Em um período da história o homem cometeu um grave erro. Com as modificações artificiais, animais e plantas foram extintos, outros seres sofreram mutações onde consumiam mais água quase esgotando o recurso mineral do Globo, além de outras espécies se tornarem carnívoros quase aniquilando toda a espécie humana.
Os poucos humanos que sobraram decidiram tentar uma solução se baseando em toda a destruição que causaram.
Pegaram uma mulher negra grávida de 8 meses, um assassino, um cientista e um atleta para fazer modificações genéticas para aprimorar as suas habilidades e instintos de sobrevivência.
Capítulo 1. A inclusão
Na cidade do cabo, no Sul da África cientistas de todo o globo se reuniram em uma cúpula subterrânea para tratar da escassez de comida e recursos que em um futuro breve aconteceria, ocasionando guerras por territórios e até mesmo por alimentos, onde o mais forte venceria, e para evitar tais acontecimentos eles decidiram se empenhar para criar um meio de modificar esse futuro.
Demorou em torno de 4 anos para começarem os primeiros experimentos que eles chamaram de horta genética.
Iniciaram os testes em animais de pequeno porte, além de algumas leguminosas, porém de alguma forma as células da horta genética que foram implantadas no ‘DNA’ dessas espécies começou uma evolução e a se proliferar expandido novas células no ambiente através de fezes e urinas dos animais contaminando o ar e nas plantas o solo e a água através da fotossíntese e objetos em decomposição.
Entretanto, os cientistas não perceberam a tempo que todas as pesquisas não sairiam como esperado, pois o que eles conseguiam ver era apenas alguns resultados positivos e alguns efeitos colaterais superficiais esquecendo totalmente de analisar o ar, o solo e a água ao qual estavam à volta deles.
Mas de forma misteriosa os efeitos não afetam nenhum deles na cúpula que não fosse os animais e as plantas...
Dentro de 60 dias as mudanças começaram a ser mais visíveis não de forma positiva, mais negativas animais que antes andavam de forma individual começaram a se agrupar e adquirir instintos diferentes dos convencionais. Animais herbívoros começaram a adquirir hábitos carnívoros e canibais; plantas começaram a aumentar suas raízes a ponto de ficarem expostas e com uma camada mais grossa na sua casca para evitar alguns tipos de danos externos que apareceriam como doenças e apodrecimento de sua base interna até a sua morte. As raízes de todas as espécies se uniram numa só, produzindo frutos e legumes mistos, o exemplo disso era uma fruta tropical chamada bananeira além de produzir seu fruto padrão a banana estava produzindo azeitonas em seu caule, além de manga nas pontas de suas folhas.
Os cientistas ficaram apreensivos com aqueles resultados e também com a ambição de um dos cientistas chamado Dr. Kalaham, um geneticista que já havia ganhado alguns Nobel e vários outros prêmios de ciências em diversas premiações do mundo.
O Dr. Kalaham estava a ponto de pegar uma lente com alguns dos genomas modificados para poder levar para fora do centro de desenvolvimento e vender a quem pagasse mais quando o cientista de desenvolvimento humano Abraham entrou e percebeu o que estava acontecendo, chegando bem a frente de seu parceiro de pesquisas - O que você faz com isso? Sabe que não podemos tirar nenhuma informação desse centro subterrâneo, caso a pesquisa não seja exatamente o que esperamos?! -
Kalaham simplesmente ignorou o aviso de seu colega e estava pronto para sair quando Abraham o segurou pelo braço que escondia em sua mão a lente com material biológico. Por longos três minutos houve uma discussão acalorada entre os dois até que se pôde ouvir vidro quebrando, carne sendo cortada e outro som que seria de agonia e engasgamento.
Kalaham havia enfiado a lente na garganta de seu companheiro, após ter se dado conta do que havia feito e temendo ser expulso do centro de desenvolvimento pensou em sair da sala de pesquisa e fingir que aquilo não passava de acidente e pensando consigo mesmo; -Isso foi devido à ansiedade, anos e anos aqui embaixo sem poder sair muito para ver o sol, ou poder encontrar a família-. As pessoas podem ficar com alguns transtornos psicóticos… mas se alguém vier me perguntar algo ou se alguma câmera tiver me gravado enquanto acessava a sala?
