grande explosão de ondas elétricas circularem por toda a estrutura, mas apenas fazendo a energia oscila, abrindo todo o acesso para os animais e plantas modificadas no exterior.

Logo os gases soltos na água, no ar e no solo que estavam retidos dentro de uma redoma especial se espalharam pelo centro de pesquisa e começou a circular pelos dutos de ventilação até sair pelo exaustor e se espalhar pela área ao redor da cúpula.

Abraham não percebeu o que havia acabado de acontecer, pois, não estava mais ferido e observou um corpo carbonizado a sua frente que o fez levar um susto e sentir medo de ter sido um atentado contra a cúpula e suas pesquisas, ele correu pela estrutura e pode perceber que só as luzes vermelhas de emergência estavam ligadas. Ao chegar no laboratório de bioquímica percebeu haver corpos no chão sendo devorados por animais que nasceram e foram criados ali durante esses anos de pesquisas, e até mesmo as raízes das plantas se expandindo por todos os lados e subindo até a superfície. Com uma tentativa desesperada ele correu até o elevador, no momento não percebeu, pois estava tomado pelo desespero de que não haveria como subir por esse meio de transporte, pois a energia já havia acabado por completo, entretanto no instante que ele colocou a não no painel do elevador uma descarga aparentemente razoável de energia saiu de seus dedos e foram depositados no painel dando forças para as engrenagens levarem o elevador até o seu andar e o levar até o Deck superior onde daria passagem para a saída da cúpula. Até o momento Abraham não entendia o que estava acontecendo, apenas acreditava que o que acabara de presenciar fosse apenas uma tentativa de algum grupo extremista para impedir o avanço científico. Mas não percebeu que ao seu redor, todas as plantas e animais haviam mudado seus comportamentos e que logo isso não seria apenas uma ação isolada, mas sim de fato em escala mundial… E foi assim que começou o surgimento de uma nova forma de viver na terra.

Gravação:

" Olá, esse é o dia 8547, desde que começamos com as pesquisas da horta genética, após vários dias depois do atentado que ocasionou a morte de toda a equipe que trabalhava nessa cúpula, percebi que a pesquisa poderia ser o real motivo para tudo o que havia ocorrido, e espero que um dia possa ser descoberto o que ocasionou tudo aquilo."

O cientista Abraham não conseguia sair do laboratório, pois a saída central havia sido destruída, então estava sobrevivendo a vários dias lá dentro sem saber o que se passava no mundo, além de não sentir fome ou cansaço pensava que só estava ali a alguns dias e isso o confortava lhe dando esperanças de que logo seria resgatado, porém, enquanto o resgate não chegava ele saia a vasculhar para ver se encontrava algo que pudesse ajudá-lo a sair daquele centro de pesquisa. Ele passou por várias salas, ambas em igual estado, todas destruídas, até encontrar uma porta de ferro reforçada que de alguma forma não havia tranca na parte onde ele estava, mas por curiosidade decidiu bater na porta com um fragmento de concreto que havia ao seu redor.

Em seu íntimo ele acreditava que ali seria só mais um espaço destruído igual a vários outros que ele já havia passado, quando de repente aquela imensa porta se abre e um senhor de aproximadamente 60 anos apareceu e o convidou a entrar. Quando Abraham entrou percebeu que aquela sala era um laboratório independente da cúpula e que estava intacto, não havia um fragmento de entulho do suposto ataque. - O senhor mostrou o crachá que estava escrito: Dr. Lucas O. Rick, geneticista. E estava claro para Abraham que aquele senhor não era só um transeunte naquele local, o Dr. Lucas levou o recém-chegado até um livro e com o dedo sugeriu que ele o lê-se, o desenvolvimentista abismado com aquela situação abriu o livro e começou a folhear.

Na primeira folha estava escrito as seguintes palavras;

“Para caso apareça alguma emergência estarei aqui para corrigir eventuais catástrofes, para tanto tive que ter a língua arrancada, pois a minha existência poderia causar o interrompimento das verbas, pois a minha contratação e participação era algo adverso para a comunidade científica.”

“Sabendo dos eventuais riscos biológicos que poderiam vir a ocorrer com a horta genética, o próprio ministro da Cidade do Cabo criou essa ala na cúpula como algo secreto, longe dos demais que estavam por ali. Então foi feito um acordo por “baixo dos panos” e foi decidido que eu participaria do projeto, porém de forma anônima. Claro que aceitei, pois, o que seria mais importante, saber que posso fazer minhas pesquisas ou a minha língua? Fui então colocado nessa sala e me foram dados todos os equipamentos além de todas as pesquisas que eram realizadas. Depois de alguns anos percebi uma grave falha no projeto horta e decidi fazer o meu próprio projeto horta genoma onde não usaria espécies de animais ou plantas para tal, mas sim humanos…”

O cientista Abraham não acreditava que nesse tempo todo o projeto estaria errado, pois, foram feitas várias pesquisas e até mesmo algumas equações genéticas Inclusive a de Hardy-Weinberg que é a base da genética de populações — Mas como você sabia existir uma falha na horta genética? — o velho só apontou novamente para o livro e fez um gesto com as mãos para continuar lendo.

