Capítulo 20

Maya Stuart:

Dois dias se passaram desde que meu filho mexeu, dois dias também que não vejo Lyan...

As vezes pego o celular e olho seu contato mas não tenho coragem de ligar, sei que Lyan merece saber que o nosso bebê mexeu.

Com a coragem que tenho mando uma mensagem pra ele.

" Oi Ly, sei que estamos passando por um momento complicado, mas eu queria te falar que o bebê mexeu. Queria que você soubesse disso. "

Envio a mensagem e deixo o celular sobre a cama, saiu do quarto indo em direção a cozinha, minha consulta para descobrir o sexo do meu bebê será daqui a três dias e estou apreensiva.

Será que Lyan ainda irá comigo?

Apesar de tudo ele ainda é meu melhor amigo... mas quem sou eu para julgar se ele não quiser ir.

Ele falava com todas as letras que me amava e nem isso eu consegui dizer pra ele, e eu o amo.

Mas agora ele talvez terá um filho com outra mulher, a mesma precisará de alguém ao lado dela para cuidar...

Eu não vou fazer com que o Lyan passe mais tempo comigo do que com a mulher que carrega seu filho. Mesmo eu precisando do Lyan pois o pai idiota do meu filho não o queria, eu não posso exigir sua total atenção.

Maycon foi um filha da puta comigo, mas ele quer mudar pelo nosso filho, ele quer mostrar que pode ser um bom pai.

Eu não vou fazer isso por mim, vou fazer pelo meu bebê.

Ouço a campainha tocar e vou atendê-la.

Maycon estava parado na minha frente segurando uma pequena caixinha.

— O que você está fazendo aqui? — pergunto.

— Vim falar com você. — diz calmamente. — a gente precisa conversar sobre tudo que a gente passou.

Suspiro desviando meu olhar dele e dou passagem pra ele entrar.

— Eu trouxe pra você. — diz ele estendendo a caixinha na minha direção.

Pego a mesma e andamos até o sofá onde nos sentamos, me sento um pouco afastado do mesmo e abro a pequena caixinha branca.

Sorriu vendo que era um macaquinho de bebê branco, ele era tão pequenininho.

— Eu comprei branco por que não sei se é menino ou menina. — diz ele meio envergonhado.

— Eu ainda não sei também. — falo. — Irei descobrir em três dias.

— Sério? — pergunta.

— Sim. — sorriu. — estou tão empolgada.

— Eu...posso tocar? — pergunta olhando pra minha barriga.

Assinto e ele se aproxima um pouco antes de levar sua mão calmamente e deixá-la sobre minha barriga, ele acaricia cuidadosamente subindo e descendo por todo o local.

— É dura. — diz ele me fazendo rir.

— Lyan disse a mesma coisa. — falo rindo mas paro quando ele retira a mão da minha barriga e me encara.

Olho pra ele mas não falo nada, logo em seguida um enjoou forte vem e sigo o mais rápido para o quarto.

Ouvi os passos de Maycon atrás de mim e sua voz chamando meu nome, me ajoelho em frente ao vaso e começo a vomitar.

— Maya! — diz ele se abaixando ao meu lado e segurando meu cabelo.

— Eu... — não consigo falar porquê acabo vomitando. — eu estou bem.

Abaixo a tampa do vaso e dou descarga.

— Você estava vomitando Maya, como você está bem. — diz ele parecendo preocupado.

— Eu estou grávida Maycon, é normal. — falo me levantando e andando até a pia onde começo a escovar os dentes.

— Eu não entendo muito disso... — diz ele parando ao meu lado.

— Lyan também ficava bem assustado no começo, depois foi acostumando. — falo sorrindo ao lembrar do Lyan todo preocupado.

— Você ama ele. — diz Maycon me olhando enquanto cruza os braços.

— Por que diz isso? — pergunto.

— Desde o momento em que entre nessa casa que você fala dele... seus olhos brilham e você sorri mesmo que sem perceber. — diz.

— Lyan sempre esteve aqui, esse tempo todo ele me amava. — falo mas quando vou continuar sou cortada por ele.

— Eu sei, a gente precisa conversar sobre isso. — diz. — vou te esperar na sala enquanto você termina de escovar os dentes.

Eu concordo e ele logo saí.

Após escovar os dentes eu jogo uma água no rosto e desço.

Vejo Maycon sentado no sofá segurando o pequeno macaquinho branco, Maycon era um homem grande então a roupinha ficava pequena nas suas mãos, tenho certeza que nas de Lyan ficaria ainda mais pequena.

E lá estava eu pensando no Lyan novamente.

Me sento ao lado dele e o encaro.

— Por que fez tudo aquilo? Você realmente gostava de mim ou só se aproximou de mim por que sabia que Lyan gostava de mim? — pergunto, tenho tantas dúvidas.

— Lyan sempre teve tudo, na época da escola quando tínhamos dezesseis anos, ele tinha tudo que todos queriam mais poucos tinham, Lyan tinha popularidade, era capitão do time de futebol e tinha as mulheres que ele quisesse na sua cama. Menos uma.

— Eu. — falo e ele confirma.

— Eu tinha inveja daquilo, eu queria aquilo, eu tentei ser amigo dele para tentar de alguma forma ter vantagem da sua popularidade, mas ele nem sequer me deu atenção.

— Lyan me disse que vocês não eram amigos mais andavam juntos porquê você era amigo dos caras que ele andava. — falo.

— Exatamente, quando eu soube que ele gostava de você, pela primeira vez na vida eu poderia ter algo que ele queria mais não conseguia. — diz ele desviando o olhar de mim e encarando a mesa de centro onde tinha um porta retrato com uma foto minha e de Lyan abraçados. — Eu comecei a me aproximar de você, no começo foi por total interesse, egoísmo e até inveja, eu admito, mas com o tempo passei a gostar realmente de você. Mas não era amor.

Fecho meus olhos e respiro fundo

— Eu sabia que tinha te conquistado... então eu continuei com aquilo, talvez em algum momento aquilo virasse amor. — diz. — Eu errei muito com você, principalmente no nosso casamento.

— Você sempre me traiu? — pergunto. — desde o começo?

— No nosso namoro não, desculpa Maya, eu fui um filha da puta com você. — diz. — eu roubei a sua chance de realmente ficar com alguém que te amava por tremendo egoísmo meu.

Quando ele termina de falar a campainha toca, me levanto para abrir a porta e dou de cara com Lyan.

Ele sorri, mas ao olhar pra dentro do meu apartamento e ver Maycon seu sorriso some.

— Você! — diz ele entrando bravo e encarando Maycon que também se levanta e encara Lyan.

— Olá Lyan. — diz ele.

No minuto seguinte só vejo Maycon cair por cima do sofá com a mão sobre o rosto, Lyan havia lhe dado um soco.

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