Ele logo foi tirado desse seu monólogo pessoal quando percebeu partículas de sangue suspensas pelo ar envolta de toda a sala, a sua face era um misto de surpresa e pavor mais logo isso mudaria para medo e preocupação, pois o sangue que antes estava suspenso a sua volta começou a produzir faíscas elétricas que logo tornou toda a sala em um grande campo magnético e criando eletricidade estática. O sangue logo voltou para o corpo de Abraham e toda aquela eletricidade se fundiu ao seu DNA fazendo uma grande explosão de ondas elétricas circularem por toda a estrutura, mas apenas fazendo a energia oscila, abrindo todo o acesso para os animais e plantas modificadas no exterior.
Logo os gases soltos na água, no ar e no solo que estavam retidos dentro de uma redoma especial se espalharam pelo centro de pesquisa e começou a circular pelos dutos de ventilação até sair pelo exaustor e se espalhar pela área ao redor da cúpula.
Abraham não percebeu o que havia acabado de acontecer, pois, não estava mais ferido e observou um corpo carbonizado a sua frente que o fez levar um susto e sentir medo de ter sido um atentado contra a cúpula e suas pesquisas, ele correu pela estrutura e pode perceber que só as luzes vermelhas de emergência estavam ligadas. Ao chegar no laboratório de bioquímica percebeu haver corpos no chão sendo devorados por animais que nasceram e foram criados ali durante esses anos de pesquisas, e até mesmo as raízes das plantas se expandindo por todos os lados e subindo até a superfície. Com uma tentativa desesperada ele correu até o elevador, no momento não percebeu, pois estava tomado pelo desespero de que não haveria como subir por esse meio de transporte, pois a energia já havia acabado por completo, entretanto no instante que ele colocou a não no painel do elevador uma descarga aparentemente razoável de energia saiu de seus dedos e foram depositados no painel dando forças para as engrenagens levarem o elevador até o seu andar e o levar até o Deck superior onde daria passagem para a saída da cúpula. Até o momento Abraham não entendia o que estava acontecendo, apenas acreditava que o que acabara de presenciar fosse apenas uma tentativa de algum grupo extremista para impedir o avanço científico. Mas não percebeu que ao seu redor, todas as plantas e animais haviam mudado seus comportamentos e que logo isso não seria apenas uma ação isolada, mas sim de fato em escala mundial… E foi assim que começou o surgimento de uma nova forma de viver na terra.
Gravação:
" Olá, esse é o dia 8547, desde que começamos com as pesquisas da horta genética, após vários dias depois do atentado que ocasionou a morte de toda a equipe que trabalhava nessa cúpula, percebi que a pesquisa poderia ser o real motivo para tudo o que havia ocorrido, e espero que um dia possa ser descoberto o que ocasionou tudo aquilo."
O cientista Abraham não conseguia sair do laboratório, pois a saída central havia sido destruída, então estava sobrevivendo a vários dias lá dentro sem saber o que se passava no mundo, além de não sentir fome ou cansaço pensava que só estava ali a alguns dias e isso o confortava lhe dando esperanças de que logo seria resgatado, porém, enquanto o resgate não chegava ele saia a vasculhar para ver se encontrava algo que pudesse ajudá-lo a sair daquele centro de pesquisa. Ele passou por várias salas, ambas em igual estado, todas destruídas, até encontrar uma porta de ferro reforçada que de alguma forma não havia tranca na parte onde ele estava, mas por curiosidade decidiu bater na porta com um fragmento de concreto que havia ao seu redor.
Em seu íntimo ele acreditava que ali seria só mais um espaço destruído igual a vários outros que ele já havia passado, quando de repente aquela imensa porta se abre e um senhor de aproximadamente 60 anos apareceu e o convidou a entrar. Quando Abraham entrou percebeu que aquela sala era um laboratório independente da cúpula e que estava intacto, não havia um fragmento de entulho do suposto ataque. - O senhor mostrou o crachá que estava escrito: Dr. Lucas O. Rick, geneticista. E estava claro para Abraham que aquele senhor não era só um transeunte naquele local, o Dr. Lucas levou o recém-chegado até um livro e com o dedo sugeriu que ele o lê-se, o desenvolvimentista abismado com aquela situação abriu o livro e começou a folhear.
Na primeira folha estava escrito as seguintes palavras;
“Para caso apareça alguma emergência estarei aqui para corrigir eventuais catástrofes, para tanto tive que ter a língua arrancada, pois a minha existência poderia causar o interrompimento das verbas, pois a minha contratação e participação era algo adverso para a comunidade científica.”
