Capítulo 15

Maya Stuart:

— Você está bem? — pergunta Lyan se abaixando na minha frente e olhando meu pé.

— Estou, mas está doendo. — falo.

— Não está inchado. — diz ele observando meu pé com atenção.

— Ele não inchou mas está muito dolorido. — falo fazendo careta, fingindo sentir dor quando ele toca meu tornozelo.

— Desculpa. — diz ele.

— Sem problemas. — falo.

— Vou pegar gelo para colocar em cima. — diz se levantando. — já volto.

Ele sai e logo volta.

— Não encontrei gelo mas achei uma ervilha congelada. — diz se sentando no sofá e puxando meu pé para seu colo, ele logo coloca o saco de ervilha extremamente gelada sobre meu tornozelo. — tem certeza que você e o bebê estão bem? Acho melhor irmos para o hospital.

— Eu estou bem. — falo, se formos para o hospital ele pode descobrir que tudo é mentira. — Eu apenas pisei de mal jeito e torci o pé, eu não cheguei a cair e nem me assustar.

— Ainda bem. — diz ele suspirando aliviado. — fiquei muito preocupado.

Me sinto mau por estar mentindo...

— Lyan... Eu. — Sou interrompida pelo toque do celular dele.

Ele pega seu celular e logo atende.

— Oi alyssa. — diz ele e presto bastante atenção na conversa. — Desculpa mas não poderei ir.... aconteceu um imprevisto... posso te ver amanhã?

Droga! Ele não vai ver ela hoje mais irá amanhã.

Esquece, amanhã arrumo outra desculpa.

Ele desliga seu celular e se concentra em colocar a ervilha congelada sobre minha torção.

— Desculpa por ter atrapalhado seus planos. — falo fingindo tristeza.

— Não tem problema. — diz ele me olhando e sorrindo. — seu bem estar em primeiro lugar.

Sorriu, Lyan é tão fofo.

— Está com fome? — pergunta ele.

— Estou um pouco. — falo.

— Irei cortar algumas frutas para fazer uma salada saudável pra você. — diz ele levantando com cuidado e deixando minha perna sobre o sofá. — não se mexa, eu já volto.

Ele sai e fico ali sentada, mas ainda estava me sentindo mau por fazer aquilo.

[...]

No final de tudo acabamos tomando café juntos, almoçando e agora estamos esperando nosso jantar.

Pedimos pizzas e Lyan está escolhendo um seriado para começarmos a assistir.

Mas é claro que não irei me empanturrar de gordura e massa, minha médica disse que posso comer, mas nada exagerado.

Eu estava com um pijama curtinho e de meias, meu cabelo estava preso em um coque frouxo. Lyan estava apenas de calça moletom e de meias, as vezes eu passava meu olhar pelo seu peitoral e sorria ao ver minhas marcas de unhas nas suas costas.

Nós dois estávamos sentados no tapete fofinho no chão, Lyan com o controle procurava a série que iríamos assistir.

— A campainha. — falo assim que a ouço tocar.

Quando vou me levantar Lyan me para, olho pra ele confusa, ele me entrega o controle e se levanta.

— Eu vou. — diz ele. — não irei deixar você ir atender a porta com esse pijama curtinho.

Assim que ele termina de falar já sai rapidamente.

Sorriu olhando ele atender a porta, ele abre apenas a metade da porta e fica na frente dela para que o entregador não olhe pra dentro.

Até parece que ele está com ciúmes.

Sorriu com essa ideia, será que ele sente ciúmes de mim?

Olho pra televisão e procuro eu mesma uma série para assistirmos, acabo encontrando uma bem interessante sobre vampiros e outros seres sobrenaturais.

Vejo Lyan se sentar ao meu lado colocando a caixa de pizza na minha frente, ele resmunga algumas coisas e o olho.

— O que foi? — pergunto.

— No momento em que abri a porta por completa para pegar a caixa de pizza, o entregador te viu e só te faltou comer com os olhos. — diz ele bravo.

— E você ficou com ciúmes? — pergunto.

Ele me olho e suspira desviando o olhar.

— Sim. — diz. — eu fiquei com raiva daquele cara olhando seu corpo e... eu quis tanto dar um soco nele, mas me controlei e o mandei embora.

— Liam... Você gosta de mim? — pergunto.

— Claro que gosto. — diz ele rapidamente.

— Não na amizade, além disso, você gosta de mim mais que amigos? — pergunto decidida.

Vejo ele passar a mão pelo rosto e bufar irritado, ele se vira de frente pra mim e segura minha mão.

Olho pra nossas mãos juntas sorriu, elas se encaixam perfeitamente.

— Eu gosto Maya. — diz ele. — eu te amo, na verdade, sempre te amei.

  — O quê? — pergunto surpresa com o que ele tinha acabado de falar.

— Desde o tempo do colegial que sou completamente apaixonado por você. — diz me pegando de surpresa.

— Por que você nunca me falou isso? Por que nunca me contou? — pergunto.

— Éramos melhores amigos e eu fiquei com medo de você não sentir o mesmo por mim... e no final de tudo acabar com nossa amizade. — diz ele me olhando com tristeza. — Então eu tentei ao máximo esquecer isso, mas estava cada vez mais difícil. Uma vez eu acabei comentando com meus amigos e o...

Ele para de falar e desvia o olhar.

— Continua. — peço querendo saber o resto da história.

— O Maycon ouviu também, ele estudava na mesma escola que a gente e andava com meu grupo de amigos, eu não era amigo dele mas ele sempre estava junto por causa dos outros. — diz. — ele ouviu eu comentar que estava apaixonado pela minha melhor amiga, no momento ele apenas ficou quieto, mas um tempo depois ele começou a se aproximar de você e com o tempo vocês dois estavam namorando.

— Então ele só se aproximou de mim e me conquistou por que sabia que você gostava de mim? — pergunto horrorizada. — esse tempo todo meu relacionamento foi uma mentira.

— Não sei, talvez ele gostasse de você... não sei o que falar. — diz desviando o olhar.

— Então esse tempo todo você viu a mulher que você era apaixonado se apaixonando e cansando com outro... — falo triste ao imaginar seu sofrimento.

— Ainda sou apaixonado. — olho pra ele que puxa minha mão em direção ao seus lábios e deixa um beijo ali.

— Por isso Maycon sempre teve ciúmes da nossa amizade, ciúmes não, ele só me tinha como um objeto conquistado e não queria perder pra você. — falo triste. — eu me afastei de você... desculpa.

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas e logo sinto seus braços ao meu redor.

Meu melhor amigo sempre foi apaixonado por mim e eu nunca percebi.

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