Capítulo 7

Maya Stuart:

Desperto lentamente enquanto sinto braços ao meu redor, eu estava deitada sobre um peitoral musculoso.

Fico quietinha aproveitando, colo meu nariz na sua pele esposta e inspiro seu cheiro.

Seus pelos se arrepiam e ele me aperta ainda mais entre seus braços.

— Bom dia Ly. — sussurro com meu rosto ainda colocado em seu peito.

— Bom dia raio de sol. — diz ele. — dormiu bem?

Penso na noite maravilhosa que tive, nunca dormi tão bem, nem enjoou eu senti...seu perfume me acalma. Foi a melhor noite de sono da minha vida.

— Eu dormi bem, e você Ly? — pergunto.

— Eu dormi maravilhosamente bem. — diz cheirando meus cabelos.

Ontem depois da nossa sessão de filme e de alguns potes de sorvete, a gente resolveu dormir. Tive a ideia de dormirmos juntos, afinal o que tem de mal nisso?

Lyan me considera sua irmã, eu que ultimamente venho sentindo coisas estranhas...tenho certeza que são esses hormônios me deixando louca.

— Está sentindo algum enjoou? — pergunta ele preocupado.

— Não, hoje por algum milagre estou me sentindo bem. — falo, penso em me sentar mas estava tão bom abraçada com ele.

— Acho que precisamos levantar. — diz ele acariciando meus cabelos.

— Podemos ficar só mais alguns minutos assim? — peço. — está tão bom.

Ele sorri brilhante e me puxa ainda mais pra si.

— Ainda vamos no hospital ver minha mãe? — pergunta.

— Claro que vamos. — falo. — quero contar essa novidade pra dona Anna, ela irá amar saber que terá um netinho.

— Você falando assim, ela irá pensar que fui eu que coloquei esse bebê aí na sua barriga. — diz ele, sinto sua mão acariciando minha barriga lentamente.

Começo a pensar no que ele falou, tudo seria tão mais fácil se o filho fosse realmente dele... Lyan seria um ótimo pai.

— Seria tão mais fácil se meu filho fosse realmente seu. — falo me afastando um pouco dele e olhando em seus olhos.

— Você acha isso? — pergunta ele, seu tom de voz parecia animado.

— Eu acho, mas infelizmente o filho não é seu. — falo vendo seu semblante ficar triste. — e você não pode assumir uma responsabilidade que não é sua.

— Eu posso assumir seu filho. — diz ele. — posso ser o pai dele.

— Oh Lyan... — falo levando minha mão até sua bochecha fazendo um carinho. — não posso permitir isso, essa responsabilidade não é sua, isso é algo muito grande, se algum dia você arrumar uma namorada, casar com ela e quem saber ter filhos...tenho certeza que sua mulher não irá gostar de você assumir um filho que não foi você que fez.

— Você fala como se isso fosse acabar com minha vida, isso não vai atrapalhar nada na minha vida. — diz ele. — eu posso ser um ótimo pai pra esse bebê.

— Você sabe que ser pai não é fácil... é mais do que você imagina. — falo vendo seu semblante mudar pra irritado.

— Estou com você desde que descobriu a gravidez, sempre estive aqui... ao seu lado. Eu estou sendo mais pai do que o homem que o colocou aí. — diz. — mas eu entendo, você acha que o Maycon ainda vai voltar correndo pedindo perdão por tudo que fez e falou pra você, e como em um passe de mágica vocês voltaram a ser uma família linda e feliz.

Ele me afasta delicadamente de seu corpo, mesmo bravo comigo ele ainda me trata como se eu fosse uma rosa.

— Ly... não é isso. — falo me sentado na cama e o vendo andar pelo quarto passando as mãos pelos cabelos. — só não acho justo meu melhor amigo assumir um filho que não é dele.

Ele me olha e bufa irritado virando de costas pra mim.

— Melhor amigo... — diz ele.

Não entendo esse comportamento dele, por que ele está tão irritado?

— Eu preciso ir. — diz pegando sua camisa que estava sobre o puff ao lado da cama e rapidamente vestindo.

— Não vai... por que está bravo comigo? — pergunto.

— Você é tão lerda. — fala, olho pra ele confusa.

— Por que está me xingando? — pergunta agora me levantando.

— Esquece. — diz pegando seu celular sobre o criado mudo e o guardando no bolso. — venho te pegar mais tarde pra gente ir no hospital.

Ele vai embora e me deixa sozinha.

Mas que porra foi isso?

— Ele falou que eu sou lerda? — falo em voz alta comigo mesma. — eu não sou lerda.

Me levanto da cama e vou em direção ao banheiro para escovar os dentes, após terminar desço pra cozinha onde corto algumas frutas.

Ultimamente tenho comido muito doce e massas, preciso parar com isso, pode fazer mal pro bebê.

Toco minha barriga fazendo um leve carinho, lembro-me de quando era a mão de Lyan ali...

Ele quer ser pai do meu bebê. Será que eu devo permitir isso?

Mas um filho irá fazer a vida dele ficar mais limitada. Pelo que eu saiba Lyan nunca namorou sério com alguém, e também nunca chegou a me contar sobre ter sentimentos por alguém.

Será que ele gosta de alguém e nunca me falou?

Com esses pensamentos na cabeça volto a cortar minhas frutas, faço uma salada e me sento no sofá para comer.

Como tudo e depois levo a louça suja pra pia, deixo a mesma lá e vou pro quarto.

Pego meu celular e mando uma mensagem pra Lyan, peço pra ele vir me pegar para me levar ao hospital daqui a uma hora.

Ele apenas manda um joinha.

Ele ainda está bravo comigo, ainda não entendi o que eu fiz, eu só quero o bem dele.

Suspiro passando as mãos pelo cabelo e vou em direção ao banheiro, sinto um embrulho no estômago e me abaixo na frente do vaso para vomitar.

Esses enjoos estão me matando, por quanto tempo terei que aguentar isso?

Dou descarga e escovo os dentes, em seguida tomo um banho enquanto canto a música "perfect", sou uma super fã do ed sheeran.

Após o banho passo hidratante corporal por todo o corpo, agora com a gravidez é bom manter a pele hidratada para não ressecar e acabar criando estrias, não tenho nenhum problema com elas, pelo contrário, eu tenho algumas estrias no bumbum e acho elas bonitinhas.

Apesar de antes eu ter a autoestima baixa por que o Maycon falava que elas eram feias e que eu deveria fazer algum procedimento para tirá-las.

Hoje eu me aceito do jeito que sou, sou bonita e gostosa do meu jeitinho.

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