“Sabendo dos eventuais riscos biológicos que poderiam vir a ocorrer com a horta genética, o próprio ministro da Cidade do Cabo criou essa ala na cúpula como algo secreto, longe dos demais que estavam por ali. Então foi feito um acordo por “baixo dos panos” e foi decidido que eu participaria do projeto, porém de forma anônima. Claro que aceitei, pois, o que seria mais importante, saber que posso fazer minhas pesquisas ou a minha língua? Fui então colocado nessa sala e me foram dados todos os equipamentos além de todas as pesquisas que eram realizadas. Depois de alguns anos percebi uma grave falha no projeto horta e decidi fazer o meu próprio projeto horta genoma onde não usaria espécies de animais ou plantas para tal, mas sim humanos…”
O cientista Abraham não acreditava que nesse tempo todo o projeto estaria errado, pois, foram feitas várias pesquisas e até mesmo algumas equações genéticas Inclusive a de Hardy-Weinberg que é a base da genética de populações — Mas como você sabia existir uma falha na horta genética? — o velho só apontou novamente para o livro e fez um gesto com as mãos para continuar lendo.
"A falha não era tão grave, mas eu fiz as minhas próprias experiências, às vezes com animais e outras com pessoas (Cadáveres de pessoas da região que morreram por fome ou doença). Para prever a falha, pude analisar mudanças características primeiro nos animais, mudanças essas que não, era algo relativamente bom e que não nos ajudaria a superar a futura crise de recursos pecuário e minerais, mas o contrário, exterminaria toda a população que não fosse adaptável. Então eu sugeri para os poucos humanos que sobrariam caso a falha se espalhasse, fosse decidido tentar uma solução se baseando em toda a destruição que poderia ser ocasionado.
Para isso pedi uma mulher negra grávida de oito meses, um assassino, um cientista e um atleta para fazer modificações genéticas para aprimorar as suas habilidades e instintos de sobrevivência. “E esse pedido foi atendido e com muito louvor…”
O idoso apontou para um lado da sala onde havia três cilindros de submersão e cada cilindro com uma das pessoas descrito no caderno, mas Abraham percebeu ser quatro cilindros e estava faltando um, pois ele percebeu a mulher que já não estava mais grávida, e pode ver um menino de pele escura com cerca de 4 anos, sentado em uma cadeira no canto do laboratório, o atleta pelo seu porte físico e o último um homem com uma expressão grosseira e cheio de tatuagens e algumas conhecidas entre presos, mas não achava o quarto. Ele se virou para o doutor e no instante que iria perguntar algo o velho homem virou umas folhas do caderno e apontou em uma parte específica que estava escrita "As forças que me contrataram não queriam colocar um cientista sobre minha custódia para tais experiências e acreditei que deixaria minhas pesquisas incompletas, foi então que tive uma ideia. Já que tenho uma parte de mim que foi arrancada submersa em um líquido para criopreservação, então decidi usar o meu próprio DNA da minha língua com a genética das enguias elétricas e a recuperação rápida de certos anfíbios e lagartos, usando habilidades de algumas plantas, para fazer um clone de mim mesmo. E como esperado deu tudo certo, meu clone se desenvolveu muito rápido e logo aparentava um homem de uns 40 anos, mas existia um, porém, não poderia deixar ele naquele lugar terrível comigo, pois ele iria ter uma mente semelhante à minha, além de trabalhar para mim de certa forma sem ninguém saber."
O Abraham não conseguia entender qual o objetivo central das cobaias humanas, e andando até o local onde a criança estava percebeu que os olhos do garoto refletiam sobre a luz, e isso era algo exclusivo de alguns animais que caçavam a noite, isso o deixou apreensivo, mas ainda não exista uma explicação. O cientista andou mais um pouco até se aproximar do doutor e decidiu fazer perguntas.
