Capítulo 15

“Alexia Monteiro”

Edgar me encarou por alguns segundos, parecendo pensar em suas palavras e eu já comecei a ficar aflita! No que ele poderia estar pensando? Será que ele vai me mandar para algum lugar? Já que a minha mãe disse que não queria me ver envolvida neste meio! Mas eu acho que já estou enfiada até o pescoço...

— Bom eu não sei qual vai ser a sua reação, mas eu tomei a decisão a algum tempo em trazer a sua mãe, para enterrá-la no cemitério aqui próximo do alemão...

— Como? — Voltei a minha atenção a ele na hora! Surpresa com as suas palavras...

— Eu não te falei antes, porque talvez você ficaria muito ansiosa, então algum tempo decidi por mim próprio — Disse o mesmo me analisando — Então eu resolvi e trouxe a o caixão da Briana para o Rio!

— Espera, você fez o que? — O interroguei mais uma vês, ainda incrédula com o que estou ouvindo...

O mesmo me encarou e eu não sabia que emoção tomava conta de mim, se alegria ou raiva dele não ter me falado antes, apenas senti mais lagrimas se formando nos meus olhos...

— É isso filha! Eu sabia que você não ia poder ficar indo para São Paulo toda vêz que quisesse... Então eu a trouxe para cá...

— Mas como? Você pode fazer isso! — Perguntei em lágrimas...

— Não! Mas eu paguei muita gente para isso acontecer... — Disse o mesmo me olhando.

— O caixão da minha mãe esta aqui! — Chorei de emoção ao abraçá-lo pela primeira vês — Eu vou poder ver?

— Claro filha! — O mesmo me abraçou meio que sem jeito— Se arruma que vamos fazer um novo enterro a ela!!

— Você vai sair do complexo? — Soltei ele ao encará-lo, limpando minhas lágrimas...

— Sim, saio em ocasiões especiais e que realmente necessitam da minha presença... — O mesmo acariciou a minha cabeça — Não se preocupe vai ficar tudo bem, já sai outras veses! Então tudo bem para você, eu ter trazido ela para cá?

— Sim, obrigada! Eu queria muito mesmo visitá-la no túmulo, só não sabia como te pedir — Falei o olhando, enquanto limpo minhas lágrimas — Obrigada!

— Tudo bem! — O mesmo sorriu ao se levantar — Então se arruma que daqui a pouco saímos... — Agora sério ele se retirou do meu quarto...

Me deixando com um misto de emoções, vou sair do morro! Ele também e o melhor, para ver não a minha mãe, mas o caixão que eu havia visto apenas uma vês, antes de vir pra cá... Sorrindo peguei o colar que o Cristian me deu, mesmo que a pedra seja valiosa eu a pendurei no meu pescoço e corri fazer a minha higiene...

Meus olhos estavam vermelhos e levemente inchados, caramba chorei de mais, lavei meu rosto, penteie o meu cabelo num rabø de cavalo, coloquei um óculos escuro, para que ninguém veja que eu passei a noite em claro, vesti uma legging com uma segunda pele preta e um tênis, estou pronta... Corri para fora do meu quarto e vi a Karla que me desejou boa sorte! A mesma não vai, porque mørre de medo quando o Edgar sai do alemão... Mas nos desejou boa sorte!... Sai para fora e me assustei com a frota de carros pretos parados tomando quase todo o quarteirão.

— Alexia vai no carro com o Cristian! — Disse Edgar após abaixar o vidro do que estava em frente ao portão!

Edgar apontou para o carro atrás... Notei que a porta do passageiro ao lado do motorista se abriu e a janela do motorista se abaixou

— Entra aí! — Proferiu Cristian sorrindo ao me ver se aproximar...

— Porque tudo isso? — Indaguei ao me sentar, fechando a porta o olhando...

— Precaução! Leon vai sair do complexo durante o dia... Mais fácil de ser flagrado... Você tá comigo — O mesmo me olhou — Caso necessitamos de fugir, Edgar não quer que você fique perto dele, para que não corra perigo! Já que ele sempre será o alvo...— O mesmo me encarou — Você está bem?

Sua mão veio até o meu pescoço e ele observou o colar ao sorrir, retribui, mesmo que eu esteja morrendo de medo do que vai acontecer depois que sairmos do complexo...

— Eu acho que estou sim, não sei! Se acontecer alguma coisa... — Meu corpo se arrepiou neste momento, então respirei fundo! Olhando para frente...

— Não se preocupa você tá comigo! Não vou deixar te acontecer nada, depois te acompanho para tomar café da manhã — O barulho do carro ligando me assustou um pouco, não vou negar que estou ansiosa — Vamos para o cemitério perto do complexo, então estamos tranquilos, tudo bem?

Apenas assenti! Uma mistura nada boa tomou conta do meu corpo, quando o carro começou a se movimentar, tristeza com medo, ansiedade... Não demorou muito saímos do complexo e os carros seguiram caminhos diferentes.

Não vi mais o carro na qual o Edgar estava, todos os carros parecem iguais e da mesma cor, difícil diferenciar qual é qual... Cristian parecia tranquilo dirigindo, mas eu percebi que ele olhava para o retrovisor várias veses, tanto os da lateral do carro, quanto o de dentro...

Não demorou muito estávamos parando em frente ao cemitério o mesmo estava vazio, alguns dos carros pretos já estavam aqui... Nos retiramos então comecei a seguir o Cristian, senti um alívio ao ver meu pa... Edgar nos esperando lá dentro!

— Veio tranquilo? — Edgar olhou para o Cristian que apenas assentiu...

Nos dois seguimos o meu pai até a capela! E lá eu vi o caixão, o mesmo caixão lacrado, Fomos nos aproximando enquanto as lágrimas molham o meu rosto, neste momento senti a mão do Cristian segurando a minha, então o olhei ao sorrir de leve...

Eu nunca vou consigo me despedir dela, Edgar estava parado próximo a mim, com uma mão sobre o meu ombro, como eu queria abrir este caixão e olhá-la mais uma vês, mas eu sei que ela não esta mais como antes.. Vinte minutos depois que chegamos, observei uma movimentação estranha, Cristian que havia se retirado, adentrou no local ao dizer algo próximo do ouvido do Edgar...

— Filha temos que enterrar a sua mãe agora... — Referiu Edgar me puxando ao me colocar ao lado do Cristian.

Edgar junto de dois homens, mais o Cristian pegaram o caixão e levaram para o túmulo de pressa, eu fui atrás sem entender nada, apenas dando passos rápidos assim como eles.. Ninguém me fala o que está acontecendo... Ambos colocaram o caixão da minha mãe dentro do túmulo e o coveiro ficou para fechar...

— O que esta acontecendo? — Interroguei quando Edgar pegou no meu braço e saiu me puxando em direção a saída...

Cristian vinha atrás e nenhum deles me disse nada ainda! Apenas andavam de pressa... Me soltei do Edgar e ele parou ao me olhar...

— O que aconteceu?... — Proferi ao encarar o Edgar, o mesmo respirou fundo ao dizer.

— Temos que sair daqui, em dez minutos a policia tá colando Alexia!....

Edgar estava de costas para a saída, quando ele terminou a sua frase, não tive tempo de dizer nada... Varias viaturas pararam na entrada do cemitério, só vi os policiais saindo do carro ao nos apontar armäs gritando

— Parados!!!

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