"A falha não era tão grave, mas eu fiz as minhas próprias experiências, às vezes com animais e outras com pessoas (Cadáveres de pessoas da região que morreram por fome ou doença). Para prever a falha, pude analisar mudanças características primeiro nos animais, mudanças essas que não, era algo relativamente bom e que não nos ajudaria a superar a futura crise de recursos pecuário e minerais, mas o contrário, exterminaria toda a população que não fosse adaptável. Então eu sugeri para os poucos humanos que sobrariam caso a falha se espalhasse, fosse decidido tentar uma solução se baseando em toda a destruição que poderia ser ocasionado.

Para isso pedi uma mulher negra grávida de oito meses, um assassino, um cientista e um atleta para fazer modificações genéticas para aprimorar as suas habilidades e instintos de sobrevivência. “E esse pedido foi atendido e com muito louvor…”

O idoso apontou para um lado da sala onde havia três cilindros de submersão e cada cilindro com uma das pessoas descrito no caderno, mas Abraham percebeu ser quatro cilindros e estava faltando um, pois ele percebeu a mulher que já não estava mais grávida, e pode ver um menino de pele escura com cerca de 4 anos, sentado em uma cadeira no canto do laboratório, o atleta pelo seu porte físico e o último um homem com uma expressão grosseira e cheio de tatuagens e algumas conhecidas entre presos, mas não achava o quarto. Ele se virou para o doutor e no instante que iria perguntar algo o velho homem virou umas folhas do caderno e apontou em uma parte específica que estava escrita "As forças que me contrataram não queriam colocar um cientista sobre minha custódia para tais experiências e acreditei que deixaria minhas pesquisas incompletas, foi então que tive uma ideia. Já que tenho uma parte de mim que foi arrancada submersa em um líquido para criopreservação, então decidi usar o meu próprio DNA da minha língua com a genética das enguias elétricas e a recuperação rápida de certos anfíbios e lagartos, usando habilidades de algumas plantas, para fazer um clone de mim mesmo. E como esperado deu tudo certo, meu clone se desenvolveu muito rápido e logo aparentava um homem de uns 40 anos, mas existia um, porém, não poderia deixar ele naquele lugar terrível comigo, pois ele iria ter uma mente semelhante à minha, além de trabalhar para mim de certa forma sem ninguém saber."

O Abraham não conseguia entender qual o objetivo central das cobaias humanas, e andando até o local onde a criança estava percebeu que os olhos do garoto refletiam sobre a luz, e isso era algo exclusivo de alguns animais que caçavam a noite, isso o deixou apreensivo, mas ainda não exista uma explicação. O cientista andou mais um pouco até se aproximar do doutor e decidiu fazer perguntas.

— Qual era a falha no projeto horta genética? Quem era seu clone? E se o senhor tinha toda essa informação a ponto de fazer um clone seu, por que não restaurou sua língua? —

Foi então que o Lucas deu uma gargalhada e falou algo e isso o impressionou — E quem disse que eu não restaurei minha língua?! Apenas não achei válido falar nada, mas agora que fui indagado sobre certas informações decidi responder o que quiser, não nas folhas de um velho caderno, mas pela minha própria voz.  — o velho se aproximou do outro rapaz e mostrou a língua regenerada, e antes de Abraham pudesse dizer mais algo o velho doutor continuou — a horta genética havia uma falha crucial de não ser feita com DNA humano mais com DNA de plantas e animais, que se sabemos bem liberam secreções, fezes e fluidos através de poros e pela urina também, até então nada diferente da humanidade, isso os animais, contudo vocês se esqueceram de uma coisa, existe uma diferença no DNA, que não é muita, mas existe, esses animais vão continuar evoluindo até se tornarem mais fortes e resistentes e isso de forma natural, pois é o extinto deles. Mas se pergunte o que acontece com animais herbívoros quando se acrescenta uma molécula humana?... não vou deixar você responder, pois eu tenho a resposta. Não acontece. É simples. A não ser que uma inclusão do genoma e assim recebendo uma nova função natural da reprodução da espécie, mas não para por aí e se por acaso esse genoma pudesse criar um fungo ou um vírus que saísse além das fezes e da urina desses animais, saísse também de glândulas sudoríparas e feromônios. — Lucas se afasta do seu convidado e vai em direção a um monitor, digita algo em um teclado virtual e abre uma página com informações de glândulas, células, vírus, fungos e bactérias. Então o doutor se vira para o cientista e fala. — O que acontece com um animal que viveu toda sua vida comendo mato e frutas para ser ensinado a comer carne de uma hora para outra? — O olhar do doutor Lucas passou de algo astucioso para algo mais pavoroso, mas, mesmo assim, o Abraham responde — Ele muda todo o seu modo de viver e acaba se viciando no novo sabor e, por fim, mostra para os demais que aquele novo alimento também supre a sua necessidade. Porém, se isso for imposto como no caso da horta genética, ele não tem escolha a não ser mudar seus extintos e isso pode até causar canibalismo… - o outro homem bateu palmas e o parabenizou então o cientista percebeu o que acabaram criando.