— Qual era a falha no projeto horta genética? Quem era seu clone? E se o senhor tinha toda essa informação a ponto de fazer um clone seu, por que não restaurou sua língua? —
Foi então que o Lucas deu uma gargalhada e falou algo e isso o impressionou — E quem disse que eu não restaurei minha língua?! Apenas não achei válido falar nada, mas agora que fui indagado sobre certas informações decidi responder o que quiser, não nas folhas de um velho caderno, mas pela minha própria voz. — o velho se aproximou do outro rapaz e mostrou a língua regenerada, e antes de Abraham pudesse dizer mais algo o velho doutor continuou — a horta genética havia uma falha crucial de não ser feita com DNA humano mais com DNA de plantas e animais, que se sabemos bem liberam secreções, fezes e fluidos através de poros e pela urina também, até então nada diferente da humanidade, isso os animais, contudo vocês se esqueceram de uma coisa, existe uma diferença no DNA, que não é muita, mas existe, esses animais vão continuar evoluindo até se tornarem mais fortes e resistentes e isso de forma natural, pois é o extinto deles. Mas se pergunte o que acontece com animais herbívoros quando se acrescenta uma molécula humana?... não vou deixar você responder, pois eu tenho a resposta. Não acontece. É simples. A não ser que uma inclusão do genoma e assim recebendo uma nova função natural da reprodução da espécie, mas não para por aí e se por acaso esse genoma pudesse criar um fungo ou um vírus que saísse além das fezes e da urina desses animais, saísse também de glândulas sudoríparas e feromônios. — Lucas se afasta do seu convidado e vai em direção a um monitor, digita algo em um teclado virtual e abre uma página com informações de glândulas, células, vírus, fungos e bactérias. Então o doutor se vira para o cientista e fala. — O que acontece com um animal que viveu toda sua vida comendo mato e frutas para ser ensinado a comer carne de uma hora para outra? — O olhar do doutor Lucas passou de algo astucioso para algo mais pavoroso, mas, mesmo assim, o Abraham responde — Ele muda todo o seu modo de viver e acaba se viciando no novo sabor e, por fim, mostra para os demais que aquele novo alimento também supre a sua necessidade. Porém, se isso for imposto como no caso da horta genética, ele não tem escolha a não ser mudar seus extintos e isso pode até causar canibalismo… - o outro homem bateu palmas e o parabenizou então o cientista percebeu o que acabaram criando.
Sua mente estava tentando assimilar toda aquela informação, mas ainda faltava o velho explicar uma coisa quem era o seu clone, o que parece que ficou evidenciado em sua face, pois quando Abraham perguntaria, o doutor fala, sei, sei. Para explicar melhor, o meu clone fugiu dessa sala antes mesmo de lhe dar um nome, mais toda via, porém outro cientista descobriu a minha estadia nesse local que é muito acolhedor (sorriso sarcástico), além de me fazer também perguntas a respeito dos meus experimentos, decidimos fazer um acordo…
⦁Que acordo? — Exclamou Abraham.
⦁… daria todas as informações que o tal cientista precisasse, e em troca ela me daria informações sobre meu clone - Lucas parecia estar se aplaudindo com suas palavras - Então o acordo foi feito. Ficamos nessa troca de informações há quase 3 anos e a última vez que tive uma notícia dele foi antes da pane elétrica na instalação. — O olhar do doutor mudou do Abraham para a criança que estava sentada em sua cadeira.
Abraham não acreditaria em todas aquelas palavras facilmente então Lucas foi até o garoto e o colocou num dos tubos de preservação igual estavam os outros quatro, e isso fez o cientista voltar a perguntar — Quem era o tal cientista que lhe passava informações? E quem é o seu clone? Você ainda não deixou isso claro. — Lucas vai até uma estante com vários frascos e pega duas fotos na primeira estava ele e o Kalaham e na outra foto do próprio Abraham. Nesse instante Abraham se sentou no chão não acreditando que ele seria apenas um clone e ainda com alguma mutação genética. Lucas chega e coloca a mão em seu ombro e solta algumas palavras — Não fique assim você e a evolução da humanidade. Você e essas outras experiências são o futuro para a vida desse planeta. E só para lhe tirar a dúvida você se lembrar o que houve no dia da pane elétrica? —
“Abraham tentou pensar, pois as suas lembranças sobre aquele dia eram como as águas turvas de um rio. Ele ficou pensando por alguns minutos até que percebeu um calendário digital no monitor à sua frente e como um estalar de dedos ele lembrou-se que estava na sala de pesquisa tentando impedir Kalaham de roubar algumas amostras e depois só percebeu uma dor aguda no pescoço que o fez perder a consciência e quando recobrou toda a instalação estava um caos e o Kalaham estava carbonizado”
A sua expressão foi de incredulidade, o Dr. Lucas soltou um sorriso, pediu o seu gravador e olhou para Abraham, levou o gravador que parecia ser de voz e colocou sobre a sua mesa e em seguida se dirigiu até o monitor, onde abriu uma tela e passou tudo o que houve entre Kalaham e Abraham no dia da pane. Logo em seguida Lucas pegou o cientista pela mão e o direcionou até uma cápsula de preservação, e Abraham por estar muito perplexo apenas seguiu o caminho que Lucas o guiava e ao olhar para o calendário viu estarem no ano de 2756 exatamente no dia 25 de dezembro. Não dando muita importância na data, ele percebeu que já estava lá dentro não a algumas horas, mas sim, a 23 anos e não sentirá fome, sede ou necessidades fisiológicas.
Ele simplesmente entrou na câmara, o doutor Lucas lhe deu o livro envolto em uma espécie de plástico para não molhar ou se desgastar e apontou para um pequeno compartimento na estante onde estava o gravador.
