Capítulo 14

"Alexia Monteiro"

Cristian me encarou ainda expressando estar confuso... E eu rapidamente me levantei ao me sentar no canto do sofá longe dele, coloquei minhas mãos entre meus joelhos e por Deus! Eu não queria lembrar daquela situação, mas é inevitável...

Fechei meus olhos e fiquei tentando pensar em outra coisa, mas aquela maldita noite, não sai da minha cabeça, só em saber que aquele desgracadø ainda está livre, me dá nojo! Anciã de vômito! O pior é saber que a minha mãe confiou nele...

Desgraçadø imundo, acabou com a minha infância e talvez por aquilo, eu seja suja e todos os homens me veem assim, se achando no direito de fazer o que quiser comigo, como naquela maldita noite que cheguei aqui e hoje quando aquele homem me agarrou, talvez por isso eu trave na hora e não consiga me defender...

Eu tento me sentir normal, tento levar uma vida normal, mas chega estes momentos eu não consigo! Eu travo! Todo o meu eu some e só me sobra o resto que aquele desgracadø manchou, eu era apenas uma criança...

— Alexia! — Ouvi a voz do Cristian me chamando...

Então quando voltei em mim, meu rosto estava molhado por minhas lágrimas e as minhas mãos e pernas se movendo levemente...

— Ei o que foi? — O mesmo se sentou próximo a mim e eu só tive vontade de ir embora neste momento — Porque motivo você ficou assim? — O mesmo limpou minhas lágrimas e eu fechei meus olhos, sem saber o que estou sentindo agora...

— Nada! Desculpa... — Abaixei meu rosto ao olhar para os meus pés...

Eu não posso contar a ele o que ouve! Ele pode sentir algo por mim, mas quando descobrir, pode também sentir repulsa da minha pessoa, como eu mesma me sinto um lixo todos os dias, mesmo que eu não demostre...

— Amor confia em mim, o que ouve? — Cristian levou sua mão sobre a minha perna...

Mesmo que eu tenha o olhado ao me afastar o encarei pelo “amor” no início da sua frase, sorri em lágrimas e o mesmo me abraçou forte...

— Calma, vai ficar tudo bem! Eu tô aqui— Fechei meus olhos ao sentir sua mão acariciar o meu rosto — Calma, vai ficar tudo bem... Eu tô aqui com você e não vou deixar que nada te aconteça.

Afundei minha cabeça em seu peito e toda a dor que senti naquele momento e que vem me machucando a cada dia, começou a se transformar em lágrimas que molharam o seu ombro...

— Não precisa me contar agora! Quando você se sentir preparada, eu vou estar aqui! Tudo bem? — O mesmo acariciou meus cabelos e eu apenas concordei sem dizer uma palavras...

Ficamos abraçados por algum tempo, mesmo que eu desejasse ir embora, me senti segura em seus braços, como se ele fosse me proteger de tudo o que há de ruim... Fechei meus olhos ao apenas senti ele comigo...

— Cristian!

— Oi! — O mesmo me respondeu ainda acariciando meus cabelos...

— Me leva pra casa! Por favor... — Falei ainda me sentindo mal.

Mal pelo meu sentimento sujo e pela situação que me constrangeu, eu não quero que ele saiba, não quero que ninguém saiba! Nunca... Eu quero mørrer manchada sozinha!

Ele apenas concordou ao segurar na minha mão, sorrindo de leve ele me olhou e eu não consegui encará-lo, então olhando para o chão, saímos da sua casa ao entrar no carro... Ele deixou tudo em sua casa trancado e eu fui abraçada com o seu presente em silêncio, olhando para o chão do automóvel.

Quando o mesmo parou na garagem da casa do Edgar, eu não consegui falar com ele, apenas lhe disse obrigado novamente, ao me retirar do carro seguindo para dentro! Acho que está bem de madrugada, o silêncio aqui toma conta... Caminhei e fui direto para o meu quarto! Entrei ao fechar a porta, me deitando na cama ao chorar me sentindo péssima...

Amanheci chorando... Ele é todo fofo comigo, mesmo sendo um guarda-costa do crimë e eu toda suja para ele, o que eu poderia lhe oferecer? O mesmo se declarou para mim e o que eu fiz? Nada! Nem pareço a menina com garra que o Edgar esta ensinando, mas todos tem uma fraqueza, um passado obscuro e o meu é este, me trava por inteira, eu nunca vou me curar, nunca vou ser a mulher que o Edgar pensa que a filha dele será!

— Alexia! — Falando no diabø, olha o Edgar batendo na porta!

Fiquei em silencio ao limpar as minhas lágrimas, eu sei que ele é meu pai e está tentando fazer o possível, já me chama até de filha em certos momentos, mas eu ainda não consigo chamá-lo de pai... Não sei, por vergonha talvez...

— Filha abre a porta! Eu sei que você esta acordada!! — O mesmo me chamou novamente...

Então me levantei ao abri-la, só estava ele diante dela, ao me olhar com uma sobrancelha arqueada! Dei passagem e o mesmo grande feito um urso adentrou, olhando em volta, enquanto fechei a porta ao retornar a me sentar sobre a cama...

— Tudo bem? — Ele interrogou-me, me analisando e eu apenas concordei ao ver um papel em sua mão — É a carta da sua mãe! Eu queria que você lê-se...

— A que ela escreveu para você? — Perguntei o olhando...

— Sim... Eu tomei uma decisão a algum tempo, não queria te falar antes! Porque eu não sabia se ia dar certo! Mas deu— O mesmo me estendeu a carta ainda fechada— Queria que você lê-se para que eu lhe conte o que eu fiz! —Disse o mesmo se sentando ao meu lado...

Coloquei o presente do Cristian ao lado, que se refere a minha mãe também, ao pegar a carta em minhas mãos, ao abri-la, já senti minhas lágrimas se formando no meu rosto em apenas ver a sua caligrafia... Ao começar a ler!

“Primeiramente Edgar eu quero dizer que eu nunca te esqueci, sempre te amei e sempre vou te amar... Escrevi essa carta para você quando descobri sobre o meu câncer avançado, não temos muitas condições de pagar um tratamento adequado, mas a nossa filha está se esforçando... Isso mesmo você tem que ver como ela é, “Alexia” tem o seu gênio forte amor! Mas é um doce de menina, amor todas as veses que olho para ela lembro da gente, da nossa adolescência juntos, na nossa paixão na qual me presenteou com essa linda menina, me perdoa Edgar por ter fugido de você, mas quando descobri a minha gravidez não queria nossa filha envolvida neste mundo... Me perdoa amor por ter me escondido de você e não ter te procurado! Eu queria que permanecesse assim, que você não tivesse preocupações além do alemão, eu não queria que a nossa menina ficasse em perigo... Por isso peço perdão! Se você está lendo isso hoje é porque o câncer me venceu e eu tive que pedir que ela encontre por você, não posso deixar ela sofrer pela minha perda sozinha, não posso mørrer deixando nossa filha sem rumo, sabendo que tem você o pai para apoiá-la... Edgar meu amor só peço perdão por ter ido embora e imploro que você cuide da nossa menina! Proteja ela deste mundo que eu, assim como você sabemos que não é nada fácil.

Para todo o sempre sua Bri... Desejo que vocês se entendam e sejam felizes”

Minhas lágrimas molham o papel ao terminar de ler, meus olhos já estavam ardendo de tanto chorar a noite, eu imaginei que não teria mais lágrimas, mas as palavras da minha mãe me doem, por sentir saudades, levei está carta sobre o meu peito e a abracei forte, ao olhar para o Edgar

— O que você decidiu?...

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