Capítulo 17

Maya Stuart:

Dois meses depois...

Analiso minha barriga no espelho, ela já cresceu bastante, estou com quatro meses e na próxima semana irei descobrir o sexo do meu filho.

Lyan esteve comigo todo esse tempo, esteve sempre ao meu lado, ele me ajuda tanto e me dá tanto carinho.

Eu o amo.

Mais ainda não falei pra ele, estou esperando o momento perfeito pra contar tudo.

Meu filho ainda não mexeu, estou ansiosa para sentir ele se movendo dentro de mim, eu vou chorar muito.

Vejo Lyan entrar no quarto e me abraçar por trás, o mesmo beija meu pescoço e coloca suas mãos sobre minha barriga.

Olho no espelho e sorriu vendo a cena, parecemos uma família, na verdade, a gente é uma família.

Viro de frente pra ele e beijo seus lábios com desejo, temos um pouco de dificuldade por causa do volume da minha barriga mas no final da tudo certo, suas mãos descem até minha bunda e logo sinto seu aperto.

Me afasto de Lyan e vejo o mesmo se ajoelhar na minha frente, sua mão toca a minha barriga suavemente e sorriu vendo ele beijar a mesma.

— Como você está aí bebê? Ainda não sei se você é menino ou menina, mas saiba que vamos te amar muito. — diz ele e sinto meus olhos se encherem de lágrimas. — sua mãe e eu vamos cuidar muito bem de você, e eu vou cuidar muito bem de você e da sua mãe.

Olho pra ele que levanta seu olhar e sorri pra mim, logo volta a sua conversa com o bebê.

Sinto meu coração quentinho, nesses dois meses que estou "ficando sério" com Lyan, eu fui mais feliz do que os quatro anos de casamento com Maycon. Eu namorei com Maycon por cinco anos e fiquei casada por quatro, o namoro foi bom, com alto e baixos mas foi bom, mas o casamento não, passei por um inferno naquela união, e só aguentei aquilo pelo amor que eu sentia por ele, achei que ele iria mudar e voltar a ser o Maycon de antes, mas agora percebo que até o Maycon de antes eu não conhecia.

Será que ele me traía quando namorávamos?

Agora eu tenho tantas dúvidas...

— O que se passa nessa cabecinha? — pergunta Lyan se levantando e me dando um selinho.

— Eu estava pensando no quanto estou sendo feliz com você. — falo vendo ele abrir um sorriso lindo. — em dois meses você está me fazendo mais feliz do que fui em quatro anos, ou nos nove de relacionamento que tive, agora estou em dúvida se aquela felicidade era realmente real.

— Talvez por um tempo foi, você é incrível, tenho certeza que em algum momento da vida dele, ele realmente deve ter te amado. — diz ele segurando meu rosto entre suas mãos. — é impossível não se apaixonar por você.

— Estou me sentindo tão burra. — falo colocando minhas mãos sobre as suas que ainda estavam no meu rosto.

— Por que diz isso? — pergunta ele.

— Por que o homem perfeito pra mim sempre esteve aqui, ao meu lado, e eu nunca percebi. — falo olhando intensamente nos seus olhos.

— Talvez aquele não era o momento da gente ficar junto. — diz ele amoroso e compreensivo como sempre. — talvez se a gente tivesse tentado ficar juntos naquela época, não teríamos dado certo, a gente precisou passar por tudo isso para finalmente aprendermos mais sobre a vida e amadurecer também.

— Tudo na vida tem um propósito. — falo e ele concorda.

— Agora chega de conversa e vamos comer? Preciso alimentar vocês dois. — diz ele todo carinhoso.

— Vamos, estou faminta. — falo segurando na mão dele.

Descemos pra cozinha onde me sento na mesa, ele se afasta de mim e logo depois coloca na minha frente uma tigela com aveia, alguns pedaços de  banana e morangos, além de outras frutas.

— Quer iorgute ou suco natural? — pergunta ele depois de se afastar de mim e abrir a geladeira.

— Suco de laranja, por favor. — falo e ele logo pega uma jarra cheia de suco.

— Você fez tudo isso? — pergunto já comendo uma colherada cheia da minha aveia com frutas.

— Sim, você precisa comer comidas saudáveis, esse pequeno precisa crescer forte e saudável. — diz ele deixando o copo cheio de suco na minha frente.

— Você já comeu? — pergunto.

— Comi sim. — diz ele e logo seu telefone começa a tocar. — eu já volto.

Assinto e ele logo saí, como toda aquela comida  e tomo meu suco. Já com minha barriga cheia, fico acariciando a mesma enquanto espero Lyan voltar.

Demora um pouco mais logo ele está de volta, estranho seu jeito, ele não estava tão diferente mais estava agindo um pouco estranho.

— Aconteceu alguma coisa? — pergunto.

— Não... era um cliente. — diz. — vou precisar sair para atender ao seu chamado.

  — Tudo bem, qualquer problema me liga. — falo me levantando e andando até ele, passo meus braços pelos seus ombros e ele logo abraça minha cintura.

Beijo seus lábios lentamente e ele se afasta de mim me olhando com carinho.

— Eu te amo. — diz ele e logo em seguida beija minha testa. — podemos marcar um jantar para o dia em que a gente descobrir o sexo do bebê.

— Será perfeito. — falo já imaginando que será o momento perfeito para revelar que eu o amo. — Vamos comemorar muito.

— Agora eu preciso ir. — diz ele deixando um último beijo nos meus lábios e logo indo embora.

Suspiro olhando todo aquele cômodo vazio, quando Lyan está fora a casa fica tão sem graça.

Levo a louça suja pra pia e resolvo ir pra sala onde me sento no sofá, resolvo me deitar um pouco ali para descansar, ultimamente quero passar o dia todo deitada.

Estou parecendo uma velha.

Ouço meu celular tocar e o vejo sobre a mesa de centro, me sento novamente e o pego, era um número desconhecido.

Estranho, eu troquei de número e poucas pessoas tem.

— Alô? — falo mas a linha continua muda. — Alô?

Ouço uma respiração e sei que tem alguém ali.

— Quem é? Eu sei que tem alguém aí. — falo.

— Bom dia, amor. — sinto meu corpo gelar ao ouvir a voz dele. — sentiu saudades?

Era Maycon, o que aquele desgraçado quer comigo?

— Estou de volta, e quero o que me pertence. — diz. — Não irei deixar aquele idiota ficar com você e com meu filho, me espere amor, daqui a pouco voltaremos a ser uma familia linda e feliz. — diz desligado a chamada, chamo seu nome algumas vezes mais ele já tinha desligado.

Toco minha barriga e sinto meu coração acelerado.

Ele não vai tocar em um fio de cabelo do meu filho, meu filho é só meu.

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