Lucas ligou o sistema de preservação celular então o sono veio assolando Abraham, mas antes de adormecer Lucas disse suas últimas palavras — Ajude a próxima geração. Ajude o garoto e a sua mãe… — o laboratório foi invadido por criaturas que o próprio Abraham não conseguia distinguir, depois raízes de plantas cercaram todo o local e com isso ele adormeceu.
No ano 2780 as cápsulas abriram no caso a do atleta, do cientista e a do menino, as outras duas estavam com luzes vermelhas, mas não estavam abertas e em cima das cápsulas existiam medidores de batimentos cardíacos. Quando Abraham se aproximou para ver percebeu que as cápsulas estavam com mal funcionamento e provavelmente as outras duas pessoas que ali estavam sendo mantidas já estavam mortas.
Todo o prédio estava em ruínas, as plantas que antes estavam tomando todo o local já haviam morrido ou foram fossilizadas, não deixando mais nada vivo além deles. De forma impressionante o gravador estava ainda em cima da estante, mas ao se aproximar pra pegar o gravador percebeu que no painel haviam 4 botões piscando, logo ele se vira para ver o motivo o menino que antes estava na cápsula com sua mãe já estava fora e apontando para os botões, então ele se torna a se dirigir até o painel e apertou os quatro botões fazendo as portas das cápsulas abrirem. Quando as cápsulas abriram não havia ninguém dentro delas, mas apenas marcas de sangue como se alguém tivesse lutado naquele local.
Abraham pegou o gravador colocou em uma bolsa velha junto com o livro, chamou quem estava ali para subir até a superfície, o caminho foi fácil sem nenhum obstáculo, mas a visão do lado de fora era desolador tudo morto e seco, a água que estava em movimento como um rio soltam um odor forte, então o desenvolvimentista começou a tentar ver uma maneira atravessar com o garoto e o atleta, mais o atleta o tirou de seus pensamentos quando tocou em seu ombro sua mão branca, fria e esguia.
Não existia nenhum método para sair daquelas ruínas, entretanto o atleta puxou o Abraham pelo braço e segurou o menino e deu um salto ultrapassando os 14 metros de altura e 16 de distância fazendo com que todos conseguissem atravessar o Rio contaminado, Abraham ficou sem fôlego, enquanto o garoto só fazia gargalhar pela emoção…
Logo após estarem em segurança o atleta decidiu vasculhar a área ao redor, e começou a correr super rápido mais o tempo máximo que ele conseguia manter a velocidade era de 3 minutos, mas nesse tempo ele colheu galhos de plantas secos umas bolsas e tecido. Abraham decidiu ver se tinha algo para eles comerem nas bolsas mesmo ele não sentindo fome, no total eram 5 bolsas, nas duas primeiras só medicamentos e umas pecas de roupas, na terceira achou um kit sobrevivência e logo Aquiles, o atleta, fez fogo usando os galhos secos das plantas, Quilan só observava o esforços dos dois homens a sua frente e achava graça. Abraham e Aquiles olharam o garoto de quatro anos e perceberam que tudo aquilo parecia engraçado ate que dentro da ultima bolsa, ele tocou em algo estranho, quando tirou da bolsa era um celular e nesse celular tinha dois lembretes, o cientista abriu o primeiro apenas dizia “dia de fuga! Olhe o próximo...” quando ele abriu dizia “inicio da guerra”. Ambos se olharam e foram ver as datas exibidas nos lembrete. O primeiro lembrete era o da data atual dia 23 de março de 2780 exatamente um domingo e a outra data era dia 03 de maio de 2790 – Apenas dez anos para uma guerra? Isso significa que ainda existem seres humanos? - falou Abraham com tom de surpresa e esperança – Mas mesmo que existam humanos vivendo nessas condições que se encontra a terra, tudo será reduzido a nada daqui a dez anos por algum motivo que não conhecemos. – Nesse momento o cientista largou a esperança e se preocupou por que talvez aqueles fossem os últimos anos da humanidade. Quilan pega um pedaço de papel q estava num dos bolsos externos de uma das bolsas e mostra ao Abraham, que abre e percebe que é um mapa com algum lugar ao leste marcado com uma bolinha vermelha, ele pensa e acredita que naquele local e onde deve ter algum assentamento de pessoas que sobreviveram ao horta genética e aos seus erros e que hoje desola o mundo com suas mutações.
