DECEPÇÃO

4- DECEPÇÃO

-Eu caidinha por você? Fui há muito tempo, adolescência faz tempo que meu sentimento por você é frieza, indiferença.

-Até parece, por que nega tanto? Disse ele.

-Acha mesmo que dá pra continuar amando alguém que te ignora? Te humilha? que ver seu pai à beira da morte e nem vai dar uma força.

-Eu apenas

-Papai, vivia perguntando por que você não ia vê-lo não era? Disse perguntando pro senhor.

-E eu mandava ele ir. Respondeu seu padrinho.

-Todos os amigos, conhecidos foram lá menos você, ai o pior acontece e papai morre e nada de você, e olha que nem falo por mim falo por ele nem na morte foi se despedir.

-Eu não fui porque não queria...

-Não me importa, por que só estou dizendo que acha, que tem como eu sentir algo por você, uma paixão? Amor? Por alguém que foi totalmente indiferente a minha dor.

-Todos pedimos pra ele ir. Disse a senhora.

-Pra ser sincera, eu nem notei que você não foi no velório, mas como praticamente a cidade inteira foi, comentaram que você não foi, embora pra mim não tenha sido uma surpresa.

Fez um breve silêncio.

-Doeu tanto quando, tive que casar com a pessoa que mais me desprezou.

-Também não é assim. Disse Rô.

-O senhor não podia ter feito isso comigo, se precisava de dinheiro, eu dava o quanto o senhor precisasse.

-Não foi só pelo dinheiro, na verdade eu e teu pai

sempre quisemos que vocês se interessassem um pelo outro.

-Tuas coisas estão ai. Disse ela apontando pra uma mala ali do lado.

-Como assim. Disse a senhora.

-Como ele disse antes deu chegar acabou, pra mim desde ontem não tinha mas jeito.

-Mais e..

-Mais nada tio, eu já ia cair fora, mesmo sem saber que podia escolher quem eu quisesse imagina agora que sei.

-É que já estão casados

-E dai? Casamentos feitos por amor são desfeitos, antes da hora imagina por interesse.

Disse ela saindo.

Ele pegou a mala, e foi pro quarto pensando nas palavras dela sobre ter sido indiferente quando ela mais precisou.

Ela não me amava como pensei ela me desprezava, pensou ele.

Rafaela olhou pros seus pais de forma rep norovadora.

-Não olha assim filha, não fizemos por mal. Disse sua mãe.

-Não, fizeram por dinheiro.

-É serio que decepção se só tivessem proposto e pronto mas não, viram como Rô a humilhou toda vez que tocavam nesse assunto e mesmo assim o senhor insistiu nisso.

-Eu achava que era o melhor pra ela, tinha esperanças deles se entenderem.

-Claro assim teria sempre acesso ao dinheiro dela.

-Não, por que achei que assim ela seria feliz, eu realmente achava que ela amava teu irmão.

-Nunca tinha parado pra pensar como ele era frio com ela, e até com tio e pior depois que ele adoeceu.

-Por que antes ele não precisava ir lá pra vê-lo Alfredo vivia aqui.

Chegando em casa Giovana decidiu que precisava espairecer não queria aguentar os comentários de todos sobre a noite anterior nem sobre a separação.

Então decidiu ir pra capital, há dias precisava ir pra ver como estava a empresa de lá mais não achava coragem nem disposição.

Arrumou as coisas deu orientações aos funcionários e viajou.

Agora sentia culpa, por ter julgado tanto seu pai, e raiva de seu tio Ronaldo.

Por ele não ter dito que podia ser outra pessoa.

Veio em sua mente alguns amigos.

Rodrigo se sentiu culpado, por não ter dado a devida atenção ao seu tio antes de morrer.

-Eu achava que daria tempo, sempre pensava vou amanhã. Disse ele pra um amigo.

-Realmente vivia dizendo isso.

-Ai de repente ele morreu.

-De repente não cara ele sofreu durante anos.

-Eu sei mais eu achava que ele ia se recuperar.

-Mais ele já estava desenganado pelos médicos.

-Eu sei mais como dizem a esperança é a ultima que morre.

-Nunca entendi por que parou de ir lá de repente.

-Há Jorge você sabe sim, eu disse que Giovana me olhava com olho grande e o tio vivia fazendo insinuações sobre a gente, fui diminuindo e de repente parei de vez de ir lá.

-Aconteceu sem que eu notasse.

-Da forma que ela falou, realmente Giovana não gosta de você e mesmo que gostasse da forma que a tratava ultimamente mataria qualquer amor.

-Também não é assim. Falou Rodrigo.

-Claro que é, você falava que preferia qualquer coisa do que casar com ela.

-Por que era verdade.

-Serio cara? Por que a despreza tanto? Principalmente agora que ela ficou sozinha que não tem ninguém.

-Eu não a desprezo. Falou Rodrigo

-Se fosse assim a teria apoiado, já que até Olivia concordou.

Ele ficou pensativo.

-Deve ser horrível se ver só, sem ninguém no mundo, quem procurar, quem dê apoio.

-Mais ela tem lá em casa todos gostam dela.

-Não é bem dela que gostam, mais do dinheiro que ela herdou.

-Do que você esta falando? Não somos interesseiros.

-Há não? Então por que contra tua vontade, ele o fez casar com ela sem dar a chance dela escolher outro.

-Que outro? Você?

-Se não fosse casado, eu casaria sim.

-Viu, você sim seria por interesse.

-Não, por que não deixaria passar a chance, de pegar um mulherão como Giovana, e ainda ganhar dinheiro pra isso. Já você sim foi puro interesse.

-Ela não é tão bonita assim.

-Só você não acha, por que todos os nossos amigos queriam esta no teu lugar.

-Claro por causa de Olivia.

-Que Olivia Rô, como disse todos acham Gio uma gata, menos você e fique sabendo que eu mesmo que não a achasse tão bonita ficaria com ela por compaixão, caridade, só você não se comoveu com a situação dela.

-Engraçado que a única pessoa que podia, era a que não se comoveu com tudo que ela passou. Completou seu amigo.

-Também não é assim.

-Claro que é Rô, você só a tratou mal, quando não a ignorou.

-É que a gente mal se falava, perdemos contato.

-Falando nisso você nunca se colocou no lugar dela, do sofrimento dela, quer saber esquece, nem sei por que estou dizendo isso, se já sei a resposta.

-Já disse que ela tem minha família, posso ser ausente mas os outros a tratam como da família.

-Coitada dessa garota, que sina, perde a mãe, e agora o pai, se pelo menos tivesse uma irmã.

-E tem a Rafa, elas cresceram juntas quer dizer nós crescemos juntos, sendo assim é como se tivesse família.

-Imagina esse outro golpe.

-Que golpe?

-Há Rô, como acha que ela esta se sentindo, agora que sabe que teu pai a enganou?

-Não foi bem assim.

-Serio?

-Há Jorge ele queria que ela ficasse com alguém que ele conhecesse, que cuidaria bem dela.

-Você cuidou bem dela? Quando? Admite cara, teu pai pensou no dinheiro, só nisso, que estava pouco se linchando pro bem estar dela.

-Não fala assim dele, meu pai não é assim.

-Agora o defende, há pouco estava revoltado por ter o casado sem necessidade?

-Eu posso falar dele, você não.

Enquanto isso na capital ela foi direto pra empresa, queria ocupar a cabeça pra parar de pensar em tudo que tinha acontecido.

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