Último dia da semana, uma plena sexta-feira, acordo cedo para terminar de arrumar minhas coisas para viagem e basicamente toda minha casa já toda pronta para mudar, eu vejo que não posso mais fazer nada, começo a encaixotar minhas roupas, tênis, fotos, tiro a decoração do meu quarto, meus banners do One Direction e deixo tudo pronto, assim que terminei meu pai me chama na sala:
- Filha, vem aqui
- Já vou
Eu desço e vou até lá
- Oi pai
- Queria te propor de sair para a gente passear onde você quiser
Estranhando a proposta dele eu resolvo aceitar
- Tá bom pai
Eu pego meu skate e saio com ele, a gente vai conversando sobre as coisas no caminho
- Então filha, te chamei para sair porque vi que você não está bem e não quero ver você mal
- É, eu não esperava essa mudança agora pai, é só isso, e eu tenho uma história aqui
- Eu sei filha, mas lá você também vai ter amigos, e vai conquistar suas coisas, se você quiser vai conseguir até trabalho mais rápido, já que aqui tá sendo difícil de achar, dá uma chance para lá, você vai acabar gostando
Não era normal meu pai conversar assim comigo a muito tempo, tudo que aconteceu mudou o rumo e esse momento foi como se tudo estivesse tomando um caminho melhor, abri um pouco a mente para essa mudança como uma possibilidade de fazer uma nova vida pra mim, mas não totalmente.
- Tá bom pai, vou tentar
Eu levo meu pai para o meu lugar preferido, o lago que fica no centro da cidade, a gente se senta em um banco e fica olhando os animais que habitam o lago, até que ele decide me envolver em um abraço acolhedor.
- Eu te amo filha
Também respondo:
- Eu tbm te amo pai
Eu fico com os olhos cheios de lágrimas e tento mudar de assunto:
- Então... O senhor sabe andar de skate?
- Não filha
- Quer aprender?
- Sim
- Vamos
Eu sabia que essa proposta seria muito desafiadora, uma filha ensinar o pai andar de skate era algo novo pra mim.
Eu fico mostrando umas manobras para ele e ensinando algumas, ele vai andando no skate, eu fico olhando ele, a gente fica se divertindo juntos um dia só de pai e filha, e tenho que assumir esse foi o melhor dia que eu já passei com meu pai, sem brigas, sem estresse, sem problema algum, ele me dá o skate para eu andar, eu faço umas manobras e tomo uma queda feia, ele fica preocupado
- Filhaa
- Oi pai
Ele me ajuda a levantar do chão com meu cotovelo sangrando e meus joelhos
- Tá tudo bem pai, é normal cair andando de skate
- Eu sei filha, mas... Tá doendo? Tá sangrando muito, vamos para casa cuidar disso.
Ele vai me carregando nos braços até em casa, me coloca no sofá delicadamente
- Pronto filha, vou pegar o kit de primeiros socorros
Eu começo a rir dele
- Pai kkkkkkk, calma pra que esse desespero todo?? Eu não vou morrer não, tá tudo bem é sério
Ele começa a passar remédio na minha ferida e faz curativo, eu fico rindo
- Kkkkkkkkkkkk
- Para de rir, Julia
- Aiai pai
Minha mãe chega e fica vendo a cena
- Que isso aí Júlia e Rodrigo?
- Julia tomou uma queda de skate Giselle
- Mãe, eu tô bem mãe, é só um ralado, ele que está exagerando aqui
Depois das loucuras de meu pai eu subo para o meu quarto e bate uma tristeza ver ele todo desfeito, sem minhas coisas, eu tiro um tempinho para dormir um pouco e começo a sonhar com meu irmão, a cena dele morrendo
{- Mana?
- Oi irmão
- Eu... Eu....
- Eu o que? Fala erick por favor
Os aparelhos dele começam apitar, eu começo a gritar ajudar
- ME AJUDAA por favor, ele tá morrendo, ajuda ele
As enfermeiras me tiram da sala, e tentam reanimar ele, só que depois de alguns minutos chega a notícia que ele faleceu, eu acordo assustada e chamando ele.}
- ERICK
Olho ao redor e estou no meu quarto, meus pais sobem correndo
- Que grito foi esse filha?
- Sonhei com o Erick
Eles me olham com uma cara triste
- Oh minha filha, se acalme, ele está em um lugar melhor nesse momento.
- Eu sei, mas vocês nunca me contaram o que realmente ele tinha e porque ele morreu
Eles sentam e começam a me contar com uma expressão de tristeza.
- Filha, seu irmão tinha câncer que tava sendo tratado já, tava fazendo quimioterapia, ele estava melhorando teve melhora e tudo só que teve uma noite que ele começou a passar mal e teve que ir às pressas para o hospital e naquela hora que você foi o visitar, ele teve uma parada cardíaca, infelizmente é essa a verdade.
Minha mãe abraça meu pai e começa a chorar, ele consola ela e eu fico parada meio abalada também, eles tentam me abraçar mais nego.
Toda essa notícia era chocante para mim, a muito tempo fiquei tentando entender o que tinha acontecido com meu irmão, comecei a ficar muito revoltada e discutir com meus pais:
- Vocês nunca me falaram que ele estava doente , nunca me contaram nada
- Calma filha, você era criança
- Criança não, pré adolescente, ele descobriu isso com quantos anos?