Durante a noite o atleta e o cientista revessavam pois sabiam que até mesmo o fogo não afugentava as mutações, o Abraham estava sentado enfrente o fogo quando Aquiles se aproximou, o cientista olhou para o atleta e perguntou – Não vai dormir? – o cientista teve que olhar bem pra cima pois o homem de 35 anos possuía 1.90 de altura contra os meros 1.67 do Abraham – Estou sem sono acredito que já dormi muito durante toda essa tragédia! – tinha uma pergunta que estava incomodando o cientista e o Aquiles já havia percebido e quando ele iria fazer a pergunta foi interrompido – sim todos que estavam com o Dr. Lucas sabiam da possível tragédia que estava para acontecer pelos cientistas do lado de fora. Cada um de nos tinha um motivo. – parecia que o atleta tinha criado mais duvidas do que respostas – Cada um teve um motivo. Fico intrigado com isso, mas quem sou eu a não ser um clone do doutor Lucas... – o atleta se senta com a mão no ombro do seu colega – eu já sabia desse fato, na real todo mundo viu quando você foi feito. – Um silencio pairou no ar ate se ouvir um choro, ambos olharam para o Quilan mais ele dormia profundo e o choro se aproximava, foi quando uma criança envolta de uma luz branca saiu de atrás da árvore morta que servia de abrigo, os dois homens ficaram pasmos com aquela visão pois não podiam acreditar que haveriam mais pessoas envolvidas nos experimentos a não ser se a espécie humana já estivesse evoluindo de forma gradativa e naturalmente. A criança continuava a chegar mais perto do Quilan, o cientista tentou intervir enquanto o outro pegava o garoto no braço e foi quando a criança falou algo que deixou os dois sem ação – Por que tiram o meu pai de mim? Eu só quero o meu pai! – e voltou a chorar, ambos os homens ficaram parados imóveis e quando voltaram seus olhos novamente para o que chorava viu que estava desaparecendo e a luz sumindo a criança não estar mais com eles e o silencio voltar a ser a única coisa que se dava pra ouvir. Depois do episodio ambos sentaram e o Aquiles colocou o Quilan de volta nos tecidos e depois ambos desmaiaram de cansaço por causa do susto e assim se passou a primeira noite deles fora dos muros do domo...
Era bem cedo quando um adolescente acordou os dois oferecendo água, mas uma água tão limpa e pura que chegava a ser mais que transparente, Abraham sentou meio sonolento e aceitou a água e bebeu e só depois que percebeu que havia uma pessoa estranha no meio deles, ele deu um salto pra trás que ainda bateu o pé no ombro esquerdo do Aquiles que começou a acordar também. – Mas... mais quem é você? – ele olhou para ao redor do acampamento e também não viu o Quilan – Cadê o garoto? Cadê? Aquiles acorda logo o Quilan sumiu e tem um rapaz estranho aqui com a gente. – nesse momento Quilan gargalhou e deu um abraço no atleta que também começou a rir por perceber que o cientista não tinha conhecimento dos poderes deles. – Calmo Abraham esse aqui é o Quilan, ele possui umas mutações estranhas e nem todas ainda foram descobertas. Ei, espera ai onde você achou esse como com essa água tão pura, Quilan? – por um momento o cientista ficou aliviado mais por saber da água e ver a sua pureza também teve sua atenção atraída para o fato. – Foi o tio ali que produziu. – como assim eu? Ei eu não sou um tio ainda sou bem novo pro seu entendimento. – o Abraham fechou a cara e os outros dois começaram a gargalhar, logo Aquiles levantou se direcionou para o Abraham o fez girar deixando os dois de frente e colocou a mão no queijo do cientista e falou sussurrando – Não é hora para ficarmos emburrados com idade e sim tentar entender a situação quem era aquela outra criança e a questão da água. – Aquiles não percebeu mais o cientista estava todo tremulo por causa da atitude inesperada e logo que ele tirou a mão do queijo do seu colega percebeu que o mesmo quase caia sem forcas, então se virou, deu dois passos e disse – Você fica muito charmoso quando faz cara de bravo. – ao terminar a frase piscou o olho e foi ate o Quilan.
Agora o mistério era a água que o Quilan disse que foi produzida pelo cientista, mas o porem e como ele a produziu. Além de algo na mente do cientista que estava o incomodando, mas a sua duvida e vergonha não o deixava se abrir com seus colegas.
