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Nem narrando

Estava quase chegando em casa quando o rádio toca e escuto os primeiros tiros. Tiro a minha arma da cintura e o povo já começa a correr.

- O Pcc tá subindo porra - Junior falava no rádio.

- A onde tá todo mundo? Se divide nas entradas. Pega os vapores\,vamos atacar. - Eu respondo no rádio.

Logo começa a troca de tiros e a correria dos homens. Vou subindo e um tiro quase me acerta.

- Filho da puta - Eu falo atirando de volta e vou subindo as escadas. E ele atira de volta acertando em meu braço.

O cara que estava atirando em mim continua me seguindo , eu continuo atirando nele mas subindo para o pé do morro.

Me escondo atrás de um muro e consigo escutar os passos do cara em minha direção. Quando me viro para atirar a minha arma não atira, tinha acabado a porra da minha munição..

- Oque foi? - O cara diz debochado. - Não tem mais munição.

- Se rende porra. Você tá no meu morro.

- Matar o dono da rocinha\, não era o meu objetivo mas já que vou ter a oportunidade.

- Quem é você? - Eu olho para ele. - Do pcc? Da facção mais traíra que existe \, vocês do pcc vão cair um por um.

- para de papo - Ele diz com a arma apontada na minha cabeça. - Se ajoelha porra. - Eu olho para trás e vejo uma movimentação na caixa da água\, a tampa começa a se abrir. Vejo os olhos de uma pessoa conhecida e era Fabiana. ela são por trás da caixa da água e pega um ferro grosso na mão.

- Quer que eu me ajoelha? - Eu falo me ajoelhado a mão para cima - Quer que eu faça oque mais pague um boquete para você? - Fabiana se aproxima devagar.

- Tá querendo tirar grava antes de morrer seu filho da puta?- Ele engatilha a arma - Dar um oi pro diabo para - Fabiana acerta a cabeça dele com o ferro e o cara cai com tudo no chão sangrando tudo.

Fabiana encara o cara sangrando e joga o ferro longe e me encara.

- Meu Deus você está ferido - Ela diz E escutamos tiros se aproximando e movimentação.

- Vamos para caixa da água- Corremos para caixa da água e entramos dentro e fechamos a tampa. - Silêncio.

- Merda mataram o Guto - Um cara dizia para outro. - Ele tá vivo?

- Tá morto. - Outro responde.

- Esses filhos da puta. - Ele diz.

- eles vão nos - Eu tampo a boca da Fabiana com a minha mão bem forte.

Sentimos passos deles em volta da caixa da água e eu encaro a Fabiana bem sério.

Fabiana narrando.

Ele tampa a minha boca com a sua mão e eu respiro fundo tentando tirar a sua mão.

- silêncio. - Ele diz quando sentimos os passos bem em volta da caixa da água. Eu tinha matado um cara para proteger ele.

Não estava acreditando nisso. Ele tira a sua mão da minha boca e eu o encaro.

- Eles estão se afastando - Ele diz me olhando bem sério.

- Já podemos sair? - Eu pergunto.

- É melhor a gente esperar - Ele diz pegando seu celular.

- Aquele cara tá morto? - Eu pergunto nervosa.

- Com a força que você bateu nele. Queria oque? Que ele tivesse pulando pelo morro.

- Meu Deus - Eu começo a cair na realidade. - Eu matei um cara \, você tem noção disso?

- Relaxa. Eu mato pessoas quase todo dia - Eu arregalo os olhos para ele.

- Você é louco. - Eu digo tentando me levantar mas ele me segura.

- Você não vai sair daqui agora \, só se tu quiser ser morta Caralho. Não te protegi até agora para tu morrer numa invasão.

- Eu te protegi. Tu me deve uma. - Ele arregala os olhos. - Se não fosse eu tu tava morto Nem\, eu matei um cara por tua causa.

- Olha que isso é uma prova de amor. - Ele diz rindo.

- Tu acha isso engraçado? Eu nunca bati em alguém\, isso é de mais para mim

- Os comentários são que você era bem barraqueira quando morava aqui.

- Como você consegue achar graça em uma situação dessa? Eu estou rindo de nervoso. - Eu falo suspirando. - Que minha mãe me perdoe lá de cima\, além de ser procurada por quase matar meu ex marido\, agora eu sou uma assassina- Ele me encara. - Não era isso que ela queria para minha vida- Começo a chorar e ele continua me encarando.

- Calma aí Fabiana. - ele se aproxima e limpa as lágrimas do meu olho. -\, Também não é tão ruim assim\, vamos acender uma vela para ele. Relaxa - Eu olho para ele.

- Para você é tudo tão fácil. Você deve acabar com o estoque de velas do mundo - Eu digo brava e ele sorri de canto.

- Eu sei que não é oque tu é acostumada a fazer. Mas relaxa ai - Eu encaro ele é as lágrimas descia\, ele limpa as lágrimas do meu rosto e eu olho para ele.

A gente se encara por alguns segundos e ele aproxima seu rosto do meu e a gente se beija. Em um beijo lento.

- $Fabiana Você está aí? - Yuri abre a caixa da água e eu me afasto de Nem rapidamente e encaro Yuri.

E agora? Será que ele viu?

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