- 16 anos
- Eu tinha 12 anos, eu já entendia as coisas, vocês não tinham o direito de me esconder isso
Sem ter o que responder, eles apenas pediram desculpas.
- Desculpa filha, foi erro nosso, sentimos muito.
Mal com tudo isso eu só me levanto e saio de casa novamente, mas pego um caminho diferente, ao invés de ir para rua do lago eu viro a rua que dá no cemitério onde meu irmão foi enterrado, chegando lá me aproximo do túmulo dele, me sento e começo a conversar com ele.
- Oh irmão, tô sentindo muito sua falta aqui comigo, tá muito difícil, papai e mamãe querem ir embora daqui, mas eu não quero te deixar, não sei o que fazer.
Eu fico chorando em cima das pedras manchadas de musgos e chuva que cobrem o seu túmulo, conversava com ele, porém sabia que ele não poderia mais me responder.
- Eu não sabia que você estava doente, eles não me contaram e agora tô me sentindo mal, queria estar no seu lugar agora e que você estivesse vivo, você era uma pessoa tão boa que gostava de viver, me ensinou a andar de skate, e a fazer outras coisas também, me desculpa, eu te amo maninho
Passo um tempo deixando as lágrimas e todas lindas palavras que tinha para dizer sobre o local que vi meu irmão pela última vez.
O tempo se passa e eu descido ir embora para casa, sobre meu skate e desfilando com um equilíbrio incrível a cada metro de asfalto, chegando a minha casa, vejo que minha mãe está fazendo o almoço, sorrateiramente vou direto para cozinha, quando ela sai, pego uma maçã para comer e um pouco mais de comida para o Bob, subo para meu quarto e após alguns minutos, minha mãe me chama para o almoço.
Quando me eu iria sair para dar a comida do Bob a campainha toca
"Din Don"
- Ahh não, visita.
Eu atendo a porta, são minhas amigas todas ali para se despedirem de mim antes da mudança para São Paulo, que será amanhã.
- Oi meninas, entrem
- Oi Júlia
Elas me abraçam e entram, a gente fica na sala conversando sobre o colégio e minhas expectativas para a mudança
- Suas notas foram boas?
- Não muito, nem tô com cabeça para estudar essas coisas diante todas as mudanças.
Uma coisa que não contei é que Sthefany é uma garota muito metida, ela gosta de se mostrar, todas as conquistas dela estão nas redes sociais.
- Ah... Tô namorando um menino de lá do colégio, o nome dele é Tom
- Que bom Sthefany, felicidades para vocês
- Obrigada Julia, mas e você?
Outra coisa ela ama fazer essas perguntas de namoradinhos para mim, eu muitas vezes já deixei claro para ela que sou uma garota que gosta de cuidar de mim mesma.
- E eu o que?
- Tá gostando de alguém?
-Nao né Sthefany, até parece que não me conhece.
- Tá nervosinha porque Julia?
- Nada...
- Se tá gostando não tá?
Vendo como eu estava ficando meio tensa ela começa a me fazer cócegas.
- Não tô Sthefany ( Começo a rir junto a ela)
Passamos uma parte da tarde ali assistindo Jurasic Park e comendo pipoca, no final da tarde minhas amigas vão embora junto com a mãe de Sthefany no carro e se despedem de mim
-Tchau amigas, boa sorte pra vocês, eu vou vir aqui pra visita-las, assim que puder
- Tchau Julia, aproveite tudo ao máximo
Elas acenam para mim e mandam beijos, eu fecho a porta e logo me lembro de Bob:
- MERDA, esqueci de Bob
Eu pego a comida dele e vou ao seu encontro, chegando lá o procuro, não foi muito difícil de encontrá-lo:
- Bob?
- Bob?
- Au au au
- Oi Bob, desculpa esqueci de você
- Au au au
Eu dou a comida dele e fico fazendo carinho a ele.
- Amanhã eu vou embora Bob
Eu abraço ele
- Não posso te levar, porque meus pais vão brigar comigo e não vai ter espaço no carro
Ele me olha com uma expressão de tristeza, como se tivesse entendido.
- Mas eu posso mandar uma amiga minha vim cuidar de você, espera
Eu ligo para uma amiga minha
- Pâmela?
- Oi Júlia
- Se pode vim aqui na rua do papagaio?
Nós ficamos conversando e ela aceita me ajudar .
-Ela tá vindo Bob, você vai ser bem tratado, alguns minutos depois minha amiga chega:
- Oi Pâmela
- Oi
Ela me abraça
- Iai, é seu cachorro?
- Sim, estou cuidando dele, mas meus pais não sabem e eu não posso levá-lo, infelizmente, queria saber se você pode ficar com ele ou pelo menos vir aqui da comida a ele todo dia.
Não esperando é bem emelhor por ter uma amiga que vai cuidar dele super bem, eu faço um café para tomar antes de ir dormir já que vou viajar amanhã cedo para São Paulo, todas as camas estão no carro de mudança, por isso meus pais improvisam umas camas no chão, eu me deito e assim pego no sono.
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Atualizado até capítulo 57
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