capítulo 5

Capítulo 5: O Lobo Guardião

Ryen e Leecya estavam embasbacados pela imensidão do céu enquanto eram carregados nas costas do dragão. De repente, uma pergunta surgiu na mente de Ryen.

— Qual é o seu nome? — indagou ele, curioso.

O dragão hesitou por um momento antes de responder: — Eu não possuo um nome.

— Posso te chamar de qualquer coisa que eu quiser, então? — sugeriu Ryen, buscando uma forma de batizá-lo.

— Certamente — consentiu o dragão.

Com a mão no queixo, Ryen ponderou sobre um nome adequado para o majestoso ser que os guiava pelos céus.

— Naelaiss — pronunciou Ryen, finalmente.

— Obrigado — agradeceu Naelaiss. — Já estamos próximos do nosso destino. Estejam preparados.

Ryen e Leecya avistaram um castelo imponente rodeado por montanhas, parecia uma fortaleza majestosa. O coração de Ryen acelerou ao ver o destino de sua jornada se revelar diante de seus olhos. Naelaiss, o dragão, acelerou seu voo e pousou alguns metros antes do castelo.

— Nosso acordo está completo — afirmou Naelaiss com solenidade.

Ryen desceu do dorso do dragão, agradecendo por toda a sua ajuda e apoio durante a jornada. Leecya sorriu ao ver Ryen expressar sua gratidão. Ao contrário da imagem fria e impiedosa que o acompanhava, ele mostrava sua verdadeira natureza bondosa e agradecida. Ryen ajudou Leecya a descer, enquanto Naelaiss abaixou sua cabeça para falar diretamente com Ryen.

— Foi uma honra ajudá-lo, Majestade — disse Naelaiss com reverência.

Ao ouvir essas palavras do dragão, Ryen compreendeu que Naelaiss sabia quem ele realmente era.

— Caso precise da minha ajuda, saiba que estarei sempre à disposição — reiterou Naelaiss, balançando a cabeça e batendo suas asas antes de decolar e desaparecer no meio das nuvens.

Com a partida de Naelaiss, Leecya e Ryen seguiram em direção à entrada do castelo. No entanto, foram surpreendidos por um lobo negro imenso que saltou do topo do castelo, segurando uma espada firmemente em sua boca. O salto do lobo provocou uma cortina de fumaça, e, para proteger Leecya, Ryen rapidamente a abraçou, fazendo-a corar.

O imenso lobo colocou a espada no chão, aproximando-se cautelosamente de Ryen e Leecya, como se estivesse caçando. Sua presença era intimidante, e ele se apresentou como Fenrir, o lobo que aguardava o retorno do Rei das Sombras para adentrar o castelo.

Ryen olhou para o lobo, sentindo as sombras ao seu redor começarem a se intensificar, o que deixou Fenrir confuso com a situação.

— Hã?! — reagiu o grande lobo negro, surpreso.

Enquanto continuava a emanar sombras, Ryen manteve Leecya protegida em seus braços.

— Você está desafiando seu rei? — perguntou Ryen com um olhar ameaçador.

Fenrir olhou atentamente nos olhos de Ryen, percebendo, finalmente, que ele era o verdadeiro Rei das Sombras.

— Desculpe, Majestade! — gaguejou Fenrir, o lobo que, segundos atrás, era imponente, agora estava parecendo um gatinho acuado, abaixando sua cabeça como se estivesse se ajoelhando em sinal de submissão.

Ryen soltou Leecya de seus braços e ela olhou para o imenso lobo, surpresa com a revelação.

— Perdoe-me, majestade, eu não sabia que era o senhor. Por favor, não me castigue — disse Fenrir, claramente assustado.

O olhar de Ryen não era de decepção, mas sim de vergonha, pois seu guardião se mostrava um covarde diante dele. Ele suspirou, buscando se acalmar, e seguiu em direção ao castelo, sendo seguido por Leecya.

Fenrir pegou a enorme espada com a boca, segurando-a como se fosse um pequeno graveto, e seguiu atrás de Ryen, agindo como um cachorrinho.

— Então, mestre, quem é essa elfa? — perguntou Fenrir, com a espada ainda em sua boca.

Ryen, confuso devido à espada, encarou Fenrir e respondeu de forma direta:

— Se deseja perguntar algo, retire a espada da sua boca primeiro.

Fenrir colocou a espada no chão e repetiu a pergunta:

— Quem é a elfa?