Onde o cientista dormiu havia grama verde que diferente da vegetação ao redor que era seca e esfarelada onde também árvores de grandes raízes estavam mortas. Quilan decidiu pegar um pouco da agua poluída e entregar na mão do Abraham, - pegue? – ele olhou com desdém e falou – Não vai acontecer nada! – o garoto olhou para os lados como quem busca ajuda, mas percebeu que ele que deveria terminar o que ele mesmo começou – Por favor só tenta. – Abraham já estava ficando frustrado e com raiva – Eu já não falei que não vai acontecer nada, para de me incomodar. – Quilan abaixou a cabeça sabendo que perdeu aquela batalha e o cientista percebendo que o garoto se sentia mau decidiu pegar o copo com a água poluída e Quilan deu um sorriso com uma expressão de vitória. – Viu nada acont... – o cientista foi cortado quando viu a agua do copo ficar pura e o solo também ao seu redor criar grama e vegetação – Olha temos um purificador, ou alguém que sabe fazer fotossíntese. – falou com um sorriso o atleta – mas a fotossíntese e só com a vegetação mais e a agua, pois teria que ter um filtro bem poderoso para tirar essas toxinas ! – você não aceita que é uma pessoa extraordinária?! – Quilan se aproximou deles e percebeu que a intenção do Aquiles era deixar o cientista encabulado, - Aqui não tá! – deu um sorriso maléfico – Você também não quer ficar pra titio é Aquiles! – na hora os dois ficaram vermelhos e Abraham colocou a mão na boca pra rir – Meus Deus... vamos verificar o que temos de suprimento e eu gostaria de saber quais são as nossas mutações! – expressou com um sorriso encantador que fez o atleta babar.
- Vou só pegar aqui a agenda eletrônica que pertencia ao Lucas e também suas anotações, acredito que ele tenha deixado algo escrito. – Abraham realmente acreditava naquela hipótese, mas a realidade era que nas anotações onde deveria ter as suas mutações estava em branco. – Bom Já passamos tempo demais aqui nesse lugar, acredito que devemos seguir o mapa e no caminha falamos de nossas mutações ou poderes. – falou bem otimista o atleta. Eles andaram por bastante tempo ate chegar uma ponte de metal envolta por varias raízes que continha espinhos e as plantas ao redor pareciam vivas, mas já com aspecto de morto e o odor que saia da água do rio abaixo era de enxofre, eles decidiram seguir enfrente de forma cautelosa para não encostar, nas raízes ou fazer muito barulho, eles ainda andaram por quase 3 horas ate chegar um local de pasto onde só tinha grama e mato e lá eles pararam. Pois pelo que eu pude entender Aquiles é que suas habilidades são; aumento de velocidade, ampliação de saltos e força descomunal. Nossa todas as suas mutações levam seu corpo ao estremo. – falou com um sorriso de preocupado, - Agora você criança; pelo visto tem flutuação de idade, pelo oque eu pude perceber, então você sabe de mais alguma habilidade sua que você conheça? – Bem o professor Lucas me disse três mais elas podem evoluir ou podemos adquiri novas habilidades, mas as que ele me disse foi; evolução de idade, visão 360° e posso respirar embaixo d’água. – Abraham deu um tapinha de leve nas costas do Quilan agradecendo as informações e dizendo – Pena que a minha habilidade e só purificar o ambiente a minha volta, pena que so posso em pequena escala. Eu não fui criado para ser mais do que eu já sou, um simples clon... – o Quilan o cortou falando – eu sei todas as suas habilidades o professor me contou, suas habilidades são, regeneração, gerar eletricidade, fotossíntese eram essas três, mas parece que você agora purifica o ecossistema a sua volta. Uma evolução das suas habilidades. – o cientista ficou pasmo com o que o garoto falou e decidiu questionar – como assim, criar eletricidade, me regenerar e fazer fotossíntese, agora virão uma planta. – Quilan tira um memory card do bolso e entrega ao cientista – Agora vou ter que ser direto com você, mas a culpa de tudo isso está acontecendo e sua. – ele se afasta demonstrando muita irritação no seu andar e o Aquiles vai atrás dele pedindo tempo para o Abraham. O cientista pegou o celular e colocou o memory card e foi buscar nos arquivos o que o Quilan estava falando, e percebeu que só existia um arquivo, o vídeo da morte do geneticista Kalaham, e vendo que o seu poder matou um homem e que foi o seu poder que ocasionou a quase total destruição da terra. Enquanto Aquiles conversava com Quilan escutou som de um grito agonizante e de algo caindo, os dois se viraram e viram o Abraham em estado de choque e perceberam que uns raios se formavam ao seu redor, Aquiles tentou chegar perto do cientista e tentou acalmar - lo. – Abraham, por favor, tente se acalmar. Sei que não é fácil e que você carrega uma