Capítulo 17: A Luta pela Vida dos Gêmeos.

Enquanto eu buscava um novo começo ao lado de Angel, o destino parecia ter outros planos para nós. Embora estivesse saindo da penumbra do luto pela perda de minha esposa, Kayla, a presença de Fedora, minha sogra, continuava a causar preocupação em meu coração.

Um sonho recente com Kayla havia me trazido conforto e esperança, indicando que eu estava no caminho certo. No entanto, suas palavras também carregavam uma advertência sobre um mal iminente que tentaria me destruir. Aquilo mexeu com minha mente e minha determinação, deixando-me inquieto.

Enquanto eu me preparava para uma viagem, a vida de nossos pequenos gêmeos tomou um rumo drástico. Eles ficaram gravemente doentes, exigindo atendimento médico de emergência. Corremos para o hospital, desesperados por respostas e soluções.

O médico nos deu uma notícia avassaladora. Nossos gêmeos precisavam de um transplante de coração com urgência. O chão parecia desaparecer sob meus pés, e uma onda de choque percorreu todo o meu corpo. Eu me segurei forte para não desabar naquele momento de desespero.

Angel, aturdida com a notícia, desmaiou. Eu a segurei a tempo, sentindo sua fragilidade em meus braços. Meu coração estava dilacerado pela dor e pelo medo de perder nossos preciosos filhos. Encarei o vazio, lutando contra as lágrimas que ameaçavam escapar.

Enquanto o tempo parecia parar, uma mistura de pensamentos invadiu minha mente. Lembrei-me das palavras de Kayla em meu sonho, de como ela me encorajou a seguir em frente. Agora, era meu dever proteger e lutar pela vida dos nossos filhos, mesmo que isso significasse enfrentar o mal que nos rondava.

Com determinação renovada, olhei para Angel, ainda desacordada, e segurei sua mão com firmeza.

— Angel, amor, acorde! Nós precisamos ser fortes. Nossos filhos estão lutando por suas vidas, e nós lutaremos por eles. Não importa o que aconteça, estaremos juntos nessa batalha.

— Eu tenho medo, Damien! — Angel chora de um jeito que faz meu coração ficar em pedaços.

Os médicos se aproximaram de nós, oferecendo seu apoio e explicações detalhadas sobre os procedimentos necessários. Eu absorvi cada palavra, buscando encontrar qualquer esperança no meio da escuridão que nos cercava.

Enquanto Angel se recuperava do desmaio, trocamos olhares cheios de amor e determinação.

— Damien, não vamos desistir. Faremos tudo o que for preciso para salvar nossos filhos. Eles são nossa razão de viver, nossa maior prioridade! — ela afirmou, com a voz embargada.

Concordei com um aceno, sentindo uma mistura de tristeza, raiva e coragem pulsarem em meu peito. As vezes me pergunto porque meus filhos nasceram com essa condição em seus pequenos corações, como se não fosse suficiente perder a mãe deles para a morte.

— Nós enfrentaremos qualquer desafio juntos, Angel. Não deixaremos que o mal vença. Vamos proteger nossos filhos e lutar pela vida deles.

Enquanto aguardávamos ansiosamente por um doador de coração compatível, uma chama de esperança se acendeu em meu coração. Embora o caminho à nossa frente parecesse sombrio e incerto, a força do amor que compartilhávamos nos dava a coragem para enfrentar qualquer adversidade.

Nossos olhares se encontraram novamente, e eu soube que juntos poderíamos superar tudo o que viesse pela frente. Unidos em nossa determinação, esperança e amor inabalável, estávamos prontos para enfrentar essa luta pela vida de nossos filhos.

Tive outra conversa com o médico dos gêmeos e ele me disse que estão procurando por todo o país dois corações, porém já seria difícil encontrar um e que talvez tenhamos que escolher um dos dois para receber o coração que for encontrado e que for compatível.

Perdi o ar, tive que ir até o banheiro mais próximo para não chorar na frente da Angel, soquei as paredes tantas vezes que o branco a minha frente se tornou vermelho.

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