Cheguei 8 minutos adiantados, agora são 6:52 da manhã.
O sol ainda estava tímido. Sentei-me na mureta que circunda o jardim da empresa. Olhei para o prédio imponente à minha frente, imponente. São vinte andares. Quanto mais alto o andar, maior a importância do seu trabalho nesse lugar. Como uma escada corporativa, cada degrau te leva mais perto do topo. Estou no primeiro degrau, e será difícil deixar o local. O porteiro abrirá e abrirá para uma multidão que parece preguiçosa e que desejam que as segundas-feiras nunca cheguem. A maioria das pessoas não aprecia.
“O MEU Moreno” é assim que vou chamá-lo, o resto tudo é igual.
Entro na recepção e vou direto para a grande bancada que nos separa do resto das pessoas. Que circulam por aqui, uma grande parede de espelho faz o ambiente parecer ainda maior do que já é. Poltronas de cor preta simples, mas confortáveis, rapidamente vão sendo ocupadas. Esse prédio abriga (vários) escritórios, um estúdio de produção de fotos e vídeos com a sua equipe de ‘marketing’.
Modelos são constantemente vistos passando por aqui.
Três andares são exclusivamente destinados à produção de joias e enfeites em pérolas, ouro e madrepérola. Tudo aqui é pensado para a elite, pobre não tem vez por aqui.
Muitos fingem ser como eles, para não serem.
Rejeitados por isso, muitos dos funcionários acabaram cheios de dívidas.
Na recepção trabalham cinco moças de vinte a trinta e cinco anos aqui e cada uma por si. Dei sorte de conhecer a Camila, que se tornou a minha companhia, e o Bruno, meu amigo.
Camila tem vinte e seis anos e estudou para ser secretária executiva, tem um bom currículo.
E lá veio do interior assim como eu. Dei uma força para ela, pois ela sofria muito na casa dos seus tios. Camila tem tudo para crescer na empresa, porém aqui tem que subir os degraus. Como disse, só com indicação alguém consegue chegar lá em cima de elevador, o resto tem que subir degrau por degrau, e ainda torcer para ninguém puxar o tapete em baixo do seu pé e você levar um baita tombo.
Gustavo:
A segunda-feira chegou e enfim poderei tirar satisfação com aqueles que, sem a minha permissão, tentaram manipular a minha vida, ao entrar na empresa pela garagem exclusiva para a diretoria.
Entro no elevador.
Apertei o penúltimo andar.
Administrativo, sala de reuniões.
Ao sair do elevador, mal a minha secretária avista-me, já pega a agenda e vem ao meu encontro, mas com um aceno de mão a faço para ir até à secretária do meu tio Theodoro Alexandros, diretor-executivo da empresa, que leva o nosso sobrenome.
Secretária: Bom dia, Sr.
— Bom dia! O meu tio está?
— Está sim!
Ela levantou-se e caminhava na minha frente, batendo na porta, abriu anunciando a minha chegada.
— Senhor Theodoro, o senhor Gustavo.
— Pode deixá-lo entrar —
A secretária segura a porta, eu entro e ela pergunta:
— Deseje um café, senhor? — O meu tio estava sentado na sua cadeira de couro marrom debruçado na sua grande mesa de madeira maciça, tudo naquela sala exalava dinheiro e poder.
— Deseja um café, Guto? —
Nego com um aceno de mão.
— Por favor, peça à senhora Leona para vir aqui.
— Sim, senhor Gustavo.
Saí fechado à porta atrás de si.
— Que bons ventos trazem você aqui, visto que raramente vem esta hora da manhã.
— Estou aqui para entender da onde surgiu a história de que eu pediria a mão de Silvyer em casamento. Nunca expressei tal sentimento, pelo contrário, aquela mulher dá-me calafrios.
— Meu filho muitas vezes precisa fazer sacrifícios pela família, eu também não escolhi com quem eu iria casar, mas vivo um casamento feliz há quase.
Quinhentos anos.
— Não tenho nenhuma pretensão de me casar com alguém que eu não tenha escolhido.
Nesse momento, a sonsa da minha prima entrou na sala se achando a toda poderosa, contudo, comigo ela não se cria.
— Bom dia! Queridos. — Eu nem respondo, vou direto ao ponto.
— Leona, que história foi aquela de que eu iria pedir Silvyer em casamento?
Quem inventou essa merda?
— Calma, Guto, pensei que você tinha entendido a proposta de Nicolau, ele deseja uma aliança conosco e isso se daria através do casamento.
Fala, mexendo nos cabelos, fingindo ver algo que não existia ali.
— Já que na última reunião eu não me fiz entender, vou deixar claro agora que sou contra, fazemos qualquer tipo de aliança com o Nicolau, seja ela profissional ou de casamento, eu não quero saber desta família, se você quiser casar alguém, case seu filho com ela.
Tio Theodoro esconde o rosto nas mãos, visivelmente irritado comigo.
— Filho, eu não te quero obrigar a nada, mas lembre-se que temos muitas vezes que nos sacrificar por um bem maior, Nicolau foi uma pedra no nosso sapato durante anos, agora temos a oportunidade de unirmos forças, Silvyer é uma jovem mulher linda, rica, educada, que seria uma excelente esposa para você
— Nunca escolheria Silvyer,
quando olho para ela, lembro de Vanessa e isso me faz um mal terrível.
Leona quero que fique bem claro que eu nunca dei liberdade para vocês se intrometerem em minha vida.
Nem para entrarem no meu quarto, ao qual eu pagava, eu estou te avisando para nunca mais fazer isso!
— A querido, me desculpe -
Disse com falsidade -
Pelo que aconteceu no passado com você, ficamos preocupados.
— Depois do que me aconteceu, fiquei mais cauteloso, contudo, nunca pedi a sua ajuda nem de ninguém para nada, eu sou bem grandinho para cuidar de mim mesmo. Agora foi baixo demitirem a menina.
— Aquela garota foi quem cometeu um erro quando não observou as regras. Do hotel, são bem claras, funcionários não podem se envolver com.
Ah! Você mesmo disse, “hóspede”.
— Sim, eu era um hóspede no hotel do seu marido, nunca mais ouse abrir a porta do meu quarto, pois vou processar vocês.
Levanto caminhando para a porta, deixando para trás o meu tio e a minha prima, furiosos por não conseguir me manipulem.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Hanna
verdade. ela não tem um filho?
2024-11-19
2
Leidiane Lopes
Espero que VC permaneça com essa atitude Gus
2024-08-09
4
Mary Lima
Nossa amei isso é um homem de vdd
2024-03-01
8