bagagem muito pesada, quase insuportável mais você pode contar comigo e estou com você pra tudo... – ele só conseguiu ouvir murmúrios e sussurros vindos do seu colega e percebendo que as suas palavras não iriam adiantar nada pegou a bolsa o celular e correu pegando o Quilan no braço e depois correu ainda mais rápido que pode quando uma enorme onda de choque se espalhou para todos os lados os jogando a vários metros a frente e vários raios caiam exatamente onde o cientista estava e se espalhavam pelo ar e pelo solo, esses raios se espalharam evaporando qualquer ser vivo ou morto num raio de 150 metros de circunferência e parecia continuar se espalhando com um campo eletromagnético, foi quando uma mulher aparece correndo e se coloca na frente deles, ela parece sentir muita dor mais nada passa pelos dois e quando finalmente aquele momento de tensão passa Quilan olha pra mulher e chora – mamãe é mesmo a senhora? – ele a abraça forte. – Ufa ainda bem que você estava por perto! Ainda com a pele de tardígrado. - eles se sorriram e ela olhou para uma parte densa da floresta atrás deles – sejam rápidos o que houve aqui? – Aquiles se levantou já entendendo a situação – Foi o clone do doutor Lucas o seu filho mostrou a gravação que foi impedida de mostrar e o cara perdeu o controle. – ela olha para o seu filho – Você sabe que o que fez é errada, quando vocês voltarem a se encontrar com ele peça desculpas, ele tem o direito de saber toda a verdade, mas Cada coisa ao seu tempo. Agora vocês devem ir o Sanches deve chegar a qualquer momento. – apenas depois de dizer a ultima palavras um vento forte passa por eles e um vulto familiar sai em disparada ao centro dos raios. – meu Deus o que será do rapaz, o Sanches vai destruir ele, vocês dois agora vão se escondam eu vou atrás daquele assassino de merda. – ela dispensou os dois e foi atrás do Sanches com saltos horizontais pegando impulso nos trocos de árvores dando a ela uma boa velocidade até o momento que não existia mais nada só o solo negro queimado, ela agora só dependia de suas pernas para correr, mas não possuía super velocidade então ela acreditava que não chegaria a tempo...
No local onde o Abraham se encontrava, tudo estava destruído o solo queimado e ainda pequeno descargas de eletricidade saiam de seu corpo, ele parecia ainda está inconsciente e nesse momento o assassino chegou e o viu estacionado sem fazer nada aproveitou juntou toda sua força no punho direito e foi dar um soco mais foi repelido pelo campo magnético que envolvia o cientista, ele se afastou e começou a gritar – Seu desgraçado. Vai ficar aí parado, vendo o mundo acabar por sua causa, pela sua fraqueza. Você pode ter começado tudo isso mais se você pode parar faça, mais desde que te vi pelos monitores você só reclamava da sua vida e agora se desprezando sozinho só por que descobriu a verdade. Eu já vi aquele vídeo varias vezes. – ele correu de novo para desferir um golpe no Abraham acreditando que iria acertar, mas lhe foi lançado um raio e sua direção o fazendo recuar ainda mais – Droga qual o limite desse cara!? – Abraham fala – Purificador – todo o local volta a criar vida, grama cresce de modo desenfreado ao redor do Sanches o sufocando enquanto arvores nascem e crescem de formar descontrolada, Sanches não tinha como sair e já estava sufocando ele achava que não iria escapar foi quando o Aquiles o puxou super-rápido o tirando do meio das plantas como a grama alta. Eu pensei que iria morrer, como pode um punhado de mato causar faltar de ar? – era por que você não estava cercado por espirradeiras, essa planta causa infartos, fora os lírios do vale e vários cogumelos. – foi quando outra onda os jogou longe e mais raios se acumulavam ao redor no corpo no Abraham e ele soltou a descarga elétrica, o Sanches e o Aquiles fecharam os olhos, pois eles não teriam tempo de fugir, mas o raio errou e quando eles abriram os olhos viram Abraham chorando sentado sobre os joelhos. – Ainda bem, ele parou eu pensei que iria morrer nesse ataque. – falou o assassino aliviado - Agora vá até ele tente conforta-lo e tire-o daqui, o que ele fez deve ter chamado a atenção de vários mutantes e a própria vegetação já esta mudando. Vou buscar o Quilan e vocês dois cuidem dele até a hora certa. – ele saiu e o atleta foi ate o Abraham e o abraçou e o seu abraço foi retribuído e es que o cientista chorou muito. Pouco tempo depois o Quilan chega, - olha espero que me desculpe. – pede o adolescente. Aquiles pediu ajuda para levantar o amigo deles e os três saíram daquela parte da floresta que se tornou testemunha do poder trazido da dor, de uma vida que nunca existiu.
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