Sua mente estava tentando assimilar toda aquela informação, mas ainda faltava o velho explicar uma coisa quem era o seu clone, o que parece que ficou evidenciado em sua face, pois quando Abraham perguntaria, o doutor fala, sei, sei. Para explicar melhor, o meu clone fugiu dessa sala antes mesmo de lhe dar um nome, mais toda via, porém outro cientista descobriu a minha estadia nesse local que é muito acolhedor (sorriso sarcástico), além de me fazer também perguntas a respeito dos meus experimentos, decidimos fazer um acordo…

⦁Que acordo? — Exclamou Abraham.

⦁… daria todas as informações que o tal cientista precisasse, e em troca ela me daria informações sobre meu clone - Lucas parecia estar se aplaudindo com suas palavras - Então o acordo foi feito. Ficamos nessa troca de informações há quase 3 anos e a última vez que tive uma notícia dele foi antes da pane elétrica na instalação. — O olhar do doutor mudou do Abraham para a criança que estava sentada em sua cadeira.

Abraham não acreditaria em todas aquelas palavras facilmente então Lucas foi até o garoto e o colocou num dos tubos de preservação igual estavam os outros quatro, e isso fez o cientista voltar a perguntar — Quem era o tal cientista que lhe passava informações? E quem é o seu clone? Você ainda não deixou isso claro. — Lucas vai até uma estante com vários frascos e pega duas fotos na primeira estava ele e o Kalaham e na outra foto do próprio Abraham. Nesse instante Abraham se sentou no chão não acreditando que ele seria apenas um clone e ainda com alguma mutação genética. Lucas chega e coloca a mão em seu ombro e solta algumas palavras — Não fique assim você e a evolução da humanidade. Você e essas outras experiências são o futuro para a vida desse planeta. E só para lhe tirar a dúvida você se lembrar o que houve no dia da pane elétrica? —

“Abraham tentou pensar, pois as suas lembranças sobre aquele dia eram como as águas turvas de um rio. Ele ficou pensando por alguns minutos até que percebeu um calendário digital no monitor à sua frente e como um estalar de dedos ele lembrou-se que estava na sala de pesquisa tentando impedir Kalaham de roubar algumas amostras e depois só percebeu uma dor aguda no pescoço que o fez perder a consciência e quando recobrou toda a instalação estava um caos e o Kalaham estava carbonizado”

A sua expressão foi de incredulidade, o Dr. Lucas soltou um sorriso, pediu o seu gravador e olhou para Abraham, levou o gravador que parecia ser de voz e colocou sobre a sua mesa e em seguida se dirigiu até o monitor, onde abriu uma tela e passou tudo o que houve entre Kalaham e Abraham no dia da pane. Logo em seguida Lucas pegou o cientista pela mão e o direcionou até uma cápsula de preservação, e Abraham por estar muito perplexo apenas seguiu o caminho que Lucas o guiava e ao olhar para o calendário viu estarem no ano de 2756 exatamente no dia 25 de dezembro. Não dando muita importância na data, ele percebeu que já estava lá dentro não a algumas horas, mas sim, a 23 anos e não sentirá fome, sede ou necessidades fisiológicas.

Ele simplesmente entrou na câmara, o doutor Lucas lhe deu o livro envolto em uma espécie de plástico para não molhar ou se desgastar e apontou para um pequeno compartimento na estante onde estava o gravador.

Lucas ligou o sistema de preservação celular então o sono veio assolando Abraham, mas antes de adormecer Lucas disse suas últimas palavras — Ajude a próxima geração. Ajude o garoto e a sua mãe… — o laboratório foi invadido por criaturas que o próprio Abraham não conseguia distinguir, depois raízes de plantas cercaram todo o local e com isso ele adormeceu.

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Comments

preta

preta

Nossa tanta informação num só capítulo, buguei aqui

2024-04-04

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