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Nem narrando

Artur abraça ela forte e ela chorava muito e eu encarava ela.

- Você Não pode sair do morro - Artur diz para ela - Não saia para baixo\,a onde alguém no asfalto possa te ver.

- Você tá dizendo que eu tenho que ficar apenas dentro dessa casa?

- Você pode sair com nos \, quando a gente for para o alemão. - Eu falo .

- Até cinco ruas acima da entrada \, a partir daí você não passa mais. Porque é fácil para polícia entrar e te prender . - Ele segura seu rosto - Agora me diz oque ele fez com você? - Artur encara ela sério.

Eu encarava também e ela se afasta de Artur.

E tira a blusa rapidamente.

- Isso - Ela olha para Artur e as lágrimas desciam pelo seu rosto. Artur encara ela paralisado e eh também.

- como? Porque? - Ele diz olhando para as cicatrizes em seu corpo\, em sua barriga \, em seus braços. - Porque você não me falou nada? Não pediu a minha ajuda?

- Porque ele me ameaçava. Ele dizia para mim que ele poderia te prender até mesmo de matar - Ela diz para ele - Eu não queria que nada d mal acontecesse com você por minha culpa - Ela começa a chorar ainda só de sutiã.

- Você deveria ter me procurando Fabiana no mesmo dia que ele te agrediu e fez isso a primeira vez.- Artur fala para ela.- Eu não iria te virar a cara e muito menos te abandonar.

- Eu sei disso. Mas eu não queria ser um fardo para ninguém. - Ela respira fundo.

Ele olha para seu corpo e encosta as mãos nas suas cicatrizes. Artur estava incrédulo.

- Com o ele fez isso? - Artur pergunta para ela que só sabia negar com a cabeça e chorar. - Me diz.

- Com uma faca - Ela diz - numa noite que ele chegou bêbado\, ele me amarrou e fez isso.-Ela dizia chorando - Passando a ponta da faca pela minha pele - Ela diz entre soluços.

Eu e Artur nos encaramos e eu me levanto olhando para ela.

- Não se preocupa Fabiana - Eu olho para ela - Não será ele que vai vir atrás de você\, será nos que vamos atrás dele - Eu falo e ela me encara.

- Nem está certo. Eu vou matar ele é ele nunca mais vai encostar um dedo em você. - Artur diz para ela e ela olha para nós chorando muito. Artur entrega a blusa e ela veste.

Eu saio de dentro da casa.

Fabiana narrando

Tais entra na cozinha ainda meio tonta e olha para nós.

- Suas cicatrizes. - Tais diz me olhando e encara Artur.

- Eu preciso tomar um ar - Eu falo vestindo a camisa toda.

- A onde você vai? - Artur pergunta.

- Não se preocupa eu não vou descer próximo a entrada. - Eu falo para ele. - Eu preciso tomar um ar.

Eu saio de dentro de casa me sentindo sufocada era como se eu não tivesse ar , eu andava pelas ruas da favela sem rumo e sem direção. Eu não conseguia acreditar que Felipe fez isso comigo, ele tinha consciência de tudo que ele fez comigo e ainda assim está me colocando como uma criminosa , que era criminoso era ele e não eu.

- Fabiana - Yuri me chama - Bibi. - Ele me segura e eu volto para realidade o encarando. - Você tá bem? - Ele me olha sério e tinha alguns homens ao seu lado.

- Não. - Eu digo chorando e eu abraço ele é ele me abraça forte. - Eu quero sumir\, Eu quero morrer \,mas não quero mais passar por nada.

- Oque tá rolando? - Escuto a voz de um homem atrás dele.

- Tira ela daqui - A voz de Nem soa. - Leva ela para algum lugar que ela se acalme.

- Vem comigo - Yuri diz pegando na minha mão e me levando para uma casa. - Oque aconteceu? - Ele fala quando eu me sento no sofá e ele se abaixa na minha frente. - Bibi \, nos somos amigos você pode contar comigo.

- Meu irmão me contou tudo\, que Felipe me colocou como fugitiva da polícia porque eu tentei matar ele. Você tem noção disso? Minha vida acabou. A qualquer momento eles pode invadir isso aqui e eu ser presa - Ele me olha.

- Você não vai ser presa - Ele me olha - Eu não vou deixar e muito menos o seu irmão vai deixar acontecer uma coisa Dessa.

- Pode até ser\, Mas você não sabe a sensação que é passar por tudo que eu passei e agora ainda ser procurada por uma coisa que eu não sou culpada. Eu me defendi apenas me defendi - Ele me olha e passa a mão limpando as minhas lágrimas.

- Ele não vai ficar vivo para te fazer mal - Yuri fala me olhando - Se ele vier atrás de você\, Eu sou o primeiro a matar ele. - Eu o encaro e ele coloca as suas duas maos em meu rosto.

Ele aproxima seu rosto do meu e a gente se beija, eu afasto meu rosto do dele.

- Desculpa. - Ele diz me olhando.

- Está tudo bem. Obrigada por me trazer para cá e pela água - Eu olho ele que me encarava.

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