Capítulo 5

Quando chegaram à mansão, foram recebidos por Grifin, o mordomo, que não fazia diferença entre os dois jovens da família,

- Sr. Roger, bem-vindo... Jovem mestre também voltou!

Ele ficou feliz em ver Daimon retornar à mansão, achou que ele abandonaria a família depois do que eles lhe fizeram, mas o sorriso em seu rosto desapareceu e ele ficou pálido ao se virar em direção ao interior da casa.

- Há algum problema, Sr. Grifin?

- Não! Bem, sim, lá dentro estão os senhores com a jovem Salma, estão falando sobre os preparativos do casamento.

O rosto do Sr. Roger ficou sombrio, sua expressão mudou completamente, em contraste, Daimon parecia sereno, como se estivesse lidando com um estranho.

- Avô, vamos entrar, não sou eu quem deve sentir vergonha.

Ao ver que seu neto estava mais calmo do que ele, ficou feliz,

- Você tem razão, vamos!

Ambos entraram seguidos pelo mordomo, este sentia mais medo do que os próprios desavergonhados.

Na sala de estar estava sentada Salma ao lado de Felipe, ambos estavam de mãos dadas, muito felizes, enquanto Nora, a mãe de Daimon e Felipe, os observava com um grande sorriso, finalmente seu filho poderia ficar com a mulher que ama e claro que para ela era conveniente, a família a qual ela pertence tem um histórico muito bom e além disso sua renda é muito boa, como ela poderia permitir que o nefasto Daimon ficasse com tal mulher às custas da felicidade de seu precioso filho? Isso nunca! Sua alegria foi ofuscada assim que viu seu sogro entrar com Daimon ao seu lado.

- Sogro! Que bom vê-lo.

Para Daimon, ela deu um olhar indiferente.

- Parece que enquanto você envelhece, você fica mais distraída, ou será que Daimon é invisível e só eu posso vê-lo?

O rosto da mulher ficou pálido com as palavras, suas mãos apertaram com força a saia do vestido, Felipe, ao ver sua mãe naquele dilema, correu em seu auxílio.

- Avô, minha mãe está apenas chateada porque Daimon não voltou para casa nestes dias.

- Sim, é isso mesmo, sogro, ele passou um ano vagando por Deus sabe onde e não voltou para casa.

A mulher tentou parecer indignada e ao mesmo tempo magoada, queria ganhar a simpatia do velho, fazer Daimon parecer o ingrato e assim ser repreendido.

- Se bem me lembro, ele já é maior de idade, não lhe deve explicações sobre suas ações.

- Mesmo assim, ele ainda faz parte da família Stallon, seu pai é o chefe desta família, ele tem que seguir as regras da família.

- Você fala de regras, como se você fosse muito virtuosa, como se você tivesse se comportado quando seu primogênito roubou a noiva de seu irmão.

- Avô!... As coisas não aconteceram dessa forma, eu... E

- Cale-se! Olha, você só quer se desculpar enquanto abraça a mulher que deveria ser a mulher do seu irmão mais novo, é assim que seus pais te educaram?

As coisas tinham subido de tom, vendo que não havia como acalmar o velho, Salma correu para onde Daimon estava e o segurou pelos ombros.

- Dai, por favor, diga ao seu avô que não tínhamos nada, que você concorda com nosso casamento, por favor.

A mulher parecia suplicante, o coração de Daimon estava gelado diante das palavras da mulher, ao sentir o toque, isso só provocou um nojo imenso nele.

- Srta. Dracon, eu não tenho nada a ver com isso, não é a mim que você deve implorar.

Com essas palavras, ele deixou Salma fria, a expressão de Daimon era tão serena quanto o amanhecer, como se ele realmente nunca tivesse tido sentimentos por ela, vendo isso, ela mordeu o lábio.

- Você é mau e rancoroso, você certamente mudou, você não é a pessoa boa que eu pensei que você fosse.

A mulher voltou para os braços de Felipe, Daimon sorriu para si mesmo, não só ele não tinha se desculpado, mas negou que eles tivessem qualquer tipo de relacionamento, bancar a vítima sempre foi mais fácil do que admitir erros e aceitar as consequências.

- Daimon, essa não é a maneira de tratar sua cunhada, você sabe o quão ruim você parece desejando a mulher do seu irmão, ela não te ama, você poderia deixá-los se casar.

- Não sou eu quem está se comportando de forma descarada, por que eu deveria me sentir envergonhado?

- Você...

Antes que ele pudesse dizer mais, Daimon decidiu que era melhor sair dali.

- Avô, acompanhá-lo foi uma má ideia, é melhor eu te procurar mais tarde na sua casa.

- Dai, meu neto... Tudo bem, vá com cuidado.

- Sogro, não o deixe ir, ele continuará causando vergonha enquanto estiver fora da casa da família.

- Mulher, basta, deixe Daimon ir.

Felix, o pai de Felipe e Daimon, havia chegado, testemunhou a maior parte da discussão, não queria interferir, pois seu pai ainda não lhe cedeu o título de duque, então tê-lo como inimigo não era uma boa ideia, se ele continuasse incomodando Daimon na frente do velho, ele poderia dar o título a Daimon e isso era a pior coisa que poderia acontecer com eles.

- Felix, você chegou.

Daimon cumprimentou seu pai apenas com um aceno de cabeça, o que o desagradou, mas ele decidiu ficar quieto por enquanto, cumprimentou o velho e então lançou um olhar de advertência para sua esposa, que a partir daquele momento se manteve fora do assunto, discretamente Salma e Felipe foram atrás de Daimon quando seu pai e avô entraram no escritório para falar de negócios, esse era seu principal objetivo ao ir para casa, ele não esperava que sua esposa e filho fizessem um alvoroço em sua ausência.

- Pai, me desculpe por minha esposa e filho.

- Não é você quem deve se desculpar, eu sei que os forcei naquela época, mas você não deve culpar pessoas inocentes.

- Eu sei, vou falar com ela.

O velho suspirou, lembrar o passado era algo doloroso e amargo com o qual ele tinha que carregar até a morte. Fora da mansão, Felipe e Salma viram Daimon subir em uma carruagem muito elegante, ambos ficaram surpresos, embora ambos fossem de famílias muito ricas, aquelas carruagens eram quase para um rei.

- Você acha que Daimon realmente realizou seus sonhos?

- Eu não acho, ele deve ter alugado ou algum amigo fez um favor a ele.

Felipe se recusava a acreditar que seu irmão havia triunfado, mas o simples pensamento de que ele poderia andar em uma carruagem como aquela fazia seu coração se encher de ciúme e fúria, no final ele decidiu deixar esses sentimentos de lado, ele havia tirado a mulher que ele amava, sem dúvida essa era sua maior vitória sobre Daimon, ele acompanhou Salma até sua casa, ela ainda estava pensativa depois de ver Daimon, algo que o fazia se sentir ainda mais incomodado, pois isso mostrava que ela ainda tinha algum tipo de interesse por ele.

- Na semana que vem, virei buscá-la, vou levá-la para ver os melhores vestidos de noiva.

- Sim, tudo bem, estarei esperando por você.

Salma saiu de seu transe, ao se lembrar do casamento, seu rosto se iluminou, deixando Felipe mais tranquilo.

"Daimon, mesmo que você tente ser melhor, você não pode me vencer, ela me ama e será minha esposa em breve."

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