Capítulo 4

“Alexia Monteiro”

Senti uma claridade batendo no meu rosto e sumindo ao mesmo tempo, a princípio pensei que eu havia sido mørta naquele beco, porém quando abri meus olhos, tive a visão de um quarto! Um local bem arrumado, nos tons escuros de um marrom e uma cortina que se movimenta com o vento que percorre por ela ao entrar dentro do quarto, pela janela aberta!

Observei que estou deitada e enrolada em um edredom branco, me sentei na cama ao perceber que estou usando uma camiseta masculina por cima da minha segunda pele ainda rasgada... Não lembro muito bem o que aconteceu! Na verdade não lembro de quase nada depois que aquele rapaz chegou e tirou aquele ogro de cima de mim...

Me levantei ao perceber que está um silêncio, eu realmente não sei como eu cheguei aqui, mas tenho que saber onde estou... Caminhei ao abrir a porta do quarto, na qual me deu a visão de um corredor e várias portas e uma escada no fim dela, uma casa de dois andares? Eu realmente desejo saber onde estou...

Respirei fundo ao levar a minha mão sobre o corrimão, comecei a descer, ouvi algumas vozes, porém não identifiquei de quem seja, apenas percebi que são masculinas! Tô com medo? Muito, porém avistei a sala e não tinha ninguém, caminhei ao ver uma outra entrada, ao entrar dei de frente com a cozinha e dois homens dentro dela.

Um encostado na pia virado de frente para a entrada do local e o outro de costas se servindo de alguma bebida...

— Leon! — O mesmo chamou o outro e quando o tal Leon o olhou, ele apenas fez um sinal na minha direção...

— Meu Deus! — Levei a minhas duas mãos sobre a minha boca, quando o mesmo se voltou a me olhar...

“Leon” eu já ouvi esse nome em algum lugar, senti o meu coração palpitar quando vi a mesma figura que já vi em várias manchetes policiais... O mesmo estava de costas por isso não o reconheci de imediato, mas quando ele se voltou a mim, eu pude ter a certeza de quem ele é.

Corpo inteiro tatuado, mesmo estando com uma camiseta branca, da para perceber! Aparentando ter mais de trinta anos... Cabelos grandes até pouco a baixo dos ombros, loiro de olhos claros! Ele é o traficantes mais procurado de toda a região, como eu vim parar aqui? Fui dando alguns passos para trás.

— Para! — O mesmo me apontou o dedo ainda segurando o copo, então eu apenas parei no lugar — Que história é esta de você está procurando o seu pai aqui no alemão, quem te mandou?— Ele parecia me analisar apenas com o seu olhar, e eu tive a certeza que ainda estou no complexo do alemão

Fiquei em silencio, realmente este homem é mais intimidador pessoalmente do que nas fotos, e estar cara a cara com ele o mesmo parece um urso de tão grande! Voltei a minha atenção ao rapaz ao seu lado só então consegui identificar ele...

Ele é moreno dos olhos claros, com uma tatuagem no rosto do lado direito acima da sua barba, seus ombros são largos, estando nítido que ele faz algum tipo de academia... Também é alto... Seu físico me parece o mesmo que me ajudou, mas eu não tenho certeza, estava escuro...

— Eu te fiz uma pergunta? — Disse o traficante sério, ao beber do liquido, o rapaz ao seu lado apenas cruzou os seus braços, enquanto me olhava...

— Minha... Minha mãe!

— O que mais, fale! Porque procura o tal do seu pai? — O mesmo levou o copo sobre a pia e começou a caminhar na minha direção, consegui ver com o movimento do seu corpo uma armä na sua cintura!

Com o medo que senti! Levei a minha mão no meu bolso de trás, rezando para que a corrente esteja comigo, pois aquele colar eu havia colocado dentro do bolso do meu shorts, ainda dentro do ônibus... Quando ele se aproximou, senti a mesma é a puxei estendendo na sua frente.

— Que pørra é essa? — Ele parou ao fixar os seus olhos nela...

Em seguida ele a retirou da minha mão e ficou por alguns instantes observando cada detalhe dela! Pronto vou perder a corrente da minha mãe para um traficante, não sei porque fiz isso!

— Onde você conseguiu isso garota? — Indagou ele apontando para mim, com a mesma... Não entendi a sua reação, ele me parece perturbado!

— Minha mãe! Isso era dela... — Proferi ao sentir minhas lágrimas se formando, enquanto o mesmo me olha nos olhos, já que ele comanda o morro quem sabe, ele conhece o meu pai — Minha mãe mørreu! E junto dos seus pertences eu encontrei esse colar, uma carta pra mim e outra para o meu pai, “Edgar Nascimento”... — As lágrimas caem dos meus olhos.

— Briana está mørta? — Indagou ele parecendo atordoado, ao andar de um lado para o outro...

— Você conhece a minha mãe? — Limpei minhas lágrimas e o olhei

— Quem matøu ela? — Ele segurou no meu braço pouco forte, ao gritar— Quem matøu ela?!!

— Leon! Leon! — O mesmo que estava presente o afastou de mim, segurando o traficante pelo braço...

— Ela tava doente moço! — Chorei em desespero ao lembrar de tudo o que aconteceu e com medo deste homem...

— Merdä!!! Merdä!!! — Gritou o traficante transtornado, andando de um lado ao outro — Desgraçä!!!!

Vi ele jogar o colar da minha mãe contra a parede e a pedra se quebrar em pedaços... Arregalei meus olhos e levei minhas duas mãos sobre a minha boca, o mesmo parecia transtornado, andava de um lado para o outro, suas mãos deslizaram sobre seus cabelos... Eu não tô entendendo nada! Corri até o colar e o juntei em minhas mãos chorando, o colar estava intacto, já as pedras estavam quebradas...

— Deixa essa pørra ai!!! — O traficante gritou, o que me paralisou...

— Vem deixa ele se acalmar! — O Rapaz se aproximou...

Voltei a minha atenção a ele e o mesmo me deu um leve sorriso, segurou no meu braço ao me ajudar a me levantar, me tirando do local... Passamos pela sala e o mesmo subiu ainda segurando no meu braço de leve, na porta do mesmo quarto que eu estava ele abriu, então uma sequência de barulhos estrondante foram ouvidos...

No susto me encostei nele, tapando os meus ouvidos, ao afundar minha cabeça no seu peito, o desespero no meu corpo aumentou quando comecei a associar estes barulhos com tirøs...

— Para por favor! Para! — Com meus ouvidos tapados eu falei, com meus olhos fechados, apenas senti o seu perfume e as suas mãos segurando nos meus braços...

— Peraí vai ficar tudo bem!. — O mesmo me olhou e eu apenas abri meus olhos para olhá-lo...

— Eu quero ir embora! Só quero encontrar o meu pai, só isso! — Proferi ao olhá-lo, sentindo minhas lágrimas escorrendo, enquanto o barulho não para!

— Você já o encontrou... Leon é o Edgar Nascimento! Espera que eu já volto...

Vi ele sair... Porém não ouvi mais nada! Os barulhos pelo menos para mim cessaram, um zumbido enorme se fez, eu não acredito que o meu pai é um traficante, louco... Dei alguns passos para trás, olhando para o vago! Tropecei em algo e cai sentada, próxima da cama... Abracei meus joelhos em choque e agora o que será de mim? Ele vai me matär! Sua reação não foi a melhor, nem digna de um pai!...

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