O coração batia acelerado dentro do meu peito enquanto eu corria pelos corredores do hospital. Os gêmeos haviam desmaiado subitamente e precisaram ser internados às pressas. O medo de perder meus preciosos filhos me consumia, deixando-me à beira do desespero.
Eu estava tão imerso em minha própria angústia e medo que não percebi como minha ansiedade estava afetando Angel. Ela estava ali, ao meu lado, oferecendo apoio e força, mas eu a tratava com dureza e insensibilidade sem perceber. Minhas palavras ásperas e minha impaciência se voltaram contra ela, e eu a maltratei injustamente.
— Você não está fazendo nada certo, Angel! Por que você não consegue manter as coisas sob controle? Eu confiei em você! — gritei, deixando escapar toda a minha frustração e medo.
Ela recuou, magoada e surpresa com minha reação. Seus olhos encheram-se de lágrimas, mas ela se manteve firme.
— Eu estou fazendo o meu melhor, senhor Karvet. Eu também estou preocupada com os gêmeos, mas eu não posso controlar o que está acontecendo com eles. Estamos todos juntos nessa. Rezo por um milagre para eles todos os dias, me ajoelho e faço uma oração por horas. Quero eles bem.
Minhas palavras ecoaram em meus ouvidos, trazendo-me à realidade. Eu me vi refletido nas lágrimas de Angel, e meu coração se partiu com a dor que causei a ela. Eu me dei conta de que, em meu desespero, eu havia esquecido que ela também estava passando por um momento difícil. Eu me senti profundamente envergonhado. Angel havia perdido seu bebê e ainda assim continuou a cuidar dos meus. Que grande egoísta e babaca eu sou!
Enquanto os gêmeos ficaram internados e recebiam os cuidados necessários, eu tive tempo para refletir sobre minhas ações. O amor que eu sentia por Kayla e a dor de perdê-la haviam obscurecido meu julgamento e emu coração. Eu havia deixado meu medo e frustração dominarem minhas emoções, e isso me levou a tratar Angel com tanta insensibilidade.
Assim que a tempestade em minha mente começou a se acalmar, eu percebi que precisava me desculpar. Encontrei Angel sentada em uma sala de espera, com os olhos fixos no vazio, como se estivesse perdida em seus próprios pensamentos. Acho que um hospital trás as lembranças da última vez em que ela precisou passar a noite em um.
— Angel? — chamei suavemente, me aproximando dela. — Eu sinto muito. Eu agi de forma totalmente inadequada e injusta com você. Meu medo e preocupação me cegaram, e eu não percebi o quanto minhas palavras foram duras e errôneas com você!
Ela levantou o olhar para mim, seus olhos ainda refletindo a dor que eu havia causado.
— Eu entendo que você está passando por um momento difícil, senhor Karvet. Mas isso não justifica a maneira como você me tratou. Eu também me importo com os gêmeos, e eu estou aqui para apoiá-los.
Eu balancei a cabeça, envergonhado de mim mesmo.
— Você está certa, Angel. Nada do que eu esteja passando justifica meu comportamento. Eu deveria ter sido mais compassivo e compreensivo. Sinto muito por ter te magoado.
Ela olhou para mim por um momento, avaliando minhas palavras e a sinceridade em meu rosto. Então, finalmente, um leve sorriso surgiu em seus lábios.
— Eu aceito suas desculpas, senhor Karvet. Todos nós cometemos erros, mas o importante é aprender com eles e crescer.
Naquele momento, senti um peso sendo retirado dos meus ombros. Aprendi uma lição valiosa sobre empatia e respeito pelos outros. Eu percebi que Angel era mais do que uma babá, ela era uma amiga leal e alguém que me ajudava a ser um pai melhor.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Denise
ANGEL é um ser generoso e fofo como algodão doce, valioso como ouro e quente como uma fogueira, pois, apesar da sua própria dor, ela ainda sabe aquecer meu coração com sua presença e suas palavras de apoio.
2024-09-25
2
Erlete Rodrigues
vamos aguardar os acontecimentos porque alguma coisa vai acontecer
2024-09-12
0
Solange Coutinho
Tomara que o ex dla não a pertube futuramente
2023-12-19
5