Ryen olhou para Leecya, que deu um passo à frente para responder:

— Sou Leecya. Ryen me salvou e, em gratidão, prometi ajudá-lo a alcançar seus objetivos.

Ao ouvir isso, o lobo negro passou de uma presença imponente para uma criatura que soltava lágrimas de felicidade.

— Majestade, tão jovem e já encontrou uma rainha — indagou Fenrir, com uma expressão de encantamento.

Leecya ficou envergonhada e Ryen colocou as mãos no rosto, sentindo-se igualmente constrangido pela situação.

— Na verdade, ela é meu braço direito, minha ajudante — respondeu Ryen olhando para Fenrir.

Leecya sorriu, feliz por ter encontrado um propósito ao lado de Ryen.

— Entendi, vamos lá, majestade. Vou lhe mostrar o castelo.

Fenrir caminhou, subindo as escadas do castelo, enquanto Ryen e Leecya o seguiram.

Enquanto Fenrir mostrava o restante do castelo, Freya estava na entrada da dungeon que Ryen havia terminado.

— A dungeon realmente foi concluída! — exclamou ela, surpresa. Enquanto procurava pistas sobre quem havia concluído a dungeon, encontrou um rastro de mana no ar.

Essa mana é... diferente.

Pensou ela, olhando ao seu redor.

Após refletir sobre a misteriosa mana que encontrara na dungeon, Freya retornou ao castelo em busca de informações sobre a origem dela.

Enquanto isso, no interior do castelo, Ryen tomou assento no imponente trono, observando seu entorno. Nesse momento, ele notou um cristal roxo no apoio de braço direito do trono.

— Ei, Fenrir, você sabe para que serve esse cristal? — perguntou Ryen, curioso.

Fenrir abanou a cabeça, demonstrando desconhecimento.

— Não, majestade. Não tenho conhecimento sobre esse cristal.

Então, Leecya interveio com uma resposta esclarecedora:

— Hum? Esse cristal é usado para comunicação com outros reinos. É chamado de Cristal de Comunicação.

Ao ouvir aquela informação, uma ideia surgiu na mente de Ryen. Uma ideia que poderia ser um marco em sua jornada e revelar sua presença para o mundo. Ele decidiu que faria um acordo com as princesas que o haviam trazido para aquele mundo, mas havia um problema, ele não confiava em Rosalind, apenas em Freya.

Ryen se aproximou do rosto e, num tom de voz pensativo, falou:

— Tenho uma ideia...

No exato momento em que Freya retornou e adentrou a sala do trono, o cristal no trono de sua irmã começou a emitir um sinal, indicando que alguém estava tentando estabelecer uma comunicação.

— Será que é o rei do povo draconiaco? — especulou Rosalind, tocando o cristal curiosamente.

Em frente a elas, uma tela surgiu, mostrando um homem mascarado – era Ryen.

— Saudações, altezas — cumprimentou Ryen em uma voz calma e confiante.

Freya se aproximou do trono, intrigada pela presença desse homem misterioso.

— Sou Ryen Cairis, o rei das sombras — apresentou-se, revelando sua identidade às princesas.

— Rei das sombras?— perguntou Rosalind, intrigada.

— Tenho um acordo para vocês duas, e aposto que estarão interessadas, já que.... — Ryen fez uma pausa, pensando em como abordar o assunto. — Eu fui o responsável pela morte do rei da dungeon.

Ao ouvir isso, Freya ficou chocada.

— Você?! Me diga, havia algum corpo lá? — questionou Freya, com os olhos arregalados.

Ryen compreendeu que ela estava em busca do corpo de Kentaro, ou melhor, o próprio corpo de Ryen.

— Certamente, eu o trouxe para o meu castelo. Era o corpo de um jovem quase completamente devorado, mas felizmente eu o salvei.

— Nesse caso, diga-me qual é o acordo, e eu irei diretamente até você para realizar um velório digno a ele.— falou Freya.

— Venha diretamente ao meu castelo. Mas, como você não sabe sua localização... — Ryen estendeu o braço e um portal de sombras apareceu diante das princesas. — Este portal irá levá-la até mim, princesa.

Freya olhou para o portal se aproximando, sentindo uma mistura de curiosidade e desconfiança. Ela não sabia ao certo se Ryen era confiável, mas estava determinada a descobrir a verdade com seus próprios olhos. Com uma expressão decidida, ela atravessou o portal de sombras, pronta para enfrentar o